A verdadeira liberdade
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Autor Andrea Pavlo
Assunto PsicologiaAtualizado em 10/8/2010 4:25:52 PM
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Liguei pra a cabeleireira porque, segundo o banco, entre outras coisas, precisaria de uma carta de anuência dela, dizendo que paguei. Mas, ela não depositou o cheque na conta dela. Ela repassou a um fornecedor, que repassou para outro fornecedor e aí a bola de neve foi andando. Consegui entrar em contato com o fornecedor para quem passei o cheque, mas ele desconfia que eu, na verdade, armei um plano pra saber quais são os fornecedores dele. Eu, que entendo patavinas de cabelos e vendas.
As coisas estão neste pé. Eu não consigo convencer o fornecedor a me ajudar. A cabeleireira é muito menos e eu não consigo resolver a pendenga. Problema chato, para caramba.
Mas, claro, eu sei que o Universo não quer me deixar com o nome sujo e sim me ensinar uma lição. E depois de meses pensando, finalmente descobri por que. Hoje, recebo um e-mail da minha academia dizendo que eu não paguei o mês vigente. Sendo que eu paguei, e tenho o recibo, mas já é mais uma coisa na minha cabeça. Por que diabos está acontecendo este monte de rolos. Não são dividas, são confusões com os cheques que eu não consigo solucionar. O que acontece?
O cheque é uma coisa poderosa. Assim como são todos os seus créditos. E um crédito infinito que você tem com no seu banco. Ninguém dá um limite pra passar cheques a não ser, claro, quando seu nome fica sujo. Então porque eu estou limitando o meu crédito no Universo? Porque não estou tendo o poder de resolver o problema? Ah, sim, o poder de resolver o problema.
É muito fácil perder o nosso poder. O nosso poder de decidir, de ser a gente mesmo, de não dar força para o que os outros dizem. Acabo de ler um livro magnífico que fala um pouco disso, o poder de amar o seu corpo mesmo quando todo mundo diz que está errado. Há tempo venho perdendo o meu poder, dando o meu poder ao nada. Às opiniões das pessoas, à minha família, ao meu namorado, ao meu cachorro. Deixo que os outros digam que eu estou gorda demais, fraca demais, cansada demais. Deixo os outros escolherem o melhor corte de cabelo quando leio na revista que nós, gordinhas, não podemos ter cabelos curtos demais. Deixo o meu poder para os outros quando acredito que a vida de uma blogueira de moda famosa ou de uma celebridade é mais interessante (e importante) do que a minha. E como é fácil cair nestes padrões de autodestruição (sim, porque isso destrói a sua vida inteira). Ler que você tem que isso, precisa daquilo. Não pode mais comer chocolate porque ele poderá te matar, não pode nem chegar perto do açúcar senão fica baranga. Que precisa de exercícios (muitos), que precisa, basicamente, de conserto.
Como se fôssemos bonecas e viéssemos com defeitos de fabricação. Tanto que, nas entrevistas de empregos, sempre perguntam "qual a sua maior qualidade e seu maior defeito?". Eu já seria barrada aí numa entrevista destas porque responderia "não tenho defeitos, tenho coisas que, quando eu faço, não geram bons resultados, mas isso não quer dizer que eu seja defeituosa, mesmo porque tudo pode ser repensado". Repensado, e não melhorado. Querer ser melhor significa que você está ruim, está aquém de alguma coisa. Querer ser melhor te faz se comparar com os outros pra poder perder e achar que tem que melhorar.
E querer melhorar, dá seu poder aos outros. Porque, pensa, se eu preciso ficar "melhor" é sempre com relação a alguma coisa. E esta alguma coisa está e estará sempre fora de mim. Ou preciso melhorar porque li que pessoas de sucessos são mais inteligente, então preciso ser mais inteligente. Ou porque pessoas legais e sexys são mais magras, então preciso melhorar meu peso. Ou porque li que eu posso morrer se comer azeitonas demais, então eu tenho que melhorar isso. A gente nunca faz pela gente, sempre faz pelos outros, pelas regras estipuladas. É tão difícil simplesmente aceitarmos que nossas opiniões, mesmo que desprovidas de comprovações, são certas pra gente. Que nosso cabelo pode ter o comprimento que nós achamos mais adequado. Que nós não precisamos ter nascido em berço de ouro pra desfrutar da vida. Que nós não precisamos ganhar 50 mil por mês pra sermos felizes.
Voltar às origens, à simplicidade. Tomar o nosso poder de volta. Aquele que nos diz que sim, nós fazemos escolhas sensatas quando ouvimos a nossa alma, o nosso coração. Hoje mesmo eu fui ao cabeleireiro (aquele) e cortei o cabelo curto (paguei com dinheiro, só pra garantir). Mesmo que a minha cara fique parecendo mais gorda, mesmo que todo mundo diga que isso não é o que me cai bem, eu quero, poxa. Eu tenho o meu senso estético, que está lá dentro da minha alma e que eu trabalho pra acessar e pra ouvir. Eu paro, eu me escuto e eu sei que não é legal pro meu corpo comer 12 azeitonas. Eu sei que comida natural é mais legal do que industrializada porque quando eu como algo natural a sensação do corpo é melhor. E é baseada nisso que eu quero viver, que eu quero agir no meu mundo. Baseada única e exclusivamente no Andrea lifestyle, nas dicas de moda da Andrea, nas dicas de beleza da Andrea, ou melhor, em todos os sensos inomináveis que estão lá dentro da minha alma. Chega de ser escrava do mundo, estou livre. De verdade!
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |