FUGA DISSOCIATIVA

FUGA DISSOCIATIVA
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Autor Aurora de Luz

Assunto Psicologia
Atualizado em 9/23/2009 9:46:46 AM


 

A fuga dissociativa consiste numa ou em mais saídas de uma pessoa da sua casa repentina, inesperada e deliberadamente, durante as quais não se recorda de uma parte ou da totalidade da sua vida passada e não sabe quem é, ou então dá a si própria uma nova identidade.









A fuga dissociativa afeta aproximadamente 2 ‰ da população. É muito mais freqüente em pessoas que estiveram em guerras, acidentes e desastres naturais.









CAUSAS









As causas da fuga dissociativa são semelhantes às da amnésia dissociativa, mas com alguns fatores adicionais. A fuga ocorre, freqüentemente, em circunstâncias nas quais se pode suspeitar de simulação. A simulação é um estado no qual uma pessoa se comporta como se estivesse doente, porque isso a liberta de prestar conta das suas ações, dá-lhe uma desculpa para evitar responsabilidades ou reduz a sua exposição a um risco conhecido, como um trabalho perigoso. Além disso, muitas fugas parecem representar o cumprimento de desejos encobertos (por exemplo, escapar a um estresse insuportável, como o divórcio ou a ruína financeira). Outras fugas estão relacionadas com sentimentos de rejeição ou de separação, ou podem proteger a pessoa do suicídio ou de impulsos homicidas.









SINTOMAS E DIAGNÓSTICO









Uma pessoa em estado de fuga, tendo perdido a sua identidade habitual, geralmente desaparece dos seus lugares habituais, deixando a sua família e o seu trabalho. A pessoa pode viajar para longe de casa e começar um novo trabalho com uma nova identidade, sem se dar conta de qualquer alteração na sua vida. A fuga pode durar de horas a semanas ou meses, ou ocasionalmente mais tempo. A pessoa pode parecer normal e não chamar a atenção. No entanto, em algum momento pode dar-se conta da amnésia ou ficar confusa acerca da sua identidade. Às vezes na fuga não pode fazer-se o diagnóstico até que volte a identidade anterior da pessoa, e esta experimenta sofrimento ao encontrar-se a si mesma em circunstâncias desconhecidas.









Muitas vezes, a pessoa não tem sintomas ou está só ligeiramente confusa durante a fuga. No entanto, quando esta termina pode sentir depressão, incômodo, aflição, vergonha, conflito intenso e impulsos agressivos ou suicidas. Por outras palavras, tem de enfrentar de repente a situação dolorosa da qual escapou com a fuga. Também pode sentir confusão, sofrimento ou mesmo terror pelo fato de ter permanecido em estado de fuga porque, geralmente, não se recorda dos acontecimentos ocorridos durante esse período.









Uma fuga raramente é reconhecida enquanto está a acontecer. O médico pode suspeitar de uma fuga quando uma pessoa parece confusa acerca da sua identidade ou está perplexa acerca do seu passado ou quando a confrontação a faz duvidar da sua nova identidade ou da falta de uma identidade. O diagnóstico efetua-se retroativamente revendo a história da pessoa e recolhendo informação que documente as circunstâncias anteriores ao abandono do lar, a fuga em si e o estabelecimento de uma vida alternativa. Quando a fuga dissociativa se repete com alguma frequência, a pessoa geralmente tem uma perturbação dissociativa da identidade.









TRATAMENTO E PROGNÓSTICO









O tratamento para uma fuga em desenvolvimento inclui que o médico recolha informação acerca da verdadeira identidade da pessoa, que deduza por que razão a abandonou e a ajude a reassumi-la. Se a informação não pode ser obtida diretamente da pessoa, pode necessitar-se da intervenção da polícia e dos assistentes sociais.









A fuga dissociativa trata-se de forma bastante parecida com a amnésia dissociativa e pode incluir o uso da hipnose ou de entrevistas com facilitação farmacológica. No entanto, freqüentemente todos os esforços para recuperar as recordações do período de fuga são infrutíferos. Um psiquiatra pode ajudar a pessoa a explorar os seus mecanismos de manipulação das situações, dos conflitos e dos temperamentos que desencadearam o episódio de fuga.




O mais freqüente é que as fugas durem horas ou dias e desapareçam espontaneamente. A menos que exista algum comportamento durante o período de fuga que tenha trazido as suas próprias complicações, a deterioração é ligeira e de curta duração. Se a fuga foi prolongada e o comportamento da pessoa antes e durante ela foi problemático, pode ter dificuldades consideráveis. Por exemplo, um homem pode ter abandonado a sua família e as suas responsabilidades laborais, cometido um crime ou constituído um casal no seu estado de fuga.




 




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