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Filhos são um presente para nossa evolução

Atualizado dia 06/05/2019 21:19:19 em Psicologia
por Tania Paupitz


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Desde muito pequenos, os filhos já vão mostrando sua personalidade, sua índole, seu jeito de ser, falar e se relacionar. Alguns seguem vida afora, dóceis e carinhosos com os pais que procuram fazer de tudo para agradar, outros nem tanto; de imediato, mostram seu lado rebelde e intempestivo, diante de regras e limites impostos, para boa convivência.

Sou de uma geração onde os pais eram considerados pelos filhos as pessoas mais importantes da família, onde reinava o respeito acima de tudo e, o “Senhor e Senhora” faziam parte do nosso vocabulário. Falávamos apenas quando nos dirigiam a palavra e ficávamos quietos quando levávamos uma bronca por algo que supostamente, tivéssemos feito errado.

Havia um certo tipo de orgulho e reconhecimento por sabermos que eles eram os responsáveis por nos propiciar o conforto de uma boa casa, os estudos, o dinheiro da mesada para o final de semana, as festinhas americanas com os amigos. Tudo era motivo para alegria e contentamento, mesmo que muitas vezes, não recebêssemos o carinho e a atenção desejada.

Hoje fico pensando em como tudo mudou tão rapidamente. Os filhos cresceram, viraram adultos e já não existe mais aquele tempo, onde criança realmente vivia uma vida de criança: correr e brincar pela rua  de pega-pega, pular o jogo de amarelinha, subir em árvores para apanhar frutas, jogar bolinha de gude ou as três Marias, ouvir histórias para dormir...
Os filhos de hoje já não têm mais tempo para nós, que estamos ficando velhos e esquecidos, obviamente, com raras exceções. Muitos sequer têm paciência ou tempo, para nos escutar, ou ainda nos explicar coisas básicas sobre o funcionamento de um computador ou celular..

Finalmente, questiono em como estariam hoje aqueles filhos rebeldes e intempestivos que diante da escolha da revolta e intolerância seguiram pelo caminho da vitimização, acusando e culpando seus próprios pais pela vida que decidiram seguir.

Seremos nós os responsáveis pela criação de um filho revoltado e intolerante para com tudo e todos?

Podemos pensar: onde foi que erramos? O que poderia ter feito para que essa criatura de repente, se virasse contra a própria família?

Diante de uma situação de embate, só nos resta a busca do caminho mais difícil mas, certeiro: o perdão, a tolerância, a compreensão, a aceitação, enfim, a compaixão pois, inevitavelmente, cada um responderá por seus atos. A semeadura é livre, porem, a colheita obrigatória.

Com o tempo, vamos nos dando conta que, em qualquer relação afetiva, não existem vilões ou vítimas, apenas pessoas normais e imperfeitas que buscam incessantemente, fazer e dar  o seu melhor.

Criamos, educamos nossos filhos, mas como todos os pais não somos perfeitos, erramos, dizemos e fazemos coisas que não gostaríamos de ter feito, porém, somos julgados, condenados e cobrados, quase sempre, por um colo não correspondido, um gesto indelicado, uma palavra mal dita, uma raiva incontida.

Somos egoístas quando não fazemos o que eles querem, parecemos frios insensíveis quando não demonstramos o amor ou o carinho que nos cobram.

Os filhos crescem e junto com alguns, vem o passado carregado de magoa, raiva, hostilidade e, tantos outros sentimentos, descarregados no pai que supostamente não deu o carinho merecido, ou da mãe que não correspondeu aos anseios do filho.

Esquecem do quanto receberam desde o momento em que nasceram, do quanto dependiam daquela mãe que os  acalentava, ninava, vestia, alimentando-o todas as vezes, que sentiam fome.

Que pais podem parecer culpados e condenados diante de um filho que não o aceita? Que não o perdoa por seus erros e desacertos, especialmente, de um passado longínquo.

O amor não deve ser cobrado, mesmo diante da falta dele. Amamos do nosso jeito, ocasionalmente,  deturpado pela própria falta de amor e carinho da familia do qual viemos,  porém, com o tempo vamos aprendendo através de nossos filhos a ama-los, aprendendo com eles que o amor não tem forma e nem endereço – ele apena É.

Importante é aprender que, independente do amor que damos ou recebemos sempre temos a chance de fazer diferente, procurando através da ressignificação e do perdão,  resgatar este sentimento que,  muitas vezes, se perde no meio do caminho.

Como já dizia Saint-Exupery: "Tu te tornas eternamente responsável por aquele que cativas".

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Conteúdo desenvolvido por: Tania Paupitz   
Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234
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