Não somos os donos da Verdade
Atualizado dia 16/04/2018 20:26:52 em Psicologiapor Tania Paupitz
Pequenas coisas que acabam tornando-se grandiosas, dependendo da forma como olhamos: “Um aparelho que, repentinamente, deixa de funcionar, um objeto que quebra, algo esquecido ou deixado fora do lugar” - todos estes podem ser motivos para que contratempos surjam e discussões se iniciem dentro de uma relação a dois; muitas vezes, estendendo-se além da conta, a ponto, de no final, duas pessoas estarem se enfrentando sem dar-se conta, do verdadeiro motivo. Não raro podemos ouvir do nosso companheiro ou companheira frases como: “Preste mais atenção, tem que tomar mais cuidado”, ou ainda, seguido do comentário com a famosa desculpa – “é para o seu bem”.
“Você é muito descuidado, desligado, relapso...” E, por aí afora seguem os mais variados tipos críticas, julgamentos, que poderiam ter evitado uma série de problemas desnecessários.
Li uma frase quando estava fazendo uma pesquisa para um trabalho, que diz o seguinte: “Julgar uma pessoa não define quem ela é, define quem é você”. Isso vale dizer que é muito mais fácil apontarmos o dedo para o nosso vizinho, do que olharmos de fato, para nossos próprios defeitos.
Acredito que estes pequenos fatos, que tanto desgastam uma relação afetiva, podem ser encaixados na perspectiva de Sócrates, com relação às "Três Peneiras”.
Conta a história que um rapaz procurou Sócrates dizendo-lhe que precisava contar algo sobre alguém. Ele ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou: - O que você vai contar já passou pelas três peneiras?
A primeira é a peneira da VERDADE – o que você vai falar do outro corresponde de fato a realidade intrínseca do mesmo? Ele é de fato, desorganizado, desligado, relaxado?
A segunda é a peneira da BONDADE - O que você vai dizer é uma coisa positiva? Vai ajudar aquela pessoa a se melhorar, ficando mais cuidadosa e, atenta a pequenos detalhes?
Se o que você quer dizer é verdade, e pensa ser algo positivo, se acredita que o que vai dizer, ajudará seu próximo de alguma forma, deverá passar ainda pela terceira peneira.
A terceira peneira é a da NECESSIDADE. Convém fazer comentários perniciosos a respeito do outro? Isso ajudará a melhorar a relação afetiva de ambos? Resolverá alguma coisa?
Portanto, se passou pelas três peneiras, faça seu comentário, pois todos irão se beneficiar. Caso contrário, esqueça e deixe para lá. Com certeza, será uma crítica a menos para envenenar o ambiente, fomentando a discórdia dentro dos relacionamentos afetivos.
A conclusão de Sócrates: “Se o que tens a dizer não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então, esqueça o problema e não te deixes enredar por ele, já que não tem serventia para nada”.
Este pequeno exemplo de Sócrates com relação às três peneiras, deveria pautar nossas relações humanas, não somente na área afetiva, mas, sobretudo, no âmbito pessoal, social e profissional. Desta forma, estaríamos todos rumando para um mundo melhor, onde pessoas justas, verdadeiras e espontâneas, compreenderiam que, antes de julgar o seu próximo, deveriam voltar seu olhar, para dentro de si mesmas.
Texto Revisado
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Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |