Filhos de pais maduros
Atualizado dia 9/4/2010 1:00:06 AM em Psicologiapor fatima bittencourt
Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades.
Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram.
Irmãos que mentem, enganam, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos.
Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial, escreveu: Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão.
Talvez eles tenham sido poucos. Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem maduro, menos uma coisa, a verdadeira liberdade humana – escolher a atitude madura em quaisquer circunstâncias, que significa a escolha do seu próprio caminho.
Portanto, escolher o olhar só para si ou desenvolver sua capacidade de compartilhar compete a cada um. O que nos falta, sim, é uma melhor educação, de até saber que podemos estar só e pertencer ao mesmo tempo. Essa educação que se aprende nos livros. Mas aquela que tem a ver com a formação de verdadeiros valores humanos e do mergulho do processo individual de autoconhecimento de cada um.
Para isso precisamos, urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos. Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio ou compensação.Que seus filhos saibam sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer para se tornarem maduros.
Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida.
Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir.
Pais que tenham tempo para si mesmo, para estar presente na presença dos filhos. Pais que se sentem para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo.
Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos, mas que também se preocupem em dialogar e olhar para a alma dos filhos.
Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos e dependentes.
Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, suas lágrimas e alegrias.
Um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amor é o maior dos tesouros.
Então, não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de griffe, ou não conseguiu viajar ao exterior nas férias, ou nos intercâmbios e pós-pós e pós-doutorados... será alguém que reconhecerá a grande diferença entre TER coisas e SER um sujeito com seu time físico-emocional e espiritual unido, tornando-se, assim, um futuro homem feliz!
Texto revisado
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Psicóloga há mais de 25 anos, Fundadora do Grupo Sanare, Casa Azul e Solar dos Budas. Sua base teórica e vivencial reúne a filosofia oriental, neurociência e psicologia integrada. Oferece consultoria e atendimento psicoterápico clínico. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |