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MONÓLOGO SOBRE A PAZ

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Autor Vana Comissoli

Assunto Psicologia
Atualizado em 13/09/2009 15:45:44


Vem cá, senta aqui ao meu lado. Tenho uns segredos que gostaria de partilhar contigo. Segredos são coisas boas, visitas na alma onde quase ninguém foi ainda.
Isso, é bom que queiras partilhá-los comigo. Para que o mistério te penetre tão fundo quanto ele habita em mim, é preciso que repouses a cabeça no meu colo e esqueças quem és. Deixa que tua alma liberte-se dos impedimentos da razão. Esquece o passado, o futuro e, principalmente, o hoje. Tu és apenas esse bater de coração e esse vazio de pensamentos. Talvez, se quiseres, és esse tamborilar de chuva e o piar de um pássaro desavisado, mas isso não é muito importante.
Importante mesmo é que estejas preso apenas pelo segredo, desejando entrar nele como uma criança deseja brincar sem medo.
Eu quero te falar sobre paz. Poderíamos filosofar sobre ela e recolher estudos de pensadores, visionários e místicos. Se escolhermos essa forma estaremos matando o espírito da paz, portanto, vamos apenas deixar que ela cresça em nós. Quanto mais aquietares teus pensamentos, dúvidas e felicitações, tanto mais ela nos tomará e será o sangue que corre em nossas veias, a brandura que amolece nossos músculos.
Paz não é exatamente um sentimento, mas um estado. Ainda bem, eu diria, senão quando eu sentisse tristeza, não poderia senti-la em paz; quando eu tivesse alegria, não poderia vivê-la em paz.
Muitas vezes perguntei-me olhando o mundo desencontrado que me rodeia se poderia atravessá-lo em paz.
Há tanto o que fazer, é preciso sobreviver todos os dias. E acordar, e comer, e vestir e falar. Que distância da paz há nisso tudo, pensava eu quando era em parte. Onde e como encontrar esse estado perdido?
Aceitando, em primeiro lugar, parando de me debater com os acontecimentos, sejam eles quais forem.
Aceitando - me perguntas - sem reagir, sem lutar?
- Por favor, não sejas infantil, eu disse para vires criança e não infantil. Bem sabes que não se vive sem lutar. Já pensaste em lutar em paz? A força multiplica-se, o objetivo deixa de ser o principal, o fim não é o mais importante, mas como chegar a ele é que se torna importante. Se a tua luta deixar de ser um embate e tornar-se uma travessia, o fim, seja lá qual for, será o melhor de todos.
E se o fim for a morte, me perguntas. A morte não é um fim em si, é apenas outra travessia para um estado impalpável que só podemos conhecer quando estivermos nele, portanto, nem assim debater-se é a melhor maneira.
E se morrer meu bem amado? Sendo mesmo teu bem amado, como podes querer retê-lo num corpo que morre? Sendo teu bem amado, hás de querê-lo livre rumo ao seu destino infinito que não nos pertence. Mas terás tristeza nessa hora, que bom, era teu bem amado e sentirás a saudade de suas marcas em ti.Vive em paz tua saudosa tristeza, até compreenderes que as marcas jamais se apagarão.
Mais adiante sentirás horror frente a um assassino ou bandido, sinta teu horror em paz, tudo o que fere a natureza merece horror. Não o recrimines por ser bandido, ele jamais experimentou a paz não sê-lo.
O filho fere teu coração e sentes a preocupação impotente da paternidade já que “filhos são flechas lançadas e tu és o arco que se dobrou para lançá-las”. Vive tua preocupação em paz, luta verdadeiramente para auxiliá-lo no seu momento de escuridão por direito e escolha, mostrando a ele o teu amor incomensurável. Ouve-o para que possas perceber onde a paz se rompeu dentro dele.
O trabalho de todo o dia é uma rotina que te abafa? Faça-o em paz, esse é um dos compromissos que a vida cobra. Deixa de lado as irritantes exigências da insatisfação, sente quando é hora de parar por minutos e olhar o céu, ou ouvir teus pensamentos cantores. Mas só os cantores, não dês ouvidos aos pensamentos que xingam e rompem. Os dois estão sempre à nossa disposição, nós é que os escolhemos, não eles a nós.
O peso de outra vida está sobre ti como um karma insuportável? O que é karma nesse mundo em perpétuo movimento? Não poderias aliviar o peso dando-te conta que é apenas mais um fato da vida? Pobre criatura que te pesa, não tem a paz de sustentar-se sozinha, de bastar-se. Pobre dela, perdida no mundo do medo e do desconhecido.
Mas na doença não podemos ter paz, retrucas agora. Se não houver paz na doença e na aceitação da falibilidade do corpo, não encontraremos jamais o espírito imortal que o habita. Se fosse o corpo incorruptível, jamais nos daríamos ao trabalho de procurar além dele.
Quando realmente vemos a face do Eterno? Quando tudo está nos seus lugares e nos extasiamos de bem estar passageiro, ou quando, no desassossego de nossa alma, espiamos o Incompreensível em busca de entendimento?
Tira do teu dia alguns minutos preciosos para conectar com a paz que existe dentro de ti e que não descobrisses ainda, para que possam atravessar, de braços dados, todos os momentos.
Afinal, qual é o segredo, me perguntas, impaciente.
O segredo é que não existe segredo algum, só nós mesmos nos descobrindo dia a dia, cada vez menos distantes do Impossível, cada vez mais aptos a viver a paz, companheira de nossas vitórias, lutas e aflições.
Não atormentes tua paz descrendo dela, deixa que viva em ti para que possas reconhecê-la permanente, mão direita do que chamamos Divina Providência que não mora nas nuvens distantes, mas dentro do coração.








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