Kit contra Homofobia
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Autor GUARACIARA ROMA
Assunto PsicologiaAtualizado em 5/27/2011 9:58:14 AM
Um kit anti-homofóbico, com cenas de intimidade e conflito quanto ao papel sexual, foi uma estratégia pensada pelo Ministério de Educação e Cultura, para educar os jovens em relação à homossexualidade e na tentativa de diminuir a homofobia no Brasil.
Certamente que a homofobia é um ato de violência, tanto física quanto psicológica e deve ser reprimida e punida. Apenas me pergunto se um vídeo para adolescentes, insinuando que a dúvida dos jovens seja em relação a uma dificuldade de tomar decisão, seja o melhor caminho.
Se a Psicanálise nos deixou uma grande herança, sem dúvida é em relação à formação da sexualidade. Toda criança sente em seu corpo o estímulo da libido viva e atuante. Todo pré-adolescente tem dúvidas em relação à sua sexualidade. Qual o menino não se perguntou se era *G*? Quantas crianças fazem jogos sexuais e se autoestimulam para descobrir algo que pulsa em seu corpo e que é prazeroso? A condução e a finalização desse papel sexual se darão em função de um contexto familiar, social, emocional e espiritual.
A questão da violência e da homofobia especificamente é muito mais ampla e envolve diversos fatores e não apenas a questão do preconceito que, aliás, existe em função de uma expectativa social de que as coisas devam sempre obedecer a um padrão. A homofobia ocorre, porque dentro dos ditos machões, que batem, espancam e matam, ainda persiste uma dúvida: será que sou homem mesmo? E daí reconhece fora, no outro, aquilo que não aceita nem em hipótese dentro de si. Que pode não ter nada a haver com homossexualidade, mas com a segurança da sexualidade e dos seus papéis assumidos.
Penso que se um vídeo for a melhor escolha para tratar essa temática, deveriam também fazer vídeos sobre mendigos, índios, negros, judeus, feios, gordos, crianças que usam óculos, pessoas com necessidades especiais, etc. Porque de alguma maneira, todos são discriminados e violentados no seu direito de escolha, no seu direito de ser.
O que precisamos de fato é de educação e estímulo para respeitarmos e amarmos o diferente. Essa é a nossa maior dificuldade. É muito fácil gostar de um igual, com as mesmas idéias, atitudes e comportamentos. Difícil é aceitar aquele que pensa e age diferente. Vemos isso por todos os lados, em todos os segmentos da sociedade, até no próprio núcleo familiar. Se nossos pares, filhos, irmãos pensam diferente de nós, os afastamos do nosso convívio e da "nossa intimidade".
Temos que sair da posição de "normose", criada e estimulada por séculos, por religiões que dominavam pelo medo, pela coerção e pela imposição da igualdade de comportamento e atitudes, ao invés da igualdade de direitos e do respeito ao direito a ser. Precisamos de uma vez por todas entender que temos uma única filiação, a divina, e que somos todos, sem exceção, partes de um todo harmônico. Que não existe destoante, inferior ou menos importante. Somente desta forma poderemos incluir ao invés de excluir, aceitar ao invés de querer apenas ser aceito, compreender ao invés de ser compreendido e amar o invés de apenas querer ser amado. Porque afinal incluir significa respeitar, aceitar, compreender e amar.
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Psicóloga, Terapeuta de Vida Passada, Frequências de Brilho e Cura Reconectiva® / Reconexão®. Especialista em Cuidados Integrativos pela Unifesp, com MBA em Gestão Avançada de Recursos Humanos, Conferencista, escritora de diversos artigos, consultora, facilitadora de Oficinas de Sentimentos, de treinamentos, cursos, workshops. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |