Almas que se (re)encontram: Uma Visão Psicanalítica
Atualizado dia 18/01/2021 23:11:34 em Psicologiapor Wiliam Wagner Silva Sarandy
Qual será a fonte dessa impressão?
A mente humana é um instrumento complexo, não cabendo aqui apenas uma explicação ou explicações simplórias, que tentem resumir uma rede de implicações psíquicas e sociais. Porém, um dos caminhos possíveis de resposta (sem a pretensão de esgotar outras hipóteses também possíveis) está no conceito psicanalítico de inconsciente.
Mas... o que vem a ser o inconsciente, segundo a psicanálise?
Como pode ele afetar a nossa vida objetiva ou através dele formatar a nossa realidade concreta?
Podemos compreender o inconsciente como uma instância psíquica.
O que isso significa?
É um nível da mente, um mecanismo vivo de onde extraímos conteúdos psíquicos, como memórias, desejos, sentimentos, traumas, emoções, padrões de comportamento, conhecimentos nossos, mas dos quais não nos recordamos e que parecem misteriosos para nós mesmos, enfim... nossas vivências independentemente do tempo em que ocorreram, porém que não estão em nível consciente, que esquecemos ou negamos ter ciência delas, mas que influenciam significativamente a nossa vida.
O inconsciente corresponde, assim, ao maior conteúdo da mente, está submerso em nosso psiquismo, como a parte submersa de um iceberg! E, em muitas situações, pela dinâmica da vida, parte deste conteúdo psíquico vem à tona, aparece na superfície, dando a impressão de uma invasão, por vezes assombrando pelo que se revela de nós mesmos e que muitas vezes gostaríamos que ficasse escondido.
Voltando ao nosso tema central, como podemos explicar quando duas pessoas se encontram, tendo as duas a mesma sensação (clara) de que estão se reencontrando, no entanto, sem nunca terem se visto?
Em uma perspectiva psicanalítica, tudo o que ocorre no psiquismo humano está interligado, portanto, não existe acaso para os fenômenos psíquicos e, deles, para os fenômenos sociais. O encontro entre duas pessoas é, em verdade, um encontro de desejos, tanto de um, quanto de outro!
Através de diversas experiências, das alegrias e das tristezas, das venturas e dos sofrimentos, das realizações e das frustrações, o indivíduo foi se moldando, construindo a sua personalidade e fortalecendo os seus desejos, que estão pulsando em nível inconsciente.
Sejam esses encontros positivos ou negativos, o fato é que são filhos dos desejos de cada uma das partes. Em algumas ocasiões, onde os desejos são coerentes, há encontros harmônicos, frutos da maturidade psíquica forjada ao longo da vida; já em outras ocasiões, onde os desejos são incoerentes, conflitantes, cheios de culpa, há encontros desarmônicos, trazendo sofrimento, pela repetição de padrões comportamentais ainda não amadurecidos.
A felicidade ou a infelicidade das relações depende dessa consciência.
Os (re)encontros, assim, por mais romântica que possa ser essa visão, são (re)encontros consigo mesmo, encontros e reencontros com o seu próprio desejo!
Então, o que você deseja?
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