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BULLYING

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Autor João Carvalho Neto

Assunto Psicologia
Atualizado em 08/08/2010 19:27:58


Quem não se lembra, dos seus tempos de escola, daquele coleguinha mais gordinho ou daquela outra mais alta e magra, que eram vítimas de apelidos pejorativos? “Olha lá... o bola!”, “Lá vem a girafa...” eram expressões muito comuns para designar a condição aparentemente diferente dessas crianças. Pois isso é, e tem sido, um dos aspectos do que passamos a chamar de bullying.
Na verdade, nos tempos atuais, temos ouvido muitas terminologias novas para definir comportamentos patológicos antigos, que antes passavam desapercebidos e agora começam a constar das classificações de doenças.
A palavra de origem inglesa bullying significa um conjunto de atitudes violentas, físicas ou psicológicas, que ridicularizam e humilham suas vítimas, tendo na escola seu principal palco de vivência, mas que acaba se desdobrando nas demais áreas da vida social da criança ou adolescente, quando são utilizados também a internet ou celulares para difamar ou caluniar.
Aliás, este é um dos grandes problemas do anonimato que se esconde atrás das telas dos computadores, onde se pode lançar falsas idéias ou ofensas sobre outras pessoas, que caem em domínio público, sem que os responsáveis sejam conhecidos.
Mas o bullying não termina por aí. Costuma evoluir para agressões físicas, ostensivas ou intimidadoras, cerceando a espontaneidade do outro, que pode desenvolver diversas formas de transtornos psicológicos, como fobia escolar, fobia social, ansiedade e depressão, perdurando ao longo da vida adulta quando não tratado devidamente.
Se formos prestar atenção mais acurada ao problema, vamos nos deparar com o fato gravíssimo de que, em diversas ocasiões, alguns professores também fazem parte do processo, por omissão ou ativamente, ridicularizando alunos diante da turma pelas dificuldades ou diferenças que eles apresentem. Não é incomum que a repetência e a evasão escolar se originem em comportamentos dessa natureza.
Hoje sabemos, pelos conceitos das múltiplas inteligências, que estes alunos diferentes podem ser portadores de habilidades excepcionais. O nadador Michael Phelps, a cantora Madonna e o cineasta Steven Spielberg foram vítimas de bullying na infância. Estes foram capazes de superar as diferenças e o assédio para desenvolverem suas potencialidades, mas muitos outros, na verdade a maioria, acabam tornando-se pessoas frágeis emocionalmente, incapazes de estabelecer relacionamentos interpessoais saudáveis e gratificantes.
E então, entramos em um questionamento importante: quem é a vítima e quem é o algoz?
Vocês podem estar achando estranha esta colocação, mas ela realmente procede.
Aquelas crianças que agem com violência discriminativa contra seus colegas costumam ser vítimas dessa mesma violência dentro do próprio lar, através de atitudes de seus pais (quase sempre o pai). Elas passam a repetir o comportamento em outros espaços por força da repetição dos exemplos e por necessidade de aliviar as tensões que construíram dentro de si mesmas, descarregando nos outros aquilo que sofreram sem possibilidade de reação.
Além disso, de alguma forma, todos somos vítimas de uma cultura social que tende a uniformizar e valorizar biótipos e comportamentos, discriminando as diferenças. É o que a mídia faz constantemente, com raras exceções. São modelos de mulheres e homens bem sucedidos, neste ponto de vista, que aparecem como instrumentos de propaganda para a comercialização da produção capitalista. Ora, é evidente que estes modelos vão sendo introjetados no psiquismo humano que passa a buscá-los como a única forma de se sentir feliz. Quem não se enquadra estaria fadado ao fracasso.
Se olharmos com mais profundidade a questão, percebemos que sua origem se estende além dos muros da escola e muito atrás no tempo. Uma sociedade que tende a classificar seres humanos em função de sua aparência ou de conquistas profissionais e econômicas já é, em si mesma, uma sociedade enferma.
Por outro lado, a criança que sofre o bullying, mesmo antes dele acontecer, já costuma apresentar sinais de fragilidade emocional e, por isso, torna-se a vítima, enquanto outros portadores de aparentes diferenças reagem, superam e se impõe aos seus colegas.
Acredito que o bullying é, por tudo isso, uma síndrome que se instala muito mais como um sintoma derivado de patologias psicológicas, sociais e culturais, do que como um transtorno de natureza específica.
É preciso que as escolas e as famílias estejam atentas a estas situações para que medidas corretivas sejam adotadas, não só através de atitudes cerceativas, como também pelo encaminhamento à psicoterapia adequada. Mas que não se esqueça, acima de tudo, que só se precisa curar porque não se soube cuidar. Prevenir é a melhor opção. E a melhor forma de prevenir o bullying é trabalhar e desenvolver valores mais humanos entre as pessoas, como respeito, solidariedade, fraternidade e amor. Com estas vacinas, não haverá violência que sobreviva.
João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”
www.joaocarvalho.com.br


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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