INDIVIDUAÇÃO - O CAMINHO DE ENCONTRO DO EU INTERIOR

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Autor Osmar Francisco dos Santos

Assunto Psicologia
Atualizado em 18/04/2012 15:47:57


Segundo Jung a estrutura psicológica tende a se organizar em torno de núcleo energético e numinoso que ele denominou self, que significa si mesmo, ao seja aquele sem genealogia, sem princípio nem fim, o que é a imagem e semelhança do criador. Buscamos esse herói a partir da infância e, ao longo de nossas vidas, imaginamos como sendo perfeito e poderoso e indestrutível que um dia nos trará justiça a todos. Por conta desse anseio enche-se os templos, escreve-se estórias épicas, muitos filmes são feitos onde um cavaleiro sagrado salva a humanidade de algum perigo iminente. Também por conta da busca desse herói muitos homens perversos e tiranos se encastelam no poder ungindo a si mesmo e exploram uma nação inteira. Vivemos nesses dias a desmistificação desses falsos reis. De acordo com vários mitos o Homem Cósmico, não significa apenas o começo da vida, mas também o seu alvo final, a razão de ser de toda criação. "Todo cereal significa trigo, todo tesouro natural significa ouro, toda procriação significa homem" diz o sábio medieval Meister Eckhaert. Do ponto de vista psicológico essa afirmação está correta. Toda realidade psíquica interior de cada indivíduo é orientada, em última instância, em direção a esse símbolo arquetípico do self.

Em termos práticos, isto significa que a existência humana nunca será bem explicada por meio dos instintos isolados ou dos mecanismos intencionais como a fome, o poder, o sexo, a sobrevivência, a perpetuação da espécie etc. Isto é, o objetivo principal do homem não é comer, beber, mas ser humano. Acima desses impulsos, nossa realidade psíquica interior manifesta um mistério vivente que só pode ser expresso por um símbolo; e para exprimi-lo o inconsciente muitas vezes escolhe o poderoso imagem do Homem Cósmico.

Na civilização ocidental o Homem Cósmico tem sido identificado com Cristo, na Oriental com Buda. No Velho Testamento esta figura simbólica aparece como sendo "o Filho do Homem" e no misticismo judeu surge, mais, como Adão Kadmon. Alguns movimentos religiosos do fim da antiguidade chamaram-no simplesmente Anthropos (palavra grega para definir homem).

Na nossa cultura o Homem Cósmico é também conhecido como Anjo da Guarda, Deus Interior, Ego Divino, Eu Sou, etc. A jornada em busca desse arquétipo nos leva a muitas instituições que se dizem conhecedora do caminho onde podemos encontrá-lo, nascendo daí uma oferta interminável de rituais "sagrados" e seres "privilegiados" que quer nos fazer acreditar estarem mais próximos desse Deus todo Poderoso do que nós.

Como já sabemos que somos seres divididos em nossa representação de gênero, masculino e feminino, mas cada um, homem e mulher, traz o embrião interno de polaridade contrária a ser desenvolvido através das relações afetivas heterossexuais, a fim de construirmos em cada um de nós o Andrógino Divino, que corresponde a um ser dotado de intuição, com o lado direito do cérebro desenvolvido, superando assim a dualidade em que vivemos numa luta constante entre bem e mal e todos os demais aspectos da polaridade que nos induz a um julgamento sem fim sobre todas as coisas existentes. Essa próxima etapa corresponde ao caminho do coração, onde a luz e a sombra fazem parte de uma só manifestação, nos possibilitando a visão de uma terceira existência: a harmonia, onde a luta termina e inicia e reina a paz absoluta. Não uma paz estática onde tudo está parado, mas, a paz do Amor Universal em movimento.

Na busca de nossa Alma Gêmea, para construção do Andrógino Divino, manifestado num corpo masculino ou feminino, não importa, que está dentro de nós mesmo, mas é despertada pela relação com uma pessoa do sexo oposto. Lutamos com as causas da maioria das crises existenciais presentes nas relações afetivas, porque estas têm origem na projeção de nossas expectativas sobre as outras pessoas. Quando nos apaixonamos por alguém é porque esta pessoa corresponde aos parâmetros internos, não só nas características físicas visíveis, mas principalmente na nossa busca energética inconsciente que precisamos. É justamente nessa complementação energética inconsciente é que encontramos as dificuldades para o equilíbrio da nossa vida, pois nossa projeção pode mudar assim com a projeção que a outra pessoa fez em nós também pode variar.

O impulso da projeção que gera a paixão, que não se encaixa no sentido lógico das coisas, muitas vezes nos leva a envolvimentos afetivos que nos prejudica assim como pode prejudicar a outra pessoa. A necessidade de estabelecer vínculos para atender as necessidades de nossas projeções, nos leva a envolvimentos e compromissos que geram outros vínculos, como os parentais, os filhos, o patrimônio, etc. Situações criadas que exigem atenção e envolvimento às vezes para o resto da vida, ficamos presos a questões inacabadas que podem nos criar vários tipos de dificuldades afetivas e materiais. Num processo de desenvolvimento normal do homem e da mulher, não há como desenvolver sem passar por esses estágios, o que nos resta é compreendê-los e nos empenharmos para dar crescimento. O Que acontece na maioria das vezes é que, em face das dificuldades encontradas no relacionamento, rompemos os laços de forma precipitada e deixamos muitas questões inacabadas, gerando emoções de mágoas, ressentimentos, sentimentos de culpa, etc., gerando entulhos emocionais que paralisam a nossa mente, impedindo-a de criar, sendo esta a função mais nobre dela.

Os impasses e dificuldades nas relações afetivas são para serem superados em todos os seus aspectos e as separações deveriam ser sempre a exceção, a última opção, pois a conquista de um relacionamento maduro vai das fases da paixão até os estabelecimento de uma parceria sadia, onde cada parceiro encontra no outro o facilitador de seu caminho sem a perda da sua individualidade.

É importante esclarecer que a Teoria Junguiana da Individuação se refere a dois aspectos: A característica bipolar do ser, cada homem traz dentro de si seu aspecto feminino, assim como a mulher traz também em seu interior psicológico o seu aspecto masculino. A outra característica da indivisibilidade é quanto ao consciente e inconsciente. Enquanto não conhecermos nossa estrutura inconsciente seremos seres divididos, onde a potencialidade de nosso Eu Interior, continua latente sem que possamos alcançá-la.

Em poucas palavras o homem encontra seu Deus Interior através da mulher, ela é com certeza a portadora da espada da justiça. Foi através dela que ele veio ao mundo, através dela ele descobre o seu mundo interior, como Beatriz na Divina Comédia de Dante. Da mesma forma, através do homem a mulher encontra seu dom mais sublime: A maternidade, o extraordinário poder da Divina Mãe criadora de todo Universo.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Osmar Francisco dos Santos   
•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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