A MENTE TAGARELA
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Autor Osmar Francisco dos Santos
Assunto PsicologiaAtualizado em 12/20/2010 5:52:38 PM
Se por um lado a mente quântica representa a grande reserva por onde deve passar a evolução humana, a mente tagarela é o grande obstáculo a impedir o livre acesso do homem ao infinito manancial de conhecimentos. Esses conhecimentos proporcionam uma compreensão profunda de sua verdadeira realidade e de toda vida do cosmo, se conscientizando da existência e do funcionamento de outras dimensões, infinitas possibilidades as quais deveria dirigir suas energias.
A mente tagarela é constituída pelos pensamentos compulsivos originados de repressões, sensuras e doutrinas que são arquivadas em nosso inconsciente com o objetivo de nos "proteger", nos tornar socialmente adequados e saudáveis, enquanto que na verdade nos deixa limitados e aquém de nossa verdadeira identidade. Grande parte do apostolado científico que rege nossas vidas, também faz parte da mente tagarela, com seus rituais e cátedras, na maioria das vezes controladas pelos grupos dominantes. Sob o pretexto de defender, "organizar e instruir" o homem, revelando-lhe as verdades que fariam dele pessoa livre, incutem-lhe medos e crenças. Assim vemos hoje duas tendências que se projetam em sentido contrário, uma que se desenvolve a grande velocidade, angariando milhões de fiéis pelo mundo afora, cada vez com maiores concentrações de pessoas e outra composta de pouquíssimos adeptos que investigam pelas ciências, artes e religiões, procurando construir sem preconceitos a consciência necessária a uma vida melhor. Esta última é responsável pela luta de preservação do meio ambiente e valores que elevam o ser humano a sua identidade divina, criando união.
Para compreensão do que seja a mente tagarela, devemos entender que a atividade mental possui como comportamento sadio o envolvimento de relações estendido a todo o mundo. Por exemplo: sinto fome: vou até a cozinha, preparo um sanduiche e como; quero encontrar alguém: procuro-o. Se não quero mais estar com ele, volto.
Toda atividade mental (pensar, planejar, imaginar, fantasiar, adivinhar, preocupar-se) é autista: se relaciona com o próprio indivíduo e não com o mundo. Voltando ao exemplo anterior: se quero encontrar alguém, em vez de procurá-lo realmente, faço-o em fantasia. Este pensar será inútil a menos que o realize de modo a envolver o mundo. Isto é, que eu vá, na prática, encontrar tal pessoa.
Quando nós fazemos algo com a fantasia, quando ela se torna real, ela se transforma em parte importante de nossas vidas. Por exemplo: as crianças fantasiam porque isto é parte das coisas com que elas brincam, fazem e sentem; O artista criativo não fica só sentado tendo idéias maravilhosas, ele precisa colocá-las em prática, numa tela, no papel, construir algo. Quando nós trazemos a fantasia para o mundo, descobrimos que ela evolui e se modifica através desse contato. Se temos um quadro em nossa cabeça, no instante em que começamos a colocá-lo no papel, descobrimos que certos detalhes não funcionam. Descobrimos que deixamos de considerar detalhes importantes. Podemos entender ser impossível realizá-lo com o material disponível. Seja qual for o resultado, os produtos de nossa mente estão constantemente interagindo com os materiais e fatos reais, não levá-los em consideração provoca um "curto circuito" em nossa mente. Ela ficará desligada do mundo, tornando-se um substituto dele em vez de apenas uma ferramenta para lidar com ele. A frustração e as necessidades insatisfeitas, muitas vezes alimentam outros aspectos da mente tagarela que são as justificativas sem fundamento. Todo esse mecanismo de impossibilidades pode produzir a autocompaixão, que por sua vez produz a preguiça e a alienação mental.
Como evitar os malefícios da mente tagarela e ao mesmo tempo fazer da imaginação uma fonte de criatividade, depende de nossa capacidade em nos colocarmos no tempo real; no aqui e agora, que começa pela atividade básica que nos mantém vivos: a respiração.
Se prestarmos a atenção em nossa atividade mental, perceberemos que a maior parte dela está desligada dos fatos reais de nossa vida. Em sua maior parte são tagarelices e filosofias inúteis. Intermináveis diálogos internos, repetição de acontecimentos passados e preocupações com o futuro.
Dr. Osmar Francisco dos Santos
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•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |