O amor falando mais alto!
Atualizado dia 8/28/2012 1:38:14 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
A diferença é que o primeiro é o sentimento puro e mais profundo que podemos sentir. A paixão é uma das formas de manifestação de amor, mas não necessariamente, pois ela está muito mais ligada às emoções, portanto, pode ocorrer sem a existência do amor.
Há muitos artigos falando sobre a paixão, que ela dura em torno de no máximo dois anos, depois se esvai, dando lugar a outras manifestações, alguns até dizem: "Deixe a paixão acabar, aí veremos se existe amor".
Mas o que estou querendo abordar diz respeito mesmo ao amor, esse sentimento que se manifesta em nós através de tantas formas, e que na maioria das vezes as pessoas não identificam como tal.
No dia a dia, no convívio intenso de um casal, coisas acontecem que se não forem bem resolvidas, vão gerando ressentimentos que, como a neblina em uma estrada, impede de se ver além. Mágoas vão se solidificando, insatisfações vão crescendo e o afastamento de um para com o outro começa a ocorrer.
Esse fato não pertence só a casais, mas onde houver pessoas se relacionando. Pais com filhos, filhos com pais. Amigos com amigos e amigas e vice-versa, Nas relações profissionais, enfim. Onde existirem pessoas.
O fato é que somos seres que necessitamos de cuidado. Não de qualquer cuidado, não é o cuidado do dar alimento e cobrir do frio. Esse é importante para a sobrevivência, mas o cuidado amoroso de quem sabe o valor daquilo que está lidando.
Nós, seres humanos estamos sendo despreparados para reconhecermos o valor que possuímos. E se não identificamos nosso valor, fica impossível reconhecer o do outro. Cada vez se vê menos manifestações de carinho e amorosidade. Em público então, nem pensar! Não sei quem colocou em nossa cultura que ser carinhoso(a), amoroso(a) cuidadoso(a) com o outro(a) é sinônimo de fraqueza.
Vemos pais discutindo na frente dos filhos sem nenhum constrangimento ou bloqueio, mas se um dos dois que compõe esse mesmo casal for fazer um carinho ou dar um beijo mais apaixonado, recebe imediatamente um "olhe as crianças". Mostrar agressão pode, amor não.
A clínica tem revelado mais e mais que, sempre que removido os ressentimentos, os sentimentos que surgem raramente correspondem ao que as pessoas achavam que era. Casais que após separados descobrem que poderia ter sido diferente. Pais e filhos que após se afastarem, sentindo que podem ter se perdido um ao outro, identificam posturas rígidas e hostis, agressivas, que não possibilitaram em nada a manifestação do bem-querer.
Tem revelado também que, ao sofrerem o afastamento e cuidarem de evitar a perda, o caminho se inicia no ganho da humildade em reconhecer em si mesmo(a) o quanto agiram impulsionados(as) pelo quererem o reconhecimento de suas razões.
Quando isso acontece, começa então, o abrir de corações. O reconhecimento do quanto o outro nos é importante e que não queremos perdê-lo. Identificamos que a pessoa é muito maior e muito mais que determinados comportamentos dos quais não concordamos e não gostamos. Inicia-se o processo, então, de aceitação do outro tal qual ele é. Deixa-se de ver o que foi idealizado e se olha o real.
Quanto tempo desperdiçado por pequenas coisas, que nada representam mas que dá-se tanta importância. O amor fica para depois. Um dia quem sabe. Pessoas sofrendo quando poderiam estar vivendo a felicidade de terem se encontrado e estarem juntos.
Respeitar seus próprios sentimentos. Respeitar ao outro tal qual ele é. Permitir que o amor fale mais alto e quando isso acontece, interessante: o outro até muda o comportamento que nos incomoda.
Texto revisado
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