A MENTIRA : Um exemplo de um relacionamento amoroso com um mentiroso
Autor Rita Maria Brudniewski Granato
Assunto PsicologiaAtualizado em 2/1/2007 11:37:54 PM
Muitos de nós temos encontrado pela vida pessoas que mentem. Algumas mentem por algum constrangimento ou medo e não com grande freqüência e também não nos prejudicam. Mas ás vezes, encontramos pessoas que mentem constantemente.
Pessoas que mentem de forma compulsiva e não tem razão aparente para fazê-lo, são conhecidos como mentirosos patológicos. Eles podem ser considerados portadores de Transtorno de Personalidade Anti - Social.
Muitos dos mentirosos patológicos são pessoas charmosas, são especialistas no engano e na fraude e, diferente de muitas pessoas, não demonstram emoções ou ficam perturbados quando estão mentindo. A mentira é um processo de sedução e portanto agressivo.
Podemos perceber algumas alterações nos mentirosos compulsivos, piscam constantemente, mudam a postura do corpo com freqüência, apresentam falhas no discurso, às vezes gagueira, falam de maneira superficial e podem falar mais rápido no momento que estão mentindo. O contato visual em geral, é pobre e seus olhos tendem a voltar-se para trás, fixarem-se num ponto que não é o rosto da pessoa para quem estão mentindo, ou ficam mudando o olhar de um objeto para o outro , para todos os lados.
Na medida em que envelhecem, suas mentiras tornam-se mais sofisticadas e, portanto, mais convincentes. Por isto que os mentirosos costumazes são difíceis de serem identificados.
Os motivos que levam uma pessoa a mentir são claros: é a auto destruição que cria um desastre em sua vida amorosa , profissional e social. Talvez tenhamos a tendência a pensar o contrario. Mas a verdade é que o mentiroso busca sua própria destruição.
Na vida amorosa o parceiro dele, tem sua liberdade de escolha, seu livre arbítrio eliminado de forma autoritária. Ele não pode decidir se aquele é o indivíduo que queria para seu companheiro, porque seu julgamento esta calçado em imagens falsas que ele lhe deu. É cruel, porque não dá ao parceiro o direito de escolha.
Normalmente como ele não suporta ser rejeitado, continua mentindo para ter o que deseja.
Mais tarde quando suas mentiras forem descobertas, o parceiro que tenta esclarecer os fatos, faz o mentiroso sentir-se muito humilhado, pois ele não suporta sua verdade. Então , ao contrário do que poderíamos imaginar, o esclarecimento, em vez de ajudar o mentiroso, provoca nele um estado de raiva impensável. A verdade o coloca em desvantagem na relação com o parceiro. Ele tem a sensação de insuficiência. Se o parceiro conseguir terminar seu relacionamento aqui, o trauma deste não será tão grande.
Mas em geral, não é o que ocorre. Como o parceiro já este bastante envolvido e o mentiroso é um mestre na arte de “se vitimizar”, inicia-se uma batalha infernal de tentativas de salvar o mentiroso de suas misérias. O parceiro investe toda sua energia para arrancar o objeto de seu amor desse mundo de delírios que é o mundo mentiroso. Infindáveis conversas são iniciadas e nunca resultam em nada, pois, agora o mentiroso ressentido, estará entrincheirado, competindo com seu parceiro. Ele sente que foi humilhado por ela e assim, não fará nenhuma cerimonia em pontuar, mais freqüentemente, os erros, falhas e problemas que o companheiro tem. Vai retribuir a raiva, cada gesto que considere uma menção a sua insuficiência. “Estará sempre ‘ retribuindo” a humilhação de ter sido descoberto.
O relacionamento pode acabar de forma desastrosa. Haverá traumas para o parceiro que lutou de forma amorosa para ajudar aquele a quem amava. Tudo que vai lhe restar é um sentimento de impotência e consequentemente de rebaixamento de auto estima porque nada conseguiu fazer para ajudar seu companheiro. Isto porque o mentiroso quer reduzir o parceiro a um estado semelhante ao seu: o de impotência, autodestrutividade e vazio.
O mentiroso mente porque não confia, e o parceiro vê que não há uma entrega, uma confiança dele.
E finalmente, as coisas chegam num ponto que o parceiro não sabe se, o que a pessoa fala , é verdade ou mentira. A comunicação fica impossível! Há vácuos e desconfianças por todos os lados. O mundo das pessoas que vivem com mentirosos dessa natureza, é um verdadeiro suplicio.
Dessa forma, muitas pessoas, depois de se separem de um mentiroso ficam completamente deprimidas, desgastadas e com certa prevenção em relação a futuros relacionamentos.
Eu usei o exemplo de um relacionamento amoroso, mas os mecanismos semelhantes podem ocorrer no trabalho e nas relações sociais. Os resultados serão semelhantes tanto no que diz respeito à percepção dos outros como também na autodestruição.
Tratar o mentiroso é coisa difícil por diversas razões:
1) dificilmente procura ajuda
2) eles não querem entrar em contato com sua insuficiência e os dramas que o causaram.
3) Eles resolvem o problema através de pensamentos mágicos ou fugas, viagens, outras parceiras.
Por fim, é mais cômodo viver mentindo e mudando de cara sempre que deseja, ainda que isso signifique a própria destruição e a daqueles que estão a sua volta. Eles não querem dar-se o trabalho de conhecer a si mesmos verdadeiramente. Como eles vivem só no presente, esse tempo o único que lhe interessa, não há como e nem porque, pensar em futuro ou rever o passado dolorido.
Dra. Rita Maria Brudniewski Granato www.ritagranato.psc.br
Psicóloga Clinica
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rita Maria Brudniewski Granato Sua metodologia atual de trabalho combina diversas áreas da Psicologia tradicional e moderna, com resultados altamente eficazes comprovados pela recuperação de centenas de pacientes ao longo dos seus mais de 30 anos de profissão Especializou-se em atendimento a adultos, adolescentes, crianças, casais e família. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
