O eterno devedor!
Atualizado dia 27/11/2016 09:37:32 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Quando uma criança só tem a atenção fazendo peraltices, é assim que ela crescerá: inicialmente fazendo artes e, conforme cresce, fazendo coisas erradas para chamar a atenção sobre si.
Na época de estudos deixar tudo para a última hora era o ponto forte. Dessa forma, essas pessoas fixaram um comportamento que quando adultas terão dentro de si a constante expectativa de que está deixando a desejar.
Tendo uma autoimagem negativa, formou-se um “vácuo” entre o sentimento e a razão. Está gerada a ansiedade crônica, estado que mantém intensa inquietude interior e alimenta uma grande dificuldade de se manter o foco nas atividades que se propõe fazer, ou nas necessárias de serem feitas.
Esse estado interior favorece o viver em constante estado de queixas e reclamações, além de carregar forte sentimento de estar sendo sempre injustiçado. Mantém também acesa uma rebeldia até infantil. Sabe o que tem que fazer, sabe o como deve agir, porém, cria inconscientemente empecilhos que irão dificultar a realização, os resultados sempre deixam a desejar, se não no resultado propriamente dito, na correria e aflição gerada pela maneira com que transcorreram em suas execuções... Pode acreditar: é você se sabotando. Você se tornou seu principal inimigo.
A autossabotagem é o fechamento do círculo vicioso. É a manutenção de um estado não absorvido e superado cujas raízes se encontram em tempos idos. Se no início outros foram os cobradores, agora essas pessoas passaram a se autocobrar. O tempo todo.
Quebrar esse círculo é romper o condicionamento instalado e reforçado por tantos anos. Exige um grande esforço; porém, é plenamente possível e extremamente satisfatório e recompensador, na medida em que novos sentimentos começam a ser experimentados.
Perceber os pontos principais e traçar um plano de ação.
Gerente comercial de uma grande empresa, tinha uma lista de pendências que não caminhava, aliás nem era atualizada. Ao perceber o que estava fazendo consigo mesmo, passou a atualizá-la diariamente, definir as prioridades