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CRIMINALIDADE E SEGURANÇA SOCIAL

Atualizado dia 23/12/2010 21:41:44 em Psicologia
por João Carvalho Neto


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Estamos entrando em um novo ano, trazendo um misto de esperança e descrença. Esperança natural de toda mudança de ano, nas expectativas de que soluções milagrosas para nossos problemas possam cair do céu, esquecidos de que “Deus ajuda a quem cedo madruga”, como diz a sábia cultura popular. Mas também descrença pelos incidentes do final do ano de 2010, em que a criminalidade mostrou seu real poder no Rio de Janeiro, e que, com certeza, se enraíza dentro do próprio poder instituído muito mais profundamente do que podemos imaginar, fazendo-nos rejeitar a pretensa idéia de vitória, que nos tentaram levar a acreditar, de super-heróis modernos em batalhas que estão longe de terminar.

Mas escrevo estas linhas no intuito de fazer pensar a massa da população que, imbuída daquela esperança em “salvadores da pátria”, pensa que as mudanças esperadas possam vir de forma simples e sem muito trabalho. Pois se enganam, e se enganam muito.
A questão é muito mais séria do que imaginamos e, por isso mesmo, só se agrava em vez de melhorar.

Quando nos deparamos com um conflito dessa natureza, nosso pensamento imediato é o de desejar o extermínio, ou no mínimo a prisão, de todos aqueles que nos parecem os inimigos da sociedade. Claro que o controle daqueles que se tornam uma ameaça para o bem comum é um dever do estado. Mas se este mesmo estado não cuidar de trabalhar pela regeneração desses indivíduos e pela garantia de justiça social e educação para as novas gerações, estaremos dando murros em ponta de faca, revivendo situações que mais se complicam e que talvez sejam até alimentadas por vantagens que tragam a alguma parcela da população.
O que me parece, é que estamos construindo mais mentes criminosas do que podemos controlar e erradicar. Ou seja: continua-se tratando dos sintomas sem se observar as suas causas.

Tenho que considerar que algumas mentes criminosas que se destacam na direção do crime organizado são realmente doentes, talvez incapazes de serem curadas a curto prazo. Contudo, a maioria dos seus subalternos são mais vítimas da situação do que agentes ostensivos, sendo recrutados pela coação, pela necessidade de sobrevivência, pela revolta contra a injustiça social, pela deseducação para a cidadania, entre outras causas, mas não necessariamente mentes patologicamente criminosas.
Fico pensando naquelas pessoas que desejam a morte desses jovens criminosos... se estes fossem seus filhos, como reagiriam?
Volto a reafirmar que não poderia ser contra a repressão como forma de controle da ordem social, mas este controle não garante, como se tem visto, a diminuição da violência.
Posso até ir mais além nessa argumentação... Não somente do ponto de vista religioso, filosófico, mas embasado na ciência que sustenta a Terapia de Vidas Passadas, a reencarnação é um fato e que se deriva da sobrevivência da individualidade após a morte do corpo físico. Pois os delinquentes que morrem, mais revoltados ainda pelo que aconteceu, vão estimular outras mentes encarnadas, através de processos obsessivos, a continuarem seus intentos criminosos. Vão também reencarnar novamente trazendo sua revolta potencializada e seus instintos criminosos não corrigidos mais ansiosos por se vingar de uma sociedade que ignora a sua dor e não lhes dá um sentido para existir.

Qual é o resultado inevitável...? É o que se vê a cada dia nos noticiários da televisão: a violência e a criminalidade não param de crescer porque, na nossa pretensão de extirpá-la, estamos cada vez mais revigorando-a.
Não se iludam meus amigos leitores. As coisas não vão melhorar sem que se faça uma política verdadeira de resgate à dignidade desse povo sofrido que caminha às margens de compras em shoppings e de carros que custam de 50 a algumas centenas de salários mínimos, dinheiro que o trabalhador leva uma vida para ganhar sem nada conseguir guardar.
Aqueles que pensam que podem se esconder atrás de carros blindados ou em condomínios com seguranças enganam-se. O desequilíbrio social que culmina na criminalidade visível é um câncer que deixou de ser silencioso e que, pouco a pouco, vai acabar matando todo o organismo.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”.

www.joaocarvalho.com.br

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Conteúdo desenvolvido por: João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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