MENOPOUSA: ritual de passagem para a mulher Sábia
Autor Marilene Pitta
Assunto PsicologiaAtualizado em 04/07/2011 17:12:55
Olá gente da Ciranda Virtual de Leituras,
É tempo das chuvas e dos ventos na Natureza e em nossas vidas. É uma época maravilhosa para rever padrões de crenças, mudanças de atitudes, hábitos, comportamentos;lógico que sempre é tempo...Mas, quando a água amolece a terra árida e as plantas choram de alegria pela presença da chuva,é um tempo muito especial para se aconchegar e pensar em tudo e em nada...Deixar a mente dançar sua dança solta no vento que traz histórias já vividas, e como um sopro volta de novo á nossa lembrança quase perdida.
Foi um desses momentos que essa prosa milenar surgiu novamente e com gosto de amadurecimento do viver consciente. Nós mulheres somos assoladas por um universo cultural e das redes de televisão por uma cultura do corpo: bonito, malhado, ás vezes um programa de boa alimentação, ginástica, movimento, exercícios e mais exercícios; tudo em forma, em marcha para um bem-estar no mundo. Acho bacana! Mas o meu foco é outro. Sobre a Menopausa do ponto de vista Xamânico. Quando o nosso sangue menstrual inicia o processo natural de dar aviso que ele vai findar o seu ciclo, muitas entram num pavor recheado com um sistema de informação deturpado. É como se de repente a mulher perdesse a sua morada, o seu canto, as suas referências.
Algo acontece! E não sabemos como lidar com esse rito de passagem belo e profundo; então gostaria de registrar a minha experiência pessoal como uma forma de contribuir para uma mudança de olhar nessa questão da menopausa.
Como trilho o caminho Xamânico há algum tempo sabia que a minha natureza interna estava me enviando um aviso muito singular: prepare-se está chegando o tempo da finalização de um ciclo de vida.
Com esse sentimento de “perda” confiante iniciei um processo silencioso de meditação. Fui buscar nas memórias o início de tudo: da primeira menstruação, da fala de mamãe, os panos, o sangue, os cuidados em sentar, o repouso, as regras daquilo que não podia comer, o silêncio, os olhares. Uma educação da repressão do não dito, da fala entendida nos gestos que vinham de família e de repente esbarrou em mim. Lá pelos 13 anos...
Era um tempo de tanto medo! Tão diferente de hoje!Maravilha ser testemunha dessa mudança de paradigma tão assombrosa e profunda.
Nessas lembranças com gosto de chuva tinha os chá de minha Vó Joana para as cólicas e até hoje abençôo esse ensinamentos sobre os chás – amo-os!
Assim foi construindo dentro de mim de Meditação em Meditação esse diálogo comigo mesma. Geralmente, á noite vinham os calores enlouquecidos subindo e descendo em meu corpo. Rápida como uma Águia me deitava e ficava observando aquela Dança em ritmo frenético. Aproveitava e respirava e respirava e respirava. Aos poucos ia me acalmando e iniciava um processo de agradecimento por tantas bênçãos que a experiência de ser mulher me proporcionou.
A experiência da gestação de meu filho! A barriga crescendo, a criança conversando comigo com os famosos chutes! Foi tão intensa essa vivência que o ritmo do vivido (no passado) e do presente (menopausa) era impactante e reveladora! Entendem o que desejo expressar?
O mesmo corpo jovem que no passado nutria uma criança que foi possível nascer dentro de mim (útero) lugar de poder, de força, de maternagem, pleno de vigor! Naquele instante estava dando sinais de um soluço de despedida! Sabia que ele iria murchar como uma semente que cai na terra! O processo era interno, profundo, dolorido!
Foi quando, encontrei pela sincronicidade um livro da Lynn Andrews (uma xamã norte-americana que foi aprendiz de Alce que Assovia – uma nativa que criou a Irmandade); cujo título é “Mulher no limiar de dois mundos” (creio que está esgotado).Eu já conhecia as duas por causa da leitura de “Força Bruta”; mais uma vez agradeci ao Universo pelo presente vindo de muito longe.
Li com calma e atenção. Vi os exercícios. Senti uma solidão cultural!Como o nosso saber contemporâneo se esgota na superficialidade do ser mulher!Como as Nativas Americanas sabem o momento de dialogar com a Mãe Terra, na Tenda da Lua! Nunca me esqueço da “mulher dos ossos”. Sabia da sua existência em sonhos lúcidos! Então compreendi o já intuía sobre a vivência da menopausa. Não tive dúvida e sempre que vinham os calores, os arrepios, o mau humor, as dores era o sinal de alerta! Parava tudo e respirava. Agradecia ao Grande Espírito pela vida minha e do meu filho, dos amigos, dos relacionamentos, das pessoas, ou seja, dava um significado simbólico aquela referência de perda! Isso produzia em no meu emocional uma “paz de alma”. Momento adequado para exercitar o perdão, a misericórdia, o desapego, as ofensas; aproveitava a perda (menopausa) e ressignificava às experiências de vida. Eu de uma forma mágica ia liberando os fardos, as memórias, as mágoas, as feridas abertas. Era tão intensa a vivência que o corpo do presente em menopausa se aquietava e tornava-se o parceiro de cura.
Aprendi que tocar o tambor Xamânico era uma forma-força de muito poder para fazer a última entrega á Mãe Terra do sangue menstrual. Tem todo um ritual com uma Cerimônia fortalecedora dos laços para o verdadeiro encontro da Mulher Sábia, em nós.
Hoje, é um dos trabalhos que mais gosto de realizar. É também é um convite: se você se identificou com esse projeto e deseja realizá-lo em sua cidade, entre em contato comigo para que possamos manifestar esse sonho e tecer essa rede de resgate dos fragmentos partidos. Posso e gostaria de compartilhar esse trabalho com as Bênçãos das Curandeira que sempre me incentivam,apóiam, curam e amam!Minha Gratidão.
Avaliação: 5 | Votos: 13
Formada em Registros Akáschicos;Alinhamento Energético;Terapia Floral;Formação Holística de Base (UNIPAZ) com Pós Graduação em Terapias Holísticas;Mestrado em Educação e Desenvolvimento Humano. Consultas em Roda Xamânicas. Animal Poder.Atendimento com Conexão com o Povo das Estrelas (Arcturianos e Pleidianos). Atendimento á Distância e Presencial. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
