A oração e a ansiedade!
Atualizado dia 2/1/2015 11:40:18 AM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Meditar é o ato de soltar a mente, deixar os pensamentos irem e virem até que se aquietem. A mente se aquieta. Refleti sobre a ansiedade da pessoa até aquele momento e então me veio a indagação: “Se ela tem por hábito orar, como estará aquietando sua mente?”
A ansiedade é um estado de agitação interior, onde os pensamentos ficam confusos e difusos, digo até que ela tem por função principal fazer com que as pessoas percam o foco do que realmente está a acontecer. Resumindo, é uma maneira de não olhar claramente as situações que se está vivendo.
Ansiedade e oração não combinam. A primeira deixa a mente “a mil por hora”, a segunda necessita de quietude interna, real introspecção para que possa ser vivida a verdadeira conexão com o plano espiritual, conexão impossível se buscada fora da própria pessoa.
A ansiedade é “uma bênção” para o capitalismo, pois o estar ansioso é um dos maiores impulsionadores ao consumo, de todas as espécies, principalmente medicamentoso.
Se a ansiedade é uma bênção com “bê” minúsculo para o capitalismo, a oração é uma Bênção para o ser humano e com “bê” maiúsculo, pois conecta o homem consigo mesmo e consequentemente com essa energia maior que só é percebida por aqueles que conseguem realmente se aquietar.
Em estado de ansiedade, os pedidos em uma prece são sempre de socorro imediatista e de que sejam resolvidas as dificuldades que os que se dizem rezando querem ver eliminadas. Quando em estado de verdadeira oração, com a mente aquietada, o que também propicia um desligamento temporário do mundo externo, as pessoas não só formulam melhor suas preces, como agradecem pelo existente e se encontram em condição de escutarem claramente o que seus corações dizem, veículo muitas vezes utilizado para se trazer a solução ou encaminhamento do que se está pedindo.
Em estado de agitação, nada ou quase nada é produtivo. Lembro-me de uma professora de classes de 7 a 9 anos, que antes de iniciar suas aulas fazia com os alunos uma oração. Ocupava menos de cinco minutos da aula e o rendimento de seus alunos superava todas as outras classes. O principal efeito da prece era levar as crianças a um estado de tranquilidade que permitia a concentração no que estavam a fazer.
Quando aprendemos a orar, passamos a nos escutar mais e também a enxergar melhor as situações que vivemos. Um conhecido costumava dizer que “se agitação resolvesse, máquina de lavar não emperraria nunca”. Observem como pessoas agitadas se desgastam tanto e com tão pequenos resultados. Normalmente se queixam de falta de sorte, pois observam outras pessoas que se “esforçam” tão menos e são melhores agraciadas, obtêm melhores resultados.
Quando se está com dificuldades de se obter esse aquietamento interior, a pessoa deve se perguntar não “o que está acontecendo”, mas o que não está querendo ver ou escutar. As soluções de nossos problemas estão na maioria das vezes dentro de nós. Será que estamos querendo assumir essa responsabilidade?
Em boa parte das reais soluções, vem junto a necessidade de um desprendimento que as pessoas não estão querendo ter. Mas esse desprendimento não significa necessariamente perda de algo que lhes seja significativo. Em boa quantidade de vezes está o sair da “zona de conforto” (que não significa estar confortável).
Você saberá que está orando adequadamente quando suas palavras ao Alto forem clara e nitidamente escutadas dentro de você.
Texto revisado
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