Higiene mental
Atualizado dia 1/26/2015 3:44:04 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Mas há também um outro tipo de higiene que é tão ou mais importante que a física. É a higiene mental. Quantos problemas ocorrem apenas porque pessoas cultivam mentes doentias. Mentes que por muitas e variadas razões aprenderam a “circular” apenas no negativo. São formas de pensamentos que estão presos em conceitos e experiências não felizes, que por descuido ou desconhecimento acreditam que é a única forma de se ver a vida. Há uma dificuldade enorme em se quebrar os condicionamentos mentais estabelecidos.
Não estou me referindo apenas aos casos extremos, mas principalmente ao cotidiano, pessoas normais, vidas comuns, seres que compõem a grande massa que é a sociedade que vivemos.
A dona de casa, o trabalhador, o filho, o amigo, o namorado e assim por diante. Acontece com qualquer pessoa que não cuide da qualidade de seu raciocínio. Por conta desse descuido, muitas maledicências, muitos julgamentos precipitados, muitas opiniões firmadas têm por base apenas essa conturbação de pensamentos. Pode-se dizer, desse lixo mental.
Poucos têm coragem de assumir, mas a grande maioria, para não radicalizar e dizer todos, ao menos uma vez na vida já pensou em atentar contra ela. Pensou em suicídio. Muitos pensam muito amiúde. Vivem uma infelicidade constante carregados pela culpa gerada pelos próprios pensamentos, que contrariam seus valores morais, éticos, religiosos.
Pensamentos enraizados em impossibilidades, em não merecimentos, em “castigos divinos” proliferam nas ações praticadas no dia a dia. Pensamentos calcados em rancores, ressentimentos, incompreensões, direcionam o raciocínio tendo sempre uma conclusão amarga e pesada.
Já citamos que aquilo que se acredita é o que se fará acontecer, então a necessidade de se rever as crenças que estão regendo os pensamentos e ações é fundamental. Para onde se olha é o que será visto, então passar a olhar as coisas mais positivas começará a modificar as percepções tidas da vida.
Como olhar para o belo se a realidade está feia? Aceitar as situações que se vive sem carregar culpas ou revoltas é o primeiro passo para poder começar a modificá-las. Modificar os pensamentos é um exercício brutal, tal a dificuldade inicial existente. Muitos desistem logo de início, pois mal começam a tentar, percebem-se repetindo o passado e dizem: “Não falei, eu sabia que isso não ia dar certo”. É triste que desistam, pois esse é o princípio do caminho que leva a uma transformação na linha do pensamento.
Ajuda muito interromper os pensamentos sempre que percebê-los negativos, rancorosos, tristes, e no lugar colocar “o que eu posso fazer nesse momento para melhorar isso?”. Quando se pratica a higienização mental, vai-se jogando fora, inclusive, pequenos detalhes que antes incomodavam muito, mas que se sabe, não contribuem positivamente para nada. Exemplo: A pessoa deixa de dar importância a “caras feias”, pois tem consciência que nada fez para contribuir com isso. Se for com ela mesma, que a pessoa venha e fale claramente. Assim como muitas outras situações.
A higiene mental ajuda em muito o encontro consigo mesmo. O aquietamento interno que propicia a paz interior. Uma “mente limpa” propicia bons pensamentos e ajuda no encontro das soluções ao que realmente importa. Uma pessoa assim não perde tempo recriminando outras pessoas. Cuida do que descobriu ser importante e bom para si. Ocupa seu tempo em coisas que lhes são agradáveis e recompensadoras. A higiene mental propicia o “desconhecimento” de fofocas e articulações, não se envolvendo nessas situações e não dando continuidade a elas.
Texto revisado
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