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ACESSO AO INCONSCIENTE – ÚNICA FORMA DE CRESCIMENTO

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Autor Osmar Francisco dos Santos

Assunto Psicologia
Atualizado em 26/08/2015 16:57:54



Não há outro meio de despertar nossa mente interior, desconhecida da mente racional a não ser pelo acesso ao inconsciente. De acordo com Jung em “Presente e Futuro”, o que está mudando em nós é o homem inconsciente que está despertando, e isso não é de nossa vontade consciente”. Este trabalho de descoberta interior é individual e consiste na nossa grande viagem. Mas, o que vem a ser o inconsciente? De forma bem simples tudo aquilo que desconhecemos. Só que muito desta nossa ignorância nos leva a ter uma consciência limitada de nós mesmos e da realidade que nos cerca. Então desenvolvemos padrões de comportamento com o objetivo de nos dá segurança de que estamos certos ou, melhor que estamos no controle de nossas vidas. Todo passado histórico, pessoal e coletivo se encontra gravado de forma energética em nosso DNA; assim como o futuro de nosso desenvolvimento que ainda não conquistamos, embora a respeito do futuro eu não queira dizer que existe uma determinação inexorável. Não há um determinismo absoluto, mas nosso futuro é consequência de cada ação ou omissão nossa. Nietzsche dividia os homens em duas categorias básicas: os ativos que promoviam as mudanças e os reativos que apenas reagiam a elas.
Quando agimos de forma intempestiva ou, então nos omitimos quando deveríamos agir, somos tomados por “entidades inconscientes conforme explica M.L.Von Franz (O homem e seus símbolos – 1974 – Editores Nova Fronteira – Rio de Janeiro): “Infelizmente, cada vez que uma destas personificações do inconsciente se apodera de nossa mente, parece que somos nós mesmos que criamos aquele tipo de pensamento e sentimentos. O ego se identifica com eles a tal ponto que se torna incapaz de destaca-los e reconhece-los exatamente como são. Fica-se de fato “possuído” pelo personagem do inconsciente. Só quando cessa este estado de dependência é que se verifica horrorizado, que se fez e disse coisas diametralmente opostas ou que na verdade se pensa e sente – isto é, que se foi vítima de um fator de alienação psíquica”.
O texto por si só é bastante esclarecedor, nossa dificuldade em compreender e aceitar se baseia principalmente em nos iludir que temos consciência plena de tudo. Muitas vezes dizemos com orgulho: “eu me conheço”. Por outro lado essa ilusão que nos atrapalha a enxergar a realidade nos dá segurança que embora seja enganosa e parcial, também nos protege de entrar numa ansiedade e provocar o pânico. É fundamental entender que a paranoia (para além da alma, do nous, como é conhecida a alma em grego) é um fator constante a todos nós e nos acontece todos os dias, conforme tive a oportunidade de esclarecer em artigo recente. Nossos sonhos, obras de arte, descobertas científicas que provocam grandes mudanças na sociedade são ocorrências paranoicas. Dessa forma a revelação e o delírio têm a mesma origem: Além da alma. No dizer de Hillman (paranoia – Editora Vozes, pág 31 – Petrópolis 1993): “O espírito fala, digamos, delirantemente, ou para-noeticamente: a Palavra é elíptica, parabólica, (nunca reta ou quadrada), brincando ou jogando com nossas mentes coerentes. O discurso do espírito torna-se psiquiatricamente delirante quando ouvido como verdade, ordem, missão, profecia. O Todo-Poderoso pensa com espírito de humor, um Deus Brincalhão(Trickster); Deus uma criança brincando (Heráclito, fragmento 502).
Ainda a respeito da natureza infantil de Deus, ou seja: a ausência de julgamento, ressentimento ou sentimento de culpa, não podemos nos esquecer de jung: “...mas o espírito da profundeza ensinou-me que sou um servidor e servidor de uma criança. Esta palavra repugnou-me e eu a odiei, mas tive que reconhecer e admitir que minha alma é uma criança e que Deus é uma criança em minha alma”.
