Doenças do Século XXI - Anorexia
Atualizado dia 09/03/2016 07:12:15 em Psicologiapor Lenia Queiroz
Mulheres maravilhosas, com corpos perfeitos, muitas vezes frutos do photoshop, de intervenções cirúrgicas e rigorosos tratamentos de beleza, vendendo cervejas, carros, produtos de beleza, enfim, tudo o que faz parte do nosso universo. Além disso, nos filmes e novelas, o casal protagonista é sempre aquele malhado, sarado, perfeito, o bandido sim, pode ser feio e gordo, o mocinho não. Ou até mesmo nos filmes hollywoodianos, o gordinho é sempre o palhaço, o comediante, nunca o galã. Não deixa de ser uma mensagem subliminar, concordam?
Este padrão tirânico de beleza deixa seqüelas tão devastadoras na nossa sociedade, como o maior tirano de todos os tempos deixou seqüelas na história da humanidade. A imagem de mulheres e homens judeus que eram só pele e osso nos campos de concentração, pouco se diferem das mulheres com anorexia de hoje. A diferença é que no nazismo, com o ideal doentio de purificar a raça humana, a violência era de fora para dentro e para se chegar ao padrão de beleza ditado hoje, a violência é de dentro para fora. Por isso, pais e mães de adolescentes, prestem atenção nos seus filhos. Não é fácil notar, porque o adolescente pode passar meses até anos com anorexia e ninguém perceber. Um sinal provável é o distanciamento da família, irritações contínuas, preocupação excessiva com peso e com a imagem, passam a usar roupas largas para disfarçar a magreza, estão sempre sem fome, entre outros.
O trabalho com a autoestima e a autoimagem é essencial nesses casos. Mesmo em casa, muita conversa e demonstrações de como esses padrões de beleza são exagerados, trazem ótimos resultados. A aceitação do próprio corpo é fundamental para a saúde psíquica e física de nós mulheres. É claro que a preocupação com uma alimentação saudável é muito bem-vinda, assim como exercícios físicos regulares, mas sempre dentro da normalidade. Nada de exageros, em qualquer circunstância, o exagero é sempre nocivo. E para finalizar, gostaria de ressaltar a importância das relações familiares. Nós pais, temos que sair do nosso patamar de “educadores” e ter uma relação de troca com nossos filhos. Vamos evitar ditar regras, impor pensamentos e opiniões. Precisamos dar espaço para ouvi-los também. Educar não consiste numa relação onde um dita a regra e o outro obedece. A principal arma da educação é o diálogo, mas vejam bem, existe uma diferença enorme entre conversar e dialogar. Dialogar é trocar experiências, mostrar a emoção, deixar seu filho saber sobre os seus medos, aflições e conflitos. Mostrar o seu lado mais frágil não é sinal de fraqueza, mas sim de humanidade. Só assim ele entenderá que suas ansiedades e conflitos são inerentes a todos os seres humanos e assim podem encará-los de forma madura e natural.
Beijo e até a próxima!
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Lenia Queiroz é psicologia clínica, graduada em 1998 pela UNIP - Universidade Paulista. Analista Junguiana e terapeuta corporal, atua no atendimento de adultos e adolescentes em consultório particular e em projetos sociais em SP Atualmente morando em Madrid na Espanha, mantém atendimentos on line via Skype ou WhatsApp através tel +5511 97221-9331 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |