A oscilação emocional!
Atualizado dia 7/3/2017 1:42:15 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Há, sim, um tempo para nos definirmos por algumas situações. Tempo que nos trará as respostas do que realmente sentimos ou queremos. João tem um excelente relacionamento com sua namorada, se gostam e convivem bem, porém, daí a se casarem, é necessário muito mais do que apenas isso. É preciso a convicção do passo a ser dado com todas as consequências que esse passo traz. É necessário também a convicção de um sentimento maior.
Mas estou me referindo àqueles que nas opções tidas navegam entre as duas (ou mais) possibilidades, não assumindo o compromisso que deve existir quando de uma escolha e então, dando-se margem ao permanecer com as várias existentes. Não quer se separar do cônjuge, mas não abre mão de estar com outra pessoa. Quer vender sua propriedade e estabelece condições que fogem às definições de negócio. Poe exemplo: “Só vendo para quem me garantir que não vai reformar a sala, pois gosto muito dela assim”.
A partir do momento em que se desfez do imóvel, quem define como ele deverá ser é o novo proprietário. Essa exigência é a manifestação do não querer vender. “Não ata nem desata” é uma das expressões entre tantas as usadas para definir esses comportamentos. Muitas outras ferem as boas regras da educação. Normalmente, essas pessoas carregam consigo grande dificuldade de enfrentamento das consequências de suas escolhas, criando desculpas para si mesmas do porquê de suas indefinições e, dessa forma, sentindo-se aparentemente livres para esse ir e vir de desejos.
Desejos são manifestações que surgem de nosso inconsciente e que -ao se tornarem conscientes- passam pelo crivo de nossa vontade. É o "quero ou não quero", realmente o que desejo e com todas as responsabilidades que essa decisão acarreta.
Importante dizer que é exatamente essa condição da vontade que nos diferencia das outras espécies animais, é o que nos torna racionais. Vejam o número de pessoas que, quando surpreendidas, dizem “eu não sei o que me deu”. Quando a ideia surgiu em suas mentes, pela atração do chamado, rapidamente desprezaram a tomada de consciência do que dar vida ao desejo representaria. E impulsionados pelas satisfações do desejo tido, seguiram em frente sem nem pensarem no momento seguinte.
Quando do desmascaramento vem o arrependimento. Arrependimento que só existe por terem sido descobertos, caso contrário, continuariam como antes. É preciso não confundir com os estados chamados bipolares. Estes estão relacionados a alterações de humor, enquanto a oscilação emocional está diretamente relacionada com a dificuldade de assumir as posições que são consequências das escolhas que se faz. A ocorrência desse estado encontra também respaldo no momento de insegurança geral que a sociedade atravessa, onde o questionamento do “tudo é valido e permitido” assola aqueles que se afastam, em nome da reflexão, de seus valores básicos, tais como honestidade, transparência, respeito, responsabilidade. Saímos de uma época do "nada pode", onde se vivia cheio de conflitos para o “tudo pode” e agora esse conflitos são ainda maiores. É a despersonalização do próprio ser.
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