Esta descoberta que nós não somos conscientes o tempo todo, a invés de nos trazer insegurança ou fuga da realidade, deveria nos proporcionar o grande desafio proposto por Sócrates: “Homem conheça a ti mesmo”; Jesus Cristo: “Conhecerei a verdade e ela vos libertará”; ou ainda Nietzsche: “Torne-te quem és”.
A questão básica do Novo Testamento, “amai ao próximo como a ti mesmo”, tem sua raiz no amor íntimo por nós mesmo no Ser Divino que repousa no inconsciente de cada um de nós. Esse ser deve ser considerado como de outra sintonia, não podendo ser alcançado pela consciência lógica. Se o nosso amor ao próximo dependesse do amor pela nossa personalidade consciente, não seria amor e sim um jogo de manipulação do próximo. Essa questão precisa ficar bem esclarecida, uma vez que a incompreensão dela nos torna passiveis de ser controlados por aqueles que se propõem a resolver nossa vida espiritual. Finalmente o amor pelo nosso ente divino é a base da verdadeira fé, porque nasce da certeza de nossa divindade que é a imagem e semelhança de quem nos criou e não aquela fé cega, filha da ignorância. Quem sabe não precisa acreditar.
Voltando a questão de compreendermos a existência do inconsciente podemos simplesmente observar a vida cotidiana. Há sempre um material em nossa mente do qual não nos apercebemos a maior parte do tempo. Algumas vezes nos surpreendemos com uma recordação. Uma associação feliz, um ideal, uma crença que inesperadamente surge de um lugar desconhecido. Outra forma de sentirmos o inconsciente é através de uma onda emocional repentina, a euforia inexplicada ou a raiva irracional que invade amente consciente e a dominam. Não temos tempo de compreender a erupção desses estados emocionais e tomamos atitudes precipitadas ou, então, construímos conceitos baseados neles, o que nos leva a confusão.
O inconsciente manifesta-se através de uma linguagem própria, simbólica. Não é somente através de um comportamento ou pensamento involuntários ou compulsivos que sentimos o inconsciente. Ele possui dois outros caminhos para se comunicar com a mente consciente: os sonhos e a imaginação. Ambos são canais muito sensíveis, que pertencem a outra sintonia, por esse motivo temos dificuldade de nos lembrar dos sonhos. Algumas pessoas até pensam que não sonham, mas eles ocorrem diariamente, pois além de sua função de comunicação com o consciente, eles têm a finalidade de organizar a memória e proteger o sono, que por sua vez tem a finalidade fisiológica de liberar os neurotransmissores, responsáveis pelas funções de equilíbrio vital de nosso corpo.
Nossas “ferramentas” de trabalho mais importantes e disponíveis para abordar o inconsciente são, portanto, os sonhos e a imaginação, podendo esta ser considerada um tipo de “sonho acordado”, com isso não me refiro a devaneios sem pé nem cabeça, mas a imaginação que partem de situações concretas ou de sonhos que se desdobram em imaginação para serem melhor compreendidos. Uma pessoa que está em processo de análise, tem nos sonhos e na imaginação o melhor material para solução de suas crises e crescimento, deste que o analista trabalhe com esse material, o que não é comum. Mesmo sem o auxilio de um analista, qualquer pessoa com disciplina poderá se beneficiar ao anotar seus sonhos, mas não deve se basear em interpretações lógicas como se todos os sonhos fossem premonitórios. O estudo simples sobre simbologia, principalmente as da Mitologia Grega, vai aos poucos, nos dando uma compreensão da linguagem dos sonhos. A simples anotações cronológicas vão construindo enredos que se encaixam, pois o inconsciente “compreende” que se abriu um canal com a mente consciente.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Osmar Francisco dos Santos   
•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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