Dependência Digital
Atualizado dia 09/04/2014 12:29:48 em Psicologiapor Fernanda Luongo
Vivemos mais tempo no mundo virtual do que no mundo real. E esta dependência já virou patologia psiquiátrica em alguns países.
A internet aproxima os que estão distantes e distancia os que estão próximos, basta olhar ao redor para constatar! Observe um grupo de amigos numa mesa de jantar. Perceba o tempo investido em uma conversa real e o tempo dedicado aos seus iphones, blackberrys, e androids... Estamos vivendo muito mais online do que offline.
Pessoas não ligam mais para saber como estamos ou para tratar de assuntos profissionais. Tudo é resolvido através de whatsapp, sms, e-mail ou skype. Escrever à mão? Coisa pré-histórica. Comunicação por voz? Cada vez menos frequente.
Como saber interpretar uma entonação diferente, uma linguagem corporal estando tão focado no virtual? Como segurar a onda da exposição ao vivo quando o limite da tela é tão mais confortável? Ali podemos nos esconder muito facilmente. Podemos encobrir nossas verdadeiras emoções, podemos criar uma autoimagem completamente diferente, elevar nossa estima, criar uma fantasia, um avatar em jogos como Second Life por exemplo, e nos alimentarmos das mais variadas ilusões. Por isso, hoje em dia, muitas pessoas evitam o contato real, o físico em si. Fogem das relações interpessoais, pois elas já venderam uma imagem falsa de si próprias e tem medo de expor seu verdadeiro eu. Como sustentar a mentira olhando nos olhos de outro alguém? Ali as mascaram caem.
Como se desenvolverão nossas crianças? Será que elas desenvolverão uma inteligência emocional? Ou serão indivíduos isolados, egoístas e fóbicos sociais?
Antes era preciso ser um Alexandre, um Faraó para ser lembrado. Hoje basta que você publique qualquer coisa na internet que lá ficará para sempre e nem será preciso um grande trabalho de arqueólogos para encontrar resquícios de seus feitos, pois, sua vida inteira está online. Suas transações bancárias, os lugares que você frequenta, as atividades que realiza, os amigos que te acompanham, seus momentos de felicidade e tristeza, enfim, tudo desde o seu nascimento no mundo virtual.
Óbvio que todo salto evolutivo tem seus prós e contras e é preciso saber equilibrar estes valores para que não passemos da linha saudável e adentremos o espaço da patologia ou transtorno (como é considerada no Brasil).
A internet facilitou as nossas vidas? Claro que sim. Mas ela também acabou com casamentos, alimentou compulsões, obsessões e transtornos, prejudicou a saúde (problemas de vista e coluna), desvirtuou sujeitos de seu caminho, alienou as pessoas, e confundiu mentes com o excesso de opções e informações. Por isso, é preciso que fiquemos atentos para não sermos engolidos pela web. Que ela seja apenas um meio para expressão, uma ferramenta de trabalho, mas que ela não seja a própria vida, que ela não tolha nossa capacidade de admirar a voz aveludada da esposa, o nascer e o pôr do sol, os preciosos carinhos e risadas de nossos filhos e as agradáveis noites de papos extraordinários na cafeteria com nossos amigos.
Viver online tem seus benefícios, mas viver offline tem muito mais. Saiba apertar o botão desliga, e se por acaso você não conseguir desconectar saiba que são grandes as chances de você ser um dependente virtual (segundo estudos a dependência virtual está sendo equiparada ao alcoolismo), portanto procure ajuda e Log Out!
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 11
Cantora, escritora, autora de três obras literárias já publicadas no país, terapeuta holística, registrada no Conselho Nacional de Terapia Holística CRT: 46.801 e originadora do Método Akhenaton®. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |