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A máscara social e as neuroses

Atualizado dia 18/09/2012 11:44:57 em Psicologia
por Fernanda Luongo


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Desde a mais tenra infância fomos ensinados a adotarmos certas posturas e evitarmos determinado tipo de comportamento. Ouvimos um bocado de "nãos" repreendendo nossos sentimentos e nossa espontaneidade:

"Você não pode dizer isso".
"Não pode sair vestido dessa maneira".
"Não pode gargalhar alto, é falta de educação".
"Não pode ser assim".


Ouvimos tantas frases desse tipo que acabamos por acreditar que não éramos bons o suficiente e que tínhamos que nos adequar a determinado padrão comportamental para corresponder às expectativas sociais.

Tudo começa com a família. É lá que é formada a base de nossa personalidade, é lá que começamos a costurar nossas máscaras. O pai e a mãe, ou as figuras parentais, são para as crianças como heróis, modelos a serem seguidos, ou temidos, a depender do tipo de criação. Os pais passam a ser nossa referência por boa parte da vida, quando não a vida inteira se não houver uma conscientização, e são eles na maioria dos casos os semeadores destas sementes neuróticas na vida dos indivíduos. Depois o quadro se amplia e acabamos, inconscientemente, colocando outras figuras ali: o marido, a esposa, os filhos, o emprego, os amigos, a sociedade...

Quando nos damos conta, a neurose já se instalou. Ficamos esgotados por termos que cumprir com tantas exigências e expectativas pois precisamos o tempo todo controlar nossas emoções e reais intenções para não decepcionarmos e criarmos desconforto para estas figuras que tanto tentamos impressionar ao longo de nossas vidas. Este tipo de padrão repetitivo faz com que nos afastemos cada vez mais de nós mesmos e muitas vezes percamos a referência de quem realmente somos.

Os consultórios de terapia, psicologia e psiquiatria estão cada vez mais cheios. Pessoas dos mais diferentes padrões sociais, econômicos e étnicos estão se tornando neuróticas. O índice de pessoas com depressão, síndrome do pânico, ansiedade e estresse sobe a cada dia. A escada das neuroses segue em ritmo ascendente e assustador.

Viver em função da máscara está deixando a humanidade doente. É como se fosse um vírus com alta capacidade de resistência, um vírus daqueles que fica incubado por longo período e quando finalmente se manifesta provoca uma reação avassaladora para o sistema imunológico.

É preciso salientar que não é uma questão de certo e errado, bom ou mau; a questão por trás disso é a sobrevivência. O vírus quer sobreviver (a ideia primeira dele é essa), seu objetivo principal não é destrui-lo, mas para que a ideia primeira se concretize, sua vida corre risco.
A máscara mantém o funcionamento da sociedade há milênios e para que ela (sociedade) sobreviva, você (o indivíduo) tem que desaparecer.

Um dia, o Zé descobre que ele não queria ser advogado. Que foi parar na faculdade de direito e montou um escritório para orgulhar o pai, pois essa era a vontade da família. Daí, num dado momento, ele se percebe infeliz quando ao admirar uma apresentação de jazz descobre que aniquilou seu grande sonho: ser músico profissional.

Um dia Joana acorda e percebe que ela não queria se casar. Ela queria estudar medicina, visitar as pequenas sociedades carentes ao redor do mundo e prestar-lhes auxílio médico. Mas ao olhar para o marido deitado, lembra que este era o sonho de sua mãe, e que era o "modelo correto" a ser seguido: cuidar da casa, do marido e dos filhos.

E assim outros tantos exemplos de desilusão surgem no nosso dia a dia. E, muitas vezes quando as pessoas se apercebem destas escolhas impulsionadas pelas máscaras já é tarde demais. Os nós se tornaram tão resistentes e a máscara tão grudada que fica difícil à remoção.

Portanto, ouso pedir que você se olhe no espelho e que se pergunte se estas escolhas que fez partiram de você.

"Quem é você, e o que você realmente quer?"

"O que você verdadeiramente pensa e sente? A máscara já o feriu demais, portanto, seja sincero consigo mesmo!"

Ouso estimular que faça uma retrospectiva de sua vida e perceba se as opções que você fez foram baseadas em expectativas alheias ou na sua própria e finalizo este texto lhe convidando a ter a coragem de seguir suas próprias convicções, a ouvir sua própria voz interior, e fazer as modificações necessárias para viver uma vida mais feliz, verdadeira, plena e livre de neuroses.

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Conteúdo desenvolvido por: Fernanda Luongo   
Cantora, escritora, autora de três obras literárias já publicadas no país, terapeuta holística, registrada no Conselho Nacional de Terapia Holística CRT: 46.801 e originadora do Método Akhenaton®.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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