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Desconstruções!

Atualizado dia 6/25/2018 8:21:06 AM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Casal com dois filhos adolescentes, um com dezenove anos e outro com quase dezessete anos, aparentavam um “relacionamento normal”. Como o filho mais velho, aos catorze para quinze anos, abandonou os estudos e se fechou em casa, apenas com sua guitarra e violão. Seu pai que sempre adotou a postura de amigo não se manifestou firmemente em nenhum momento. Sua mãe, sempre que tentou, foi criticada pelo pai.

Como o filho não aceitava tratamento, a mãe começou terapia buscando uma forma de ajudá-lo, mas descobriu o quanto ela mesma estava necessitando dessa ajuda. Processo em andamento e mudanças ocorrendo dela para com a família, o marido incomodado alegou problemas financeiros e parou suas sessões. Buscou outra “profissional” para terapia de casal e que visasse especificamente o filho.

Marido e “profissional” desempenharam um papel massacrante sobre a esposa e mãe. Foi então que as sessões com o terapeuta anterior começaram a ganhar uma nova vida. Ficou muito claro o quanto ele, marido e pai, não assumia suas posições, nem de marido e nem de pai. A “profissional” estava determinando que deveriam se separar. Ficou claro para essa pessoa que seu marido há muito estava induzindo-a a pedir a separação, sem coragem de fazê-lo.

Menos de uma semana de separados, ela retomou o processo anterior. Estava arrasada. A expressão “um caco” é pouca para descrevê-la. Eles, marido e “profissional” conseguiram desconstrui-la quase totalmente. Ele, em um trabalho de anos, e a “profissional” em uma sequência de acusações completamente descabidas.

Quase porque quando ela estava para perder totalmente sua identidade, inclusive como mãe, deu seu grito de libertação e se retomou. Mas sem forças para caminhar. Hoje o faz com a retomada de sua consciência. Em sua última sessão, disse: “Consegui nesses poucos dias o que não o fiz em anos com meus filhos. Não me deixavam!”.

Importante que as pessoas, quando estão vivendo conflitos, seja na família, no trabalho, em qualquer dos segmentos de suas vidas, analisem as verdadeiras razões para o que está acontecendo. Se sozinhas não estão conseguindo, busquem ajuda.

Essa mãe, logo no início de sua terapia, descobriu que muito do problema de seu filho se devia ao fato deles, pais, terem subestimado sua capacidade de enfrentar as dificuldades naturais da sua infância e adolescência, poupando-o das mesmas. Quando se deparou com situações onde seus pais não poderiam intervir, “espanou”.

Esta pessoa, ex-esposa e mãe, tem longo caminho para se reconstruir. Como ela mesmo disse: “juntar meus cacos não é e nem será nada fácil. Como eu permiti que fizessem isso comigo?”.

Uma boa reflexão é nos perguntarmos se em nossas vidas estamos construindo ou desconstruindo. Estamos sendo ajudados a construir ou estamos sendo desconstruídos? Pensem nisso!

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