Falando de sexo...
Autor Andrea Pavlo
Assunto PsicologiaAtualizado em 04/04/2013 17:11:40
Assisti o filme "Um divã para dois". Foi um filme que me foi recomendado e que achei engraçadíssimo. Meryl Streep, novamente, arrasando no papel de uma dona de casa com um emprego simples, que vive às voltas com um casamento morno demais e repetitivo, mas que procura um resgate. Ela então solicita ao marido que façam um tipo de terapia intensiva de casal, numa cidade longe dali. Foram e daí o filme mostra mesmo muita coisa legal.
A coisa primeira que aparece na relação dentro do consultório do terapeuta é a sexualidade e como ela é complicada de ser colocada em palavras. Os dois, com uns 60 anos de idade cada um, não conseguem nem mesmo falar sobre o tema. Um monte de coisas escondidas debaixo do pano, um monte de desejos reprimidos, fantasias que nunca foram compartilhadas por eles. Ela pensando uma coisa, ele outra. Mesma a primeira cena no filme mostra um homem que não pensa "naquilo" há muitos anos. E uma mulher que tenta não desistir de pensar.
Até a terapia.
Um monte de sentimentos, claro, vem a tona. E um monte de questionamentos. Desde o sexo na chamada "terceira idade", até o sexo para a mulher. A mulher ainda é vista como aquela que espera a cópula. Espera ser escolhida, espera ser seduzida. Não pode fazer, não pode ter a iniciativa e, quando tem, precisa de muita coragem. Ainda temos uma questão da sexualidade muito mal resolvida nos dias de hoje.
Prazer é tabu. Qualquer tipo. Dá uma olhada nos tais 7 pecados capitais e veja o que tem lá? Luxúria? Prazer. Gula? Prazer. Ganância? Hei, não pode, tem que dividir os biscoitos com seu irmão. Tudo é uma maneira de repressão muito bem colocada. Uma solução fácil para nos deixar carneirinhos sociais, sem causar problemas para ninguém. E nada de sombra!
Sombra aqui bem sexual mesmo. Aquele tesão que só uma boa relação sexual pode resolver. Precisamos ser ladys, precisamos esconder o que gostamos e que gozamos. Escuto demais isso no consultório. Masturbação? Eu não, Deus me livre! Sexo oral? Ah, eu não gosto muito. Porque não pode!
Não pode gostar por gostar. Não pode gozar por gozar. Tem que ter um peso, tem que ter um "senão". O sexo tem uma cara que precisa ser assim...como nos filmes. Uma linda mulher (Julia Roberts) transando com um lindo homem (Richard Gere) é legal. Mas pensar no meu pai e minha mãe na cama...ah não, não me faça pensar nisso. Não notamos o quanto de preconceito temos na cabeça com sexo.
Sexo é energia. Não existe isso de ser "boa de cama". Existe uma pessoa com quem você se identifica, com quem a coisa anda. As carnes, a saliva, o suor, tudo se mistura e não tem mal nenhum nisso. Existe o prazer puro e simples de corpos que "se comem" mutuamente. Porque fazer disso uma coisa feia, suja, nojenta? Por que é algo que precisamos falar baixo, pelas entrelinhas? Por que precisa ser tão na calada da noite, quando ninguém está vendo? Afinal de contas o que de tão errado com o sexo, pelo amor de Deus?
Recomendo o filme. E recomendo repensarmos o tema. Repensar o que nos faz sentir prazer, de verdade. Repensar porque achamos que o tamanho do nosso traseiro vai mudar o prazer que o outro sente com a gente. Ou a barriga, ou as rugas, ou qualquer outra coisa que colocaram na nossa mente que influencia o nosso prazer. O prazer é nosso! Que tal assumir isso e parar de se esconder? Pelo menos, você vai se divertir mais. Bem mais!
Avaliação: 5 | Votos: 26
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
