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AS GRANDES CATÁSTROFES E A LEI DO CARMA

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Autor João Carvalho Neto

Assunto Psicologia
Atualizado em 23/06/2009 16:25:19


Recentemente, assistimos estarrecidos à tragédia com o vôo 447 da Air France que culminou com a morte de todos os passageiros e tripulação. Independente das causas materiais ou humanas, que estão sendo periciadas, muitas pessoas ficam se indagando sobre haver causalidade ou casualidade para mortes coletivas dessa natureza.
Apesar de fazermos parte de um país com predominância de católicos, existe uma familiaridade cultural com conceitos de outras filosofias religiosas, como o budismo e o espiritismo, abrindo espaços para a convivência na crença na reencarnação e na chamada lei do carma.
Há poucos anos atrás, para surpresa de muitos, em pesquisa realizada por uma revista de larga circulação nacional, foi aferido que 82% da população brasileira era simpática à idéia da reencarnação. E isso não é de se estranhar, inclusive no que toca à sua consequência principal que é a lei do carma. Quantas vezes ouvimos pessoas que não são adeptas do budismo, do Espiritismo ou de filosofias espiritualistas tentarem explicar acontecimentos de suas vidas com frases do tipo: “O que será que eu fiz em outra vida para merecer isso?” ou ainda “Na outra encarnação eu devo ter feito muita coisa ruim para merecer isso”.
Tais afirmações denotam o aprofundamento com que esses conceitos têm se introjetado no imaginário de nossa cultura popular, confirmando o ditado que diz “onde há fumaça deve haver fogo”. Corroborando com esta tendência, as ciências têm demonstrado haver evidências fortíssimas a esse respeito e não têm sido poucos os programas jornalísticos que vêm documentando fatos a esse favor.
No que diz respeito às grandes catástrofes que afligem a humanidade, como no vôo 447 da Air France, as pessoas tendem a pensar que todos aqueles que lá morreram tinham uma história passada que justificava este tipo de morte, ou seja, eles não estavam lá por acaso, mas porque precisavam morrer daquela forma.
Será isso verdade?
Do meu ponto de vista, a lei do carma é uma tese mais do que confirmada por todos aqueles que militam com Terapia Regressiva de Vidas Passadas, quando em nossos consultórios lidamos, no dia a dia, com os sintomas atuais de nossos pacientes sendo explicados, através da regressão, por comportamentos de outras vidas que geraram consequências para o presente. Contudo, a experiência tem demonstrado também que esta relação – de causa e efeito – não obedece a um sentido objetivo, ou seja, como na Lei de Talião, “dente por dente, olho por olho”. A relação parece obedecer muito mais a um sentido subjetivo, em que não importa tanto o fato mas sim o significado da experiência, de tal forma que as experiências podem ser idênticas mas produzir significados diferentes ou serem diferentes mas produzindo significados iguais.
Este princípio está perfeitamente de acordo com a lei de sincronicidade proposta pelo eminente Carl Gustav Jung, discípulo dissidente de Freud que, estudando o funcionamento da psique, percebeu que o inconsciente humano está ligado a uma macroestrutura, o inconsciente coletivo, de onde é influenciado com base nas suas necessidades de harmonização. Ou seja, nós nos ligamos, pelas necessidades cármicas geradas em outras vidas, não pelos fatos em si mesmos mas pelos seus significados, a outras pessoas e ao inconsciente coletivo, vivenciando experiências comuns a que somos conduzidos inconscientemente.
Isso quer dizer que aquelas pessoas não estariam “programadas” de forma inexorável para morrer naquele acidente de avião, mas que ao nascerem traziam uma necessidade cármica de viver o significado pessoal de uma morte prematura que poderia ser naquele dia ou em outro próximo. No momento em que algumas predisposições surgiram para que o acidente acontecesse, como a possibilidade de uma falha material ou a perturbação para o erro de um dos pilotos, as pessoas que estavam sincronizadas com a necessidade dessa experiência embarcaram no avião e outras que não estavam dele saíram, todas atraídas ou afastadas por uma causalidade cármica pessoal.
Claro que, volto a insistir, não me parece que o fato estava escrito desde sempre, conforme muitos poderiam pensar, até porque, nesse caso, alguém teria que ter nascido para provocar a falha, material ou humana, e nos parece inconcebível que um ser humano nasça com a missão de se tornar um assassino. Isso lhe tiraria todo o princípio em que se assenta a própria lei do carma ao atribuir livre arbítrio mas com responsabilidade. E como responsabilizar alguém que nasceu predestinado a errar?
Logo, o acidente não poderia estar absolutamente programado, mas esta programação foi processual, na medida em que situações preliminares forem se estabelecendo, criando predisposições que passaram a atrair, por sincronicidade de significados, as pessoas que se ligaram a esta situação por suas histórias passadas.
Por tudo isso, vale frisar que nenhum carma é inflexível, ao contrário, é dinâmico, pessoal e processual, estando sempre sujeito às atitudes com que o transformamos cotidianamente.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”
www.joaocarvalho.com.br


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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