Como lidar com a frustração
Atualizado dia 28/07/2011 14:06:20 em Psicologiapor Mauro Kwitko
Fiz algumas coisas erradas, como todo mundo faz, a maior parte delas devido a esse sentimento. E agora, neste momento, em que estou escrevendo um livro sobre o uso de cigarro, bebida alcoólica, maconha, cocaína, crack e outras coisas, fico pensando em quantas pessoas utilizam essas substâncias prejudiciais devido a uma frustração e, talvez, como eu naquela época, seus pensamentos girem em torno disso, não vêem saída para ela. Não tem jeito mesmo e, então, o negócio é fumar, beber, viajar, ligar-se, é morrer (literalmente ou aos poucos).
Temos uma tendência de enxergarmos mais as coisas ruins e desagradáveis da nossa vida. Por exemplo, nesse momento em que você está me lendo, tenho uma ótima notícia para lhe dar: você não é cego! Isso não é algo espetacular? E se você ouve o barulho da rua e os ruídos de dentro de sua casa, tenho uma outra notícia incrível para lhe dar: Você não é surdo! Não acha isso uma coisa fantástica? E se você está segurando esse livro com suas próprias mãos, isso significa que você tem mãos! E braços! Meu Deus, você é um abençoado. E se der vontade de comer ou beber algo, ou de fazer xixi ou cocô, e você conseguir levantar-se e chegar na cozinha ou no banheiro, significa que conseguiu esse feito com sua próprias pernas e, então, você tem pernas!
Digamos que alguém tenha uma grande frustração porque não teve um pai como queria, um pai ausente, agressivo ou sacana, um tipo assim, com aquelas características bem marcantes, que causa em seu filho uma frustração muito grande, uma dor enorme, uma mágoa muito chata, às vezes uma raiva terrível que se mistura com amor e nem sabemos mais o que estamos sentindo, enfim, um pai que age assim com a gente.
Tudo o que sentimos vem de um sentimento de frustração muito forte, porque gostaríamos de ter tido um pai muito legal, presente, carinhoso, conselheiro, um pai perfeito!
Eu mesmo fui até quase metade dessa encarnação bem chateado porque não tive um pai perfeito, não era como eu queria que tivesse sido, me chateava muito, me magoava, me dava raiva, muitas vezes fumei, bebi, por causa disso. Que sacanagem ter um pai assim.
Eu fui mais uma das vítimas do maior vilão que existe solto pela Terra: o nosso Ego. Não que ele seja um malvadão, um mau caráter, um bandido, um serial killer, um psicopata, não, geralmente nosso Ego é até uma boa pessoa, honesto, querido, bem intencionado, cuida da gente, nos protege, cria até muitos mecanismos de defesa para nos proteger, para a gente ficar só neurótico senão a gente ficava psicótico; o nosso Ego é tudo de bom, só tem uma coisa: ele é muito infantil e, como tal, muito egoísta. Até as três primeiras letras da palavra “egoísmo” são essas: ego.
Vejamos um exemplo de frustração de uma pessoa que queria ser uma coisa na vida e não conseguiu. Não deu certo, porque não tentou, ou nem se esforçou, ou faltou talento suficiente e apoio, não teve dinheiro, ou a vida não permitiu; ou qualquer outra desculpa dessas que nossos Egos se especializaram em mentir para nós e fingimos acreditar. Afinal, é muito mais tranqüilizador achar-se injustiçado do que ver a verdade e perceber que, se não deu, é porque não era para dar mesmo. E no fundo de tudo aquilo, quem se sentiu ferido foi a sua vaidade. E não deu certo porque ainda não era o momento, senão a vaidade iria sobrepujar todos os limites e, inconscientemente, a vaidade não deixou, já que ela é que veio para ser curada, e aquele sucesso, ser aquilo que tanto queria e sonhava, provocaria uma exacerbação, impedindo a sua cura. A frustração visa mostrar a vaidade a ser curada; o sucesso a esconderia de si mesmo.
E do ponto de vista espiritual, o que é o sucesso? O que é querer ser algo ou alguém na sociedade? Conheço pessoas que trabalham há décadas em trabalhos burocráticos ou corriqueiros e que fumam ou bebem ou cheiram porque não gostam do que fazem, queriam ter sido outra coisa, mataram seu talento, seus pais ou a vida não lhes permitiram ser o que deveriam ter sido, e têm de sobreviver e necessitam assim de substâncias ou medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos para agüentar a sua vida, para poderem viver com essa terrível frustração. Nunca refletiram: quem é que pensa assim? De quem é esse raciocínio? De quem é essa frustração? Do seu Ego. O seu Ego queria ser cantor ou cantora, ator ou atriz, atleta, médico, psicólogo(a), e outras coisas... porque os Egos adoram aparecer, sobressair-se é com o Ego mesmo, um trabalho anônimo, não-saliente, não agrada nosso Ego, ele quer é brilhar!
E enquanto muitas pessoas matam seus dias por trabalhar em algo que não gostam e suas noites e fins de semana por quererem libertar-se da frustração, o Eu Superior e os Mentores Espirituais delas ficam olhando, lamentando que não estejam vendo que são prisioneiras do comando do seu Ego e vão morrer abraçados nele. Depois que desencarnar, quando sair do corpo, e for o Mundo Espiritual, vão relembrar como é a vida lá em cima: muito estudo para aprender como ser melhor e mais útil para os outros e muito trabalho, visando o bem comum. E aí aparece mais quem ajuda mais, salienta-se mais quem é melhor de coração, evidencia-se mais quem é mais gentil e caridoso. E não tem cigarro, bebida alcoólica, maconha, cocaína, crack e outras coisas. Se quiser isso, terá de descer para a Terra e ir obsediar alguém que usa ou ir para o Umbral, lá está cheio disso.
Temos muito tempo pela frente, milhares de anos para usarmos com competência, mas precisamos entender que acreditar na Reencarnação não nos transforma automaticamente em reencarnacionistas, dizer que é Espírita ou Umbandista ou Budista ou de alguma outra religião reencarnacionista e não procurar seguir no dia-a-dia os ensinamentos de Jesus, de Buda, e de outros Avatares que Deus mandou para nos mostrar o Caminho Verdadeiro e nos libertar do caminho da ilusão, não nos confere sabedoria instantânea.
Precisamos entender o que é a vida aqui na Terra, o que é uma infância, o que são os cordões energéticos que nos ligam e nos atraem, e o que são as “ilusões dos rótulos das cascas”, o que são os gatilhos e porque precisamos deles para encontrar as nossas imperfeições; o que são as armadilhas da vida terrena e porque necessitamos delas para avaliar o nosso grau espiritual, entrar em entendimento com o nosso Ego e transferir o comando para o nosso Eu Superior, orar e vigiar permanentemente, aprender a aquietar a nossa mente e ligar-se na Mente Universal. Aí, a maior frustração será ter aproveitado pouco essa encarnação, do ponto de vista espiritual.
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