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Conversar

Atualizado dia 10/1/2012 3:24:31 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Já falamos sobre quão importante é a comunicação. Mas sempre há o que se dizer. Em meus temas sempre procuro abordar o dia a dia; as coisas que vivemos e que acontecem conosco ou com pessoas à nossa volta. E sempre me deparo com grandes conflitos, porque as pessoas não estão parando para conversar. Realmente conversar.
"Estava conversando com uns amigos" é uma frase muito comum de se ouvir. Nos últimos dias, desenvolvi uma pesquisa e observei que as pessoas dão o mesmo tipo de resposta quando questionados sobre o que conversam entre amigos, corriqueiramente: "Ah, um monte de bobagens!"; "Apenas jogamos conversa fora" e assim por diante. Poucos foram os que disseram ter falado algo consubstancial, sério, com conteúdo útil e com aproveitamento.
Tanto se fala em empatia (colocar-se no lugar do outro), em compreensão, em entendimento, mas como atingiremos tal estágio se não nos propiciamos ouvir e sermos ouvidos pelos que nos cercam?

Tenho observado dois tipos de comportamento, não só em família, mas também entre amigos e no próprio trabalho.
O primeiro é o de "deixar passar". Acontece algo, quem nota e deveria falar sobre o ocorrido faz de conta que não viu e segue como se nada tivesse acontecido. Os motivos são vários, desde não dar importância ao fato até não "estar a fim" de discutir o impasse naquele momento, por não querer se indispor ou enfrentar a situação. Quando muito, faz rápida referência, sem entrar no mérito da questão e dá o assunto por encerrado (e resolvido).

O segundo comportamento observado é o de "explosão". A reação é tão hostil e agressiva que o conteúdo da conversa transforma-se agressões, justificativas, ofensas e o que realmente interessava fica "esquecido". Não se trocam informações sobre o ocorrido ou sobre o motivo da indisposição criada, enfim, não se entendem.
Há também a mescla dos dois casos em uma só pessoa, que ora deixa passar o que não devia, ora age precipitadamente porque sente que "sua paciência" chegou ao fim. Quantas vezes ouvimos essa frase "minha paciência chegou ao fim"? Posso garantir que na maioria das vezes ela nunca existiu de fato. Existiu sim a omissão, que consideramos como paciência, tolerância.

Querem ver como estamos desabituados de conversar? Procurem se lembrar sobre o que conversaram com o mesmo grupo de pessoas com as quais se reuniram nas últimas vezes. Verão que os assuntos foram repetitivos e ditos até com as mesmas frases, entonações, emoções de quem os relatou, etc. Pior. Normalmente "sacrificando" alguém, relembrando aqui a nossa habilidade em "detonar" pessoas.
É natural o papo descontraído, as piadas, as brincadeiras, ou seja, jogar conversa fora, falar sobre amenidades. Mas não devemos nos esquecer de que falar sobre o que nos é importante é que nos faz crescer.

Neste final de semana, em um encontro com seis pessoas e que durou mais de sete horas, a troca de informações pessoais foi tão intensa e enriquecedora nas duas horas e meia finais, que quando me separei delas me percebi triste, pois pudemos vivenciar momentos em que realmente interagimos e foi tão produtivo que me vi querendo mais. A troca de experiências, a percepção vivencial de cada um propiciou-nos uma dimensão de grande comungar e compartilhar com os demais. Um enriquecimento enorme para cada um, tendo como base para tal o respeito e a consideração ao outro. E cada vez mais nos colocávamos abertos à troca e à convivência comum.

Deixar um pouco as atividades que nos desestimulam de participações ativas nos faz muito bem. Recordo-me que quando ocorreu o vendaval aqui na nossa região, ficamos quatro dias sem internet, dois dias sem energia elétrica e mais dois sem telefonia. Nesta oportunidade, muitos se sentaram para conversar à luz de velas. Seria muito bom que parte dessas pessoas ainda fizesse isso, ao menos uma vez por semana, apagando uma lâmpada, acendendo uma vela e falando de si e de suas experiências, desfrutando da companhia de seus entes queridos.

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