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Mente cruel x a verdade do meu ser (ou como eu aprendi a me achar bonita)

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Autor Andrea Pavlo

Assunto Psicologia
Atualizado em 3/5/2013 1:50:31 PM


 

Saí no sábado. Foi o aniversário da minha sobrinha que completou dois aninhos. Foi uma festa linda, num buffet, para pouquíssimas pessoas, à tarde. Eu fui com uma blusa turquesa com pequenos lacinhos nos ombros e uma saia lápis preta de cintura alta. Arrumei os cabelos com perfeição, deixando com cara de quem não tinha arrumado. Fiz uma maquiagem também puxando para o azul e coloquei meu belo par de escarpins pretos, salto oito.

Olhei-me no espelho e me achei linda. Achei que a saia me deixou mais magra e me deixou com um corpo mais violão (que eu não tenho). A cintura mais fina e o quadril maior. E eu estava feliz. Naquela festa de dois anos da minha menininha.

Todos na festa me elogiaram. Ouvi "nossa, você perdeu mesmo peso", "olá bonitona", "você está sempre chique" e até a minha avó, que nunca fala muito, disse que eu era linda, porque "você tem um brilho e um coração bom". Uma das convidadas disse que passou o dia olhando para os meus brincos, que eles eram lindos e que eu tinha tido muito bom gosto. Notei que fui bem tratada pelo manobrista, pelos garçons (daquele jeito que as mulheres bonitas costumam ser tratadas) e me senti, realmente, arrasando.

Até chegar em casa.

E a mente começar sua sessão tortura-pós-animação.

Abri a máquina fotográfica para começar a ver as fotos. E me vi lá, imensa, com o maior quadril da história dos quadris. Minha bunda parecia a costa brasileira. O rosto estava redondo e uma imensa papada adornava meu pescoço. A espinha, que parecia bem coberta durante o dia, apareceu como uma cratera gigante no meu queixo. O cabelo estava torto e a pele brilhava demais. A barriga, ah, a barriga, me deixou parecendo de nove meses, no mínimo. E toda a autoestima que outrora me banhava, desapareceu como num passe de mágica.

A mente apontava meus defeitos como se eu tivesse realmente feito alguma coisa muito ruim para ela. Pensa numa pessoa que te odeia, com todas as suas forças? Agora imagina que você deu a essa pessoa o poder de te criticar e xingar por cinco minutos, sem que você reagisse. Foi isso que eu fiz com a minha mente. De repente, tudo o que era lindo em mim, tudo o que todo mundo viu naquele dia, não tinha passado de uma grande fantasia. A perda de peso, a maquiagem, os sapatos, tudo tinha desaparecido num tsunami de autocrítica. Não, aquela não era a Giovana Antonelli depois de perder 5 quilos na capa da Boa Forma. Aquela era eu, segurando uma criança nos braços e me comparando a pessoas que nem de longe passam perto do que eu sou. Eu era um lixo. Um momentâneo lixo. E foi nesse minuto que eu consegui parar.

Parei e pensei "perai". Como que eu tinha mudado de humor tão rápido? Será que todas as pessoas da festa estavam míopes ou só falaram aquilo porque queriam o meu dinheiro? Que dinheiro, sua louca, você nem rica é! E você nem pagou os salgadinhos, sua irmã fez isso. Será que todos os olhares, tudo o que ouvi não valeriam de nada? Será que aquilo que eu de fato senti, era só uma imensa mentira?

Não, não é. A "eu" verdadeira, é a da primeira parte deste texto. Essa que se sente bem consigo mesma e que passa essa energia positiva para as pessoas. Não, não era perfeita estilo capa de revista. Era a perfeita, estilo Andrea mesmo, com tudo de bom que eu pude colocar e valorizar em mim. Mas a mente, mente. E naquele momento ela decidiu mentir para mim e me colocar para baixo como faria a minha pior inimiga. E quem tem isso, não precisa de uma inimiga real. Já está vivendo num inferno absoluto de autocomiseração e baixa autoestima. No momento que toda a sua rejeição por si mesma aparece como uma avalanche e é até difícil de acreditar no que está se ouvindo. Ou lendo. Ou sentindo.

A mente não sou eu. E eu não posso dar a ela o poder de acabar comigo em cinco minutos. Eu não posso dar a ela permissão para que invada meu sistema de crenças e se coloque como uma megera, feita das vozes de todas as pessoas que, um dia, foram cruéis comigo. Todas as vezes que a minha mãe não me aprovou, que meu pai me achou gorda. Todas as vezes que os meninos me rejeitaram por eu não ser um padrãozinho barato de beleza, comprado em revista Playboy. Todas as vozes de apresentadoras de TV que dizem que eu preciso ser assim ou assado, todas as páginas de Nova, Claudia ou qualquer outra porcaria que me dizem que preciso perder cinco quilos numa página e me dão uma receita de brigadeiro na outra! Chega, eu não vou deixar que essa porcaria toda seja eu. Que me consuma. Que acabe dessa maneira comigo!

Ou eu tomo conta de quem eu sou e do que eu sinto aqui dentro ou serei só mais um bonequinho na mão de gente que precisa vender. Vender dietas mirabolantes, vender sonhos, vender que eu não sou o boa o suficiente e preciso de uma infinidade de produtos absurdos para me sentir melhor comigo mesma.

Quem me faz sentir bem sou eu! E não há creme de celulite que mude isso. Não há pílula mágica e nem cirurgia bariátrica que possa me vender isso! Isso é meu, eu controlo, lá dentro de mim! E a partir de hoje eu decreto que acabou essa história da minha mente me dominar. Chega! Eu estou no controle. Eu mando. E eu sou sim, linda, gostosa, maravilhosa como disseram todas aquelas pessoas. Eu posso e vou acreditar nisso. Porque eu só acredito na verdade do meu SER.

 

 


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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