ÉTICA NA POLÍTICA: A TEOSOFIA DE CONFÚCIO - Por: O Teosofista
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Autor Amigos da Teosofia
Assunto PsicologiaAtualizado em 03/04/2013 08:02:44
:: Governar com Sabedoria é uma Ciência Antiga ::
:: O Teosofista ::
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O texto a seguir foi publicado inicialmente na
edição de Agosto de 2007 de "O Teosofista", o
boletim eletrônico de link .
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Há hoje na sociedade brasileira uma profunda necessidade de ética, não só na política mas em todas as circunstâncias humanas. É um bom momento para examinar se os que estão em posições de liderança agem de modo responsável e correto. A esse respeito, vale a pena refletir sobre essa frase, presente em uma Carta de um Mestre dos Himalaias:
"Oferecer honras a um homem cruel é como dar uma bebida forte a alguém que está com febre." [1]
A verdade é que para trilhar o caminho da sabedoria não basta ter algum vago sentimento de boa vontade emocional. É necessário desenvolver um agudo discernimento, através do velho método científico-experimental da tentativa e do erro, e do aprendizado com o erro. Só o discernimento, que surge gradualmente, torna possível agir com real justiça, e assim evitar o mau carma.
Em "Cartas dos Mahatmas", encontramos esta reveladora passagem sobre ética:
"Todo teosofista ocidental deveria saber e lembrar - especialmente aqueles que quiserem ser nossos seguidores - que em nossa Fraternidade todas as personalidades submergem em uma idéia - o direito abstrato e a justiça prática absoluta para todos. E que, embora nós não digamos, com os cristãos, ‘retribua com o bem a quem lhe faz o mal, nós repetimos as palavras de Confúcio, ‘retribua com o bem a quem lhe faz o bem; a quem lhe faz o mal - JUSTIÇA." [2]
Confúcio viveu no século 6 antes da era cristã. Sem dar-se ao trabalho de indicar a fonte bibliográfica exata, o Mestre estava citando o parágrafo 36 do Livro XIV de "Os Analectos", a obra que registra os ensinamentos de Confúcio. Diz o trecho completo, em uma das versões dos "Analectos":
"Alguém perguntou: ‘O que você pensa do princípio segundo o qual se deve retribuir a inimizade com a amabilidade? E o mestre perguntou: ‘E com o quê, então, você retribuiria a amabilidade? Responda à inimizade com um tratamento justo, e à amabilidade com amabilidade."
Um dos fortes motivos pelos quais devemos usar o discernimento e agir da forma aconselhada pelo Mestre aparece no Livro II, parágrafo XIX, de "Os Analectos". A passagem nos leva ao que se poderia chamar de Teosofia das relações sociológicas:
"O Duque Ai perguntou dizendo: O que devo fazer para assegurar o contentamento do povo? E Confúcio respondeu: ‘Se você promover os que são corretos e afastar os que agem mal, o povo estará contente; mas se você promover os que agem mal e afastar os que são corretos, o povo ficará descontente." [3]
Poucos parágrafos mais adiante, os Analectos acrescentam:
"Ver o que é correto e não fazê-lo é covardia." [4]
E, no Livro IV, podemos ler esta reflexão:
"O homem de caráter pensa em seu caráter, o homem inferior em sua posição social. O homem honrado deseja justiça, o homem inferior deseja ser favorecido." [5]
Esses princípios básicos de Teosofia são, sem dúvida, válidos para todos os aspectos da vida e não apenas para a administração pública.
NOTAS:
[1] "Cartas dos Mestres de Sabedoria", compiladas e editadas por C. Jinarajadasa, Ed. Teosófica, Brasília, 1996, p. 108.
[2] "Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett", Ed. Teosófica, Brasília, dois volumes, ver Carta 120, volume II, p. 260.
[3] "The Analects", Confucius, Dover-Thrift Editions, Dover Publications, N. York, 1995, 128 pp.
[4] "The Analects", Dover Publications, ver Livro II, parágrafo XXIV, p. 9.
[5] "The Analects", Dover Publications, Livro IV, parágrafo XI, p. 18.
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Artigo originalmente publicado em link .
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