COMO VAI SEU FILHO ADOLESCENTE?
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Autor HELENA MARIA DE ASSIS
Assunto PsicologiaAtualizado em 9/23/2010 2:51:10 AM
Se perguntarmos a um grupo de adolescentes se é legal ter doze, treze, quinze anos, a maioria certamente irá responder que sim. Mas, se perguntarmos a um grupo de pais de adolescentes se ser pai ou mãe de um ser nessa idade, possivelmente a resposta da maioria não será a mesma.
Nós, de modo geral, temos grande dificuldade em lidar com aguilo que muda, que se transforma, que está em processo de crescimento. Gostamos mais de lidar com o que é estático, com o que está parado e não muda. Então, como é que, numa certa época de nossas vidas temos a função de educar crianças, que crescem, crescem e se transformam em adolescentes e, depois, em adultos?
O que é educar? E como educar um ser em desenvolvimento? Há regras que facilitem a tarefa?
Vivemos em grupo desde que nascemos e é certo que o nosso desenvolvimento implica na comunicação que precisamos fazer com os nossos pares. Inicialmente, os pais, irmãos, familiares, vizinhos, colegas de escola, enfim, precisamos estabelecer relacionamentos pessoais para realizarmos nossos objetivos e sonhos durante nossa caminhada pela estrada da vida.
E tudo começa em casa, quando ainda somos crianças. Quanto mais o filho aprender a se relacionar com os seus pais e familiares próximos, tanto melhos será a sua integração à sociedade. Quanto mais brincar, conversar, perguntar, responder, brigar (no sentido de se posicionar e se defender de ofensas e acusações diante do parceiro), quanto mais ele trocar afeto, tanto melhor será o seu ajustamento social e afetivo ao mundo.
Mas, educar não é fácil, não é simples, não tem manual e para cada familia é de um jeito diferente. E a mãe dos dias atuais é uma mulher que, muitas vezes, exerce uma dupla ou tripla jornada - ser mãe, mulher, desempenhar uma atividade profissional remunerada e é movida, quase sempre, por um sentimento de culpa em relação ao seu filho, que segue o seu desenvolvimento bio-psico-social à revelia da atenção dos pais.
Em alguns casos, crianças e jovens são educados mais pelo computador, pela televisão e pelos celulares do que pela familia, restando da relação com seus pais, uma grande lacuna afetiva. A comunicação virtual nas redes de relacionamento é altamente desenvolvida, mas o que dizer da comunicação real, pessoal dentro de casa, no seio de sua familia?
Conjugar o verbo educar é uma tarefa complexa; não há fórmulas prontas, mas há objetivos a serem atingidos no final do processo: formar cidadãos. Segundo Ana Beatriz Barbosa da Silva, autora de vários livros, entre eles, Bulliyng: Mentes Perigosas nas Escolas, educar é confrontar os filhos com as regras e os limites, além de fornecer-lhes condições para que possam aprender a tolerar e enfrentar as frustrações do cotidiano.
Educar se conjuga com o verbo amar, por isso a tarefa é difícil. E o que é amar? Há confusãoes sobre os verdadeiros significados desses conceitos. Quando dizer não? Quando dizer sim? Qual é o limite?
Hoje uma palmada pode virar crime. Um projeto de lei condena palmadas, beliscões e qualquer tipo de castigo físico que provoque dor em crianças e adolescentes e se estende ao lar, à escola, à instituição de atendimento público ou privado. Considera a palmada como uma banalização da violência. Há quem considere que uma palmada pode, muitas vezes, ter o objetivo de proteger a criança de alguma curiosidade perigosa, como colocar a mão no ferro quente. Que ela pode corrigir um comportamento inaceitável pela sociedade, como o de furtar algo de algum colega da escola. Há quem acredite que não se pode contrariar a quem se ama; e assim, adia-se, para algum momento futuro, a colocação de regras na rotina diária da vida de uma criança, que crescerá num lar onde será sempre o centro das atenções, não sendo jamais, contrariada.
E os pais que descumprirem a nova lei poderão ser punidos e encaminhados a tratamento psicológico ou psiquiátrico, a cursos ou programas de orientação e obrigados a encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado.
Ainda outra lei está a caminho - a que trata da Síndrome da Alienação Parental, conceito que se desenvolveu com o avanço da instituição divórcio. Filhos de pais separados costumam sofrer as consequencias dos conflitos que permeiam a separação de seus pais.
Mas, como fica o adolescente diante de tantas transformações do mundo moderno? Ele é alguem ainda em formação - não é criança, nem adulto - e por isso precisa que seus pais conversem com ele, sempre, muito e, com muita sinceridade, sobre todos os assuntos. Ouvi-los, respeitá-los, orientá-los e, principalmente, ensiná-los com exemplos sobre seus direitos e deveres é amar, literalmente, este ser que será o futuro cidadão do mundo.
"Quem ama não mata, não bate, não desrespeita, mas certamente educa e luta para melhorar o ser amado" diz Ana Beatriz no citado livro.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor HELENA MARIA DE ASSIS Psicóloga Especialista em Psicologia Jurídica Psicoterapia de Adolescentes, Adultos e Idosos Orientação Familiar Orientação Vocacional Acompanhamento Domiciliar E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |