ADOÇÃO - Debilidade da Desculpa
Atualizado dia 5/26/2012 4:44:58 PM em Psicologiapor Nilton Salvador
O país que ri da própria desgraça.
Quando se trata do assunto adoção, então, a palavra expressa em si, dificilmente traz surpresa boa, pois muito embora nem se saiba que assunto será tratado, o sorriso de desdém vem primeiro.
25 de maio - Dia Internacional da Adoção.
É o sorriso de desdém que surge. Abusado. Insosso. Poderia ser gostoso se fosse dissimulado, pois assim não indicaria duplo sentido.
O exercício de conversas objetivando adoção tem sempre a mesma variável do tipo, quem sabe poderei ajudar ou um desvio para conversar depois.
Não se tem condições por um motivo qualquer, pois a abordagem leva a pensar que adotar é manter ou alimentar uma criança, ou ainda falar sobre ela, o interesse para conversar se esvai.
São conversas que causam pavor, pois afinal, criança é criança, incomoda, faz barulho, tem que ser educada, comer e... Pior ainda, não é sua.
De conversa em conversa, foge daqui, escapa dali, corrigido um ponto de vista, alterado o lugar de uma vírgula, embora sancionada com reparos, a nova Lei de Adoção vigora com vistas a diminuir a pilha de processos, que cresce dia a dia nas instâncias judiciárias, por falta de flexibilidade.
Milhares de crianças e adolescentes, que nada tem a ver com os rituais das leis, ficam na fila de espera para serem adotados, às vezes durante anos mesmo superando burocracia necessária, que sendo inflexível, torna-se cruel e insensível.
Pouca gente pergunta se as crianças querem deixar aqueles lugares que chamam de abrigo, onde em alguns mal e mal as protegem das intempéries, dos maus pais, do estado injusto e mesmo se manter como infante em busca de uma chance de inclusão na sociedade.
O risco de nunca ser adotada em face da sua idade adiantada, era mais um tipo de medo criado pelo arrogante jargão assistencial, que se julga sábio, considerando a criança com mais de quatro anos de idade, velha, caiu para menos, deixando de existir a debilidade da desculpa de que era difícil para ela absorver ensinamentos, como impeditivo para adotar.
A lei nada mais era que palavras apresentando entre si o mesmo significado, atrapalhando aqueles que pretendiam adotar alguém.
Como nem tudo pode ser ruim, o prazo de adoção foi reduzido para um ano, desde que cumpridas às exigências legais, em processo que garanta a proteção integral à criança, adolescente ou não.
Na nova Lei de Adoção, entre as mudanças mais importantes previstas, está a definição do conceito de família ampla, onde há empenho para permanência de menores na família original e, em caso de impossibilidade, com parentes próximos como avós, tios e primos.
Superados os rigores previstos no Código Civil brasileiro, minoradas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, visando à finalidade social para qual o ato se destina, a Lei da Adoção atende também as exigências internacionais, conforme estabelece a Convenção de Haia, prevendo também a garantia do direito à convivência familiar comunitária pelo adotado.
Sem desculpas.
Basta querer adotar.
Trecho do livro: ADOÇÃO - O Parto do Coração
www.clubedeautores.com.br
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 6
Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual; Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender; Adoção - O Parto do Coração. Brasileiro. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |