Medicina Paliativa




Autor Nilton Salvador
Assunto PsicologiaAtualizado em 1/20/2012 9:33:45 AM
Quando se começa a falar em medicina, por se tratar de uma palavra genérica e que embora tenha a ver com tema aqui exposto, a brasileira, infelizmente está acometida de graves doenças, algumas com sintomas crônicos e incuráveis por desinteresse de más administrações que agem com base no quanto pior melhor, como exemplo maior da política atual do sistema de saúde do país.
O Conselho Federal de Medicina, considerando avanços democráticos ou desenvolvimentos técnicos, estabeleceu novas áreas nas ciências transitórias, objetivando atividades médicas com tratamento mais humano para os pacientes. O que pensar de como era até então?
Flagro-me a questionar com conhecimento de causa, se até então os protocolos estabelecidos justificavam reclamações ou choradeiras de pacientes mal tratados, que rotineiramente são expostos principalmente nas mídias imediatistas, que às vezes, embora interesses próprios aliviem dores como um anestésico pela pressão que exercem.
Algumas nomenclaturas desta última regulamentação do CFM, como a Medicina do Sono, Dor e Medicina Tropical, eram antigas conhecidas, pois seus princípios há muito tem acompanhamento especializado, a que mais chamou a atenção foi a Medicina Paliativa, que pela etimologia da palavra além de ser o "quebra galho" do sistema médico, depois de muito vagar como filha rejeitada teve sua paternidade reconhecida.
A partir do reconhecimento destas especialidades pelas entidades que regem a Ciência Médica, os médicos, além de uma prática que já exerciam, sem titulação, doravante estarão oferecendo segurança ao seu paciente, porque serão especialistas e serão fiscalizados, confirmando que antes não havia responsabilidade pelos cuidados aplicados.
Agora o médico não poderá mais "quebrar o galho" do paciente, pois se quiser continuar a tratar a doença, terá que preencher os pré-requisitos em outras especializações mediante formação específica, sem os quais não poderá exercer aquilo que já fazia há muito tempo por esforço humanista próprio, proporcionando sobrevida, ou, qualidade de vida aos seus pacientes, pois ficou limitado às doenças e não para os seus efeitos.
A Medicina Paliativa, além da ética médica propriamente dita, estará levando o médico a fazer parceria com a chamada "boa morte", para um paciente de câncer, por exemplo, ou outros pacientes de doenças crônicas que precisam de cuidados paliativos, quando na verdade, esta nova nomenclatura oficializada está trazendo nas suas entranhas a ortotanásia e a eutanásia.
Nela está implícito que em determinados casos clínicos, o paciente já não precisa mais receber intervenções, já que sua doença está em fase terminal, e em casos como este a Medicina Paliativa dispõe de outros elementos para tratamento, como por exemplo, um suporte emocional que proporcione conforto até o fim.
Sendo assim, não se trata de reconhecer que a eutanásia e a ortotanásia são condutas atípicas frente ao Código Penal, mas sim trabalhar numa perspectiva de proporcionar uma sobrevida confortável ao portador de uma doença incurável, minimizando o sofrimento, aplicando tratamento orientado por uma especialidade de nome novo, e o melhor, transferindo, "democraticamente" toda e qualquer responsabilidade para o paciente.
Habilmente, o Conselho Federal de Medicina introduziu o conceito de Ortotanásia, que significa morte correta; orto: certo, thanatos: morte, que significa o não prolongamento artificial do processo de morte, além do que seria o processo natural, embora amparada pela lei, mudando com intensa maquiagem seu nome para Medicina Paliativa.
Fiquem atentos senhores médicos, que a Ortotanásia, agora legal, não é um processo de caridade, nem uma benesse de políticos de plantão, pois ela poderá encaixá-lo na previsão de homicídio perante o Código Penal, quando considerada um crime hediondo, ou seja, como uma modalidade de Eutanásia, muito embora a retórica as diferencie.
Possivelmente em breve veremos anúncios de cursos para ensinar a morrer, com base na desculpa do arrependimento daqueles que foram induzidos a levar um ente querido a tratamentos na expectativa de salva-lo, pois nunca é tarde para tentar, independente de fatores sociais ou causas de relacionamento.
A vida é uma multiplicidade de fatores. Todos têm direito a ela.
"O paciente não tem direito à morte, a terminar com a sua própria vida".
"O médico luta pela vida e não pelo sofrimento."
O princípio da medicina é tirar a dor e prolongar a vida.









Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual; Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender; Adoção - O Parto do Coração. Brasileiro. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |