MUDAR O OUTRO: ISSO EXISTE??
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Autor Eda Cecíllia Marini
Assunto PsicologiaAtualizado em 2/8/2010 4:25:07 PM
Quando começamos a conhecer os verdadeiros mistérios da Vida vislumbrando novos caminhos, soluções e respostas para o que mais nos incomodava na nossa jornada, é comum nos entusiasmarmos muito, a ponto de acharmos que temos não só o "direito" mas o "dever" de levarmos nossas pretensas conquistas a tudo e a todos que nos cercam.
Nesse frenesi da descoberta, classificamo-nos como possuidores de grande sabedoria. Como tal, nossa palavra agora é lei pois nos achamos "diferentes dos outros". Claro! diferentes para melhor! Afinal das contas, somos possuidores do segredo, não é mesmo?
Doce - ou amarga? - ilusão!!
Este comportamento leva-nos a concluir que temos autoridade para influenciar os outros de acordo com nosso novo modo de agir e pensar, mudando-os para "melhor".
É certo que agimos com a melhor das boas intenções, mas, como dizia minha mãe, de bem intencionados o inferno está cheio!
Assim, a tendência é observarmos criticamente o comportamento do outro e verbalizarmos estas observações com expressões carregadas de censura e desaprovação.
Comentários sarcásticos, irônicos... "Eu não faria assim..." ou "Que horror! Você ainda está nessa?", geralmente, são acompanhados do pior: o sermão! "Você tem que mudar para melhor! Deixe de ser assim ou assado, porque não presta!"... "Veja como eu sou..." (Argh!)
Cruzes!!! Que horror! Quanta arrogância e prepotência!
Quem somos nós - de verdade - para querer mudar outra pessoa? Na realidade, somos simples aprendizes da Vida, em fase de autodescoberta, auto aceitação, auto regeneração, apenas iniciando a escalada do conhecimento universal...
Cada um é cada um.
E por isso, cada um tem seu universo próprio, constituído de suas experiências no nível de sua maturidade emocional e espiritual.
Não se pode querer forçar uma fruta a amadurecer antes da hora porque ela fica ruim: sem sabor e odor, sem firmeza: logo se perde. E quando queremos mudar uma pessoa baseados em nossos princípios ou experiências, é isso que estamos fazendo: impondo-lhe algo para o qual ela não está preparada.
Até certo ponto, é compreensível esta ânsia de transmitir nossas aquisições, por que lá no fundo queremos que todos sintam a mesma alegria, plenitude e prazer que sentimos com nossas descobertas.
Mas... onde fica um dos maiores exercícios da verdadeira humildade, a aceitação do outro como ele é?
A verdadeira aceitação consiste em se colocar no lugar do outro, senti-lo procurando sentir os fatos e a vida do seu ponto de vista, entendendo-o então, dentro do seu universo particular.
A autenticidade é um dos exercícios mais difíceis de serem praticados; é quando a pessoa se expõe tal como é, com suas fragilidades e fortalezas, no seu nível de amadurecimento.
Aceitar o outro como ele é, sem condições , é prova real de conquista interior da verdadeira compreensão, esta sim amorosa e universal.
Se você se encontra nesta fase de sua vida, em que julga ter por "obrigação" levar a luz aos quatro cantos do mundo e a todos que o habitam, medite na forma como está fazendo isso: com benevolência, indulgência, compreensão, paciência, carinho, isto é, com amor, ou com imposição, sarcasmo, ironia, com ares superiores e arrogantes?
A dica fica aqui para que cada um a use como achar que deve, porque cada um é cada um.
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