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Adolescência: SER ou ESTAR?

Atualizado dia 5/24/2017 11:36:02 PM em Psicologia
por Melcina Moura Moreno


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“Sonhe grande, eles dizem. Mire alto.
Depois eles nos trancam por 12 anos e nos dizem onde sentar, quando fazer xixi e o que pensar.
Então, fazemos 18 anos e, mesmo que nunca tenhamos pensado sozinhos, temos que tomar a decisão mais importante das nossas vidas”. 

13Reasons Why

Todos nós adultos estivemos adolescentes, você se lembra desse período? Confusão de sentimentos, dores inconfessáveis, blá-blá-blá e silêncios. Como você saiu – se saiu - dessa toca do coelho, refiro-me ao livro Alice no país das Maravilhas, de Lewis Carroll, resulta em quem você é hoje.
Adolescência não configura uma identidade, mas constitui um período, uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, por isso a expressão ‘estivemos’ ao invés de ‘fomos’.
O tempo passa, o mundo mudou, a comunicação digital causa a pseudo-verdade de aproximação. Adolescente sem celular é improvável. Adolescente sem internet em seus celulares, sem redes sociais, sem selfies... impossível. Contudo, o pano de fundo permanece o mesmo.

O adolescente vive intensamente seu mundo interno, buscando desvendar sua própria personalidade, suas ideias e seus ideais, por isso se compara com os outros. Cabe dizer que: “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Como educadora e psicanalista pude perceber nos ambientes escolares e no meu sofá essas pessoas com expressão de apatia, afetando – muitas vezes – camadas intelectuais, filosóficas e estéticas, preenchendo sua vida de teorias, de comparações e conceitos questionáveis e também inaceitáveis.
Nesse período, fica mais exacerbado o bullying, expressão de sentimentos de rancor, vingança e violência. Preocupação com o pertencimento faz com que haja a imitação da pessoa idealizada, colegas mais velhos, mais influentes, mais inteligentes, mais populares. Essa imitação – quase nunca – é válida, saudável e próspera para o adolescente.

A partir dos 16 anos, o adolescente é considerado um pré-adulto, tem de assumir posturas adultas, fazer escolhas adultas, mesmo sem estar emocionalmente maturo para fazê-las, pois em sua rotina os relacionamentos ocupam muito espaço. Questionamento da autoridade, do seu papel social, familiar, escolar, entre os amigos é tendencioso, gerando atitudes de rebeldia, de negação, de desespero. Muito se tem falado sobre Thirteen Reasons Why e Baleia Azul, diversas opiniões ocupam nossas conversas e a timelines.
O fato é que o tema adolescência – ainda hoje – é abordado com trivial, mas carece de atenção comprometida e focada. Após leitura lenta e profunda do livro de Jay Asher, Thirteen Reasons Why, assisti à 1ª Temporada da Série homônima pela NetFlix. Excelente obra e interpretação primorosa configura um alerta para as questões adolescentes. Viável oportunidade para pais dialogarem com seus filhos sobre suas adolescências, comentando os pontos comuns e entendendo os pontos diferentes. Assim como abre espaço para que as instituições pedagógicas repensem seu papel educacional e social, evitando fazer vistas grossas para os pertinentes dilemas de seu público-alvo.
Por um lado, como não lamentar e repudiar o aproveitamento espúrio da dor, carência e crise adolescente, através da exploração patológica e destrutiva que a Baleia Azul propicia. Adolescentes selecionados dentro de um perfil potencialmente autodestrutivo são retroalimentados, garantindo-lhes o pertencimento a um grupo eleito de pessoas corajosas que se superam a cada desafio, construindo histórias, garantias de honra cuja premiação final e honrosa – aos olhos dos organizadores – é a própria morte de maneira heroica. Em nenhum momento fala-se dos problemas, dos medos, a ênfase acontece na obediência absoluta, seguindo as regras impostas, sem questionamentos.

De outro lado, tem-se a iniciativa brasileira e louvável, conhecida como Baleia Rosa, que constitui o exercício da autoestima que se expande para o mundo, construindo uma onda de fortalecimento da própria pessoa, valorizando seus pontos de luz e sombra, exercitando as boas obras, edificantes não são individualmente com também das pessoas ao redor.

O caminho do Meio para a questão "adolescência" habita no diálogo harmonioso, sincero entre pessoas fantásticas: as, que já passaram e sobreviveram à adolescência e as, que estão passando pela turbulência adolescente, mergulhando na toca do coelho cuja saída acontece sempre e aponta para a VIDA nova onde você assume – de fato – o comando da própria vida, mas o diálogo entre o gato risada e Alice retrata com excelência esse conflito e a dica para a saída e caminhada até o seu estado desejado.

“Alice pergunta:
Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?
Isso depende bastante de onde você quer chegar, disse o Gato.
O lugar não importa muito…, disse Alice.
Então não importa o caminho que você vai tomar, disse o Gato”. 


Abraços Resilientes da Melcina.
#melcinacoaching,com.br

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Texto Revisado

 

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