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Diante do Conflito com o Outro

Atualizado dia 8/24/2012 9:02:44 AM em Psicologia
por Antony Valentim


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Sempre haverá espaço para o caminho da paz. Independente das guerras e conflitos íntimos que carregamos, dos gritos do ego que muitas vezes nos sufocam, das feridas em nosso brio pessoal que muitas vezes nos dilaceram, a todo momento poderemos retomar o caminho de uma postura pacífica, que sempre será aquele que causa o menor de todos os estragos. Os conflitos são importantes porque nos amadurecem e enrigessem nossos "músculos do espírito", mas sempre haverá tempo de fazê-los cessar antes que nos devorem o imo da alma. Talvez não dependa só de nós, talvez tenhamos um adversário que não queira nos libertar do conflito. Mas ninguém apaga um incêndio com petróleo.

Já diz o provérbio latino: "Nem tanto à terra, nem tanto ao mar". Há de se perceber que na vida, o caminho mais fácil (para se alcançar paz) sempre será o caminho do meio, embora encontrá-lo exija esforço e vontade. O caminho da ponderação, do bom senso, do equilíbrio. Quando nossa mente e direção estão anuviadas pelo emocional descontrolado (um tanto quanto ao mar revolto da raiva e do ódio), ou engessados pelo susto de um golpe de ingratidão (um tanto quanto à terra seca de nossa inércia), nunca decidiremos com sabedoria.
Encontrar o caminho do meio, requer antes de tudo tempo, associado à vontade firme e ao propósito de nos reerguermos, bem como à atitude mental positiva e o desejo de reconstruir a harmonia. Esses ingredientes por si só colocarão diante de nós as ferramentas necessárias a uma renovação que não só pode nos tirar de um pesadelo, como também poderá nos elevar a uma harmonia nunca antes experimentada.
Em determinados casos, basta que se queira. Talvez não seja possível recuperar o que se perdeu em termos de especificidade, e algumas vezes nosso esforço deve até ir além no sentido de abrir mão de um pouco mais, mas qual é o preço da paz de espírito diante de decisões erradas que tenhamos tomado na vida?

Não será mais saudável abrir mão de algo específico agora, desejando que algo novo aconteça, que nos dê tanta satisfação equivalente? Se desorganizamos, teremos que organizar. Se ofendemos, teremos que reparar. É da lei. Mas será que desapegar-se do orgulho ferido e tomar a iniciativa não será mais saudável do que nos mantermos em posição de revolta diante do adversário? Volto a perguntar: qual é o preço da paz de espírito? Se conseguirmos guiar a vida para a cada dia conseguirmos acordar com menos preocupações desnecessárias e mais objetivos construtivos e edificantes, estaremos retornando ao caminho do meio, da harmonia.
Se for necessário enfrentar uma guerra para encontrarmos a paz, que a enfrentemos com determinação, mas sempre na direção do caminho do meio, e sempre começando pelo enfrentamento da guerra que há dentro de nós mesmos - este é o bom combate. Se nossas vontades forem boas e sãs, tudo irá corroborar para que voltemos à harmonia. Podemos até cuidar equilibradamente do ego, pois desde que nossa energia mental queira o nosso próprio bem, sem que isso signifique fazer mal a quem quer que seja, também estaremos nos realinhando ao caminho do meio.

Na estrada da vida, só perdem aqueles que se mantêm em posição de inflexibilidade. Passarão os dias, os meses, os anos... passará a vida, e obrigatoriamente teremos que nos tornar flexíveis em algum ponto da jornada. O convite da flexibilidade é um convite à regeneração. Se vamos atender ou não a este convite, depende somente de nós mesmos. Mas se ainda não estivermos prontos, não importa. Os grandes abalos císmicos, embora causem grande dor e sofrimento no momento em que ocorrem, vistos de uma dimensão tempo/espaço mais ampla, revelam as maiores belezas da natureza.
No caminho do equilíbrio, porém, sem que alimentemos ideias destrutivas para o outro (e consequentemente para nós mesmos - já que o ódio é veneno sentido primeiro em nós), encontraremos mais serenidade para descobrir maiores belezas: aquelas de nossa natureza interior.

Texto revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Antony Valentim   
Antony Valentim é um ser comum, sem privilégios ou destaques que o diferenciem das demais pessoas. Devorador de livros, admirador de culturas religiosas sem preconceitos, e eterno aprendiz do Cristo. Mestre de nada, sábio de coisa alguma. Alguém como você, que chora, sorri, busca, luta, exercita a fé e cultiva no peito a doce flor da esperança.
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