A teoria e a prática!
Atualizado dia 7/8/2017 4:15:31 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Hoje é muito comum escutarmos ou dizermos “de onde você tirou isso?”. Sim, colocações que tentam dar consistência às afirmações feitas e que não têm nenhuma origem real, a não ser a vontade de quem a diz de convencer os demais. Eles saem vitoriosos quando se deparam com a ingenuidade dos que as recebem. E não bastasse haver tantas teorias inconsistentes, porém com seguidores, hoje vivemos o “explicou... está resolvido”.
O diretor ao cobrar seu gerente recebeu como resposta o “eu já lhe expliquei o que está acontecendo”, e a pergunta imediata foi “E daí?”, ou seja, só explicar não elimina o fato, não resolve a questão. Se fosse assim, bastaria a leitura de um bom livro de psicologia para se resolver os problemas emocionais de uma pessoa. E assim para cada situação.
Imaginem o médico dizer a seu paciente: “O tumor que o senhor contraiu teve origem nas raivas e ressentimentos que sentiu em sua existência. Pode ir embora, pois já sabe as causas de seu problema”. Como se isso bastasse para curá-lo.
E aqui iniciamos, então, uma reflexão que muitos evitam: ter conhecimento de determinadas situações que vivemos, porém, continuarmos reincidindo nos comportamentos que sabemos que deveríamos mudar. O que nos mantém, se teoricamente temos a explicação do que acontece e o que deveria de fato ser?
Há uma grande resistência interna, barreiras que não estão contempladas pelas teorias nas forças que elas possuem, estão sim, apenas nas explicações. Eis onde o exercício da disciplina e determinação deve estar presente. Se ter a explicação do que acontece consigo é importante, mais ainda é o esforço pessoal para a transformação interior. Saber que sem esforços os comportamentos por si só não irão mudar. “Eu não sei, como faço, por onde começo” são afirmações comuns. A sugestão é iniciar a evitar o comportamento que se quer modificar.
Uma pessoa me dizia que gastava muitas horas frente à televisão, porém, não conseguia mudar. Ficava se recriminando por ter outras coisas para fazer e mesmo assim adiava-as, ficando parada ali. Quando um dia decidiu não ligar a TV, com tantas coisas, não sabia qual iniciar. Voltou a ligar a TV. Em momento seguinte, após nova conversa sobre isso, desligou a TV e ficou sentada sem saber o que fazer. Pareceram-lhe momentos intermináveis, mas conseguiu não ligar o aparelho. Contou-me que ao ir tomar água, passou por um folheto de supermercado e pegou-o sem pretensões para lê-lo. Quando se deu conta estava fazendo uma lista de compras, tarefa que precisava mesmo fazer e que não se lembrara ao desligar a TV. Começou a anotar suas tarefas e atividades e, quando de seu retorno à consulta, estava muito feliz, pois sua semana havia sido diferente e cheia de atividades novas.
Uma pessoa que estava com grande dificuldade de controlar a bebida, mesmo sabendo que estava se prejudicando, conseguiu se controlar ficando inicialmente sem beber nada. “eu sabia que estava me penalizando, mas nem água queria”. Na festa de casamento de um amigo, pegou um copo de refrigerante e, a cada vez que sentia vontade de uma bebida forte, buscava tomar água. Relatou que chegou a “suar frio”, mas grande foi sua satisfação quando ao ir embora deu-se conta não ter bebido nada alcoólico.
Mudar comportamentos exige mais do que a teoria sobre o mesmo. Exige ação e sem medir esforços.
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