Criar uma vida melhor!
Atualizado dia 4/9/2017 12:26:15 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Dia desses, um cliente chegou ao consultório carregando o mundo nas costas e ao sair me disse: “preciso pôr uns pesos no bolso para não flutuar”.
Ele apenas percebeu que estava a dar importância demais a tudo que o cercava. Se alguém fala um pouco mais ríspido... pronto! Eis que já passa a imaginar dificuldades no relacionamento. Entendeu que as pessoas nem sempre estão sorridentes e, portanto, tem reações diferentes das esperadas e nem por isso é o “fim do mundo”.
“Ele foi ríspido. Então, deixe o tempo passar e verá que nem ele lembrará que agiu assim”. O importante é não ficar se martirizando através dos pensamentos. Ocorreu um contratempo e não pôde realizar tudo o que havia planejado? Que desagradável, não é? Mas nem por isso se deve ficar a reclamar e sim, buscar refazer sua agenda. Reprogramar para a melhor condição posterior.
Viver de uma forma melhor pode ser um de seus objetivos. Para tal comece identificando todas as suas queixas, pode inclusive anotá-las e com calma analise se vale realmente a pena dar tanta atenção a elas. Identifique quais são as pessoas que mais lhe consomem nos relacionamentos e verifique se não há formas mais suaves, mais leves de se lidar.
A esposa que tem um marido rabugento e “reclamão” e todos os dias se ressente dos comentários que ele faz. Ao mesmo tempo não é uma situação de separação, então, já que ele é assim e não demonstra que vai mudar, mude você, deixando de ser tão sensível aos comentários dele.
Uma amiga há pouco tempo se mostrou aliviada, pois insistia em ter em suas relações um amigo que só sabia criticá-la. A gota d’água foi quando ao se mudar e decorar todo seu apartamento, ao ser visitada por ele só teve comentários críticos sobre seu gosto. Respondeu a ele que era assim que ela gostava e quem iria viver ali era ela e não ele.
Após isso não mais o convidou ou mesmo aceitou recebê-lo, pois ele se autoconvidava. Percebeu que após ter agido assim sentiu-se muito melhor e com uma maior autoestima. Hoje só se encontram em eventos que não pertencem a ela. Ele se queixa de sua ausência, ela sempre tem uma palavra delicada, porém firme, para encerrar a cobrança.
Marina ao ver sua amiga chorando porque não poderia fazer a festa que havia imaginado para sua filha de dez anos, pois o dinheiro estava “curto”, disse a ela: “Me diga quanto você pode gastar e me deixe organizar essa comemoração”. Preparou cachorros quentes, pipocas, refrigerantes e brigadeiros. Colocou algumas bexigas como decoração e um som alegre. As crianças todas adoraram. A menina não “cabia em si” de contentamento. Ainda sobrou um pouco de dinheiro.
Querer algo que às vezes está além de nossas condições momentâneas não deverá nunca nos deixar deprimidos ou sem comemorar ou fazer com o que temos ao nosso alcance. Lembrar de que se hoje não é possível, em outro momento poderá ser. Analisar também o porquê das dificuldades e identificar o quanto elas são aumentadas pela falta de foco ao buscar os objetivos.
Querer não é só pensar e sim fazer para com que aconteça. Criar uma vida melhor é passar a dar valor às coisas que lhes fazem bem. É cultivar os relacionamentos que não se detém a críticas e fofocas. Não ter receio de esvaziar-se das relações viciadas, pois estará abrindo espaço para as novas formas de convivência, onde passará a preencher o tempo com assuntos que constroem e não que destroem. Criar uma vida melhor é parar de se martirizar com tudo e com todos. Entender que nem tudo é como achamos que deveria ser e que nosso poder de atuação existe apenas sobre nós mesmos.
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