Deixe sua mãe em paz!

   

Autor Vanessa Mazza Furquim

Costuma se dizer que marido, sogra, colega e amigo podem ser ex, mas mãe, pai e filho, nunca. Por mais que se tenham atritos ou divergências, que se viva perto ou longe, este tipo de relação nunca se esgota. Neste sentido, é possível entender porque, mesmo depois de adultos, os filhos continuem ancorados nas casas de seus pais, muitas vezes como seus dependentes.


É claro que existe certo conforto e alegria de ambas as partes em ficarem juntos, porém, sempre me questionei se isso era de fato um ato de amor. Pensem comigo: Seu pai e, principalmente, sua mãe, se dedicam por uma média de 20 anos a você. Perdem o sono, desistem de sonhos, colocam você como prioridade máxima. Trabalham em função do seu bem-estar e segurança. Querem oferecer o mundo a você. Então, quando você está preparado e pode se sustentar sozinho, você prefere continuar nesta situação de dependência. Mesmo que você trabalhe, sua mãe continuará se preocupando com o horário em que você chega, preparará sua comida, lavará e passará a roupa. É muito agradável ser mimado dessa forma, mas isso não significa que seja justo.


Não vou dizer que a mãe não sinta prazer em continuar cuidando da sua "eterna criança". A questão é que ela continua abdicando da sua própria vida perpetuamente. Ela poderia estar viajando, curtindo seu pai, fazendo cursos, perseguindo sonhos há tantos anos esquecidos e não pode, porque você permanece lá. Ela continua sentindo que você precisa dela e por isso, ela permanece.


Que isto seja então uma pequena reflexão neste Dia das Mães para que você se pergunte se está impedindo sua progenitora de viver livremente. Tire este peso dos ombros dela e se desenvolva, cresça, se arrisque, se jogue no mundo.


Juntos, existe amor e dependência, separados, poderá haver evolução e desenvolvimento. Além disso, aqueles almoços poderão continuar, com a diferença de que vocês serão como iguais, compartilhando e não mais dependendo um do outro.

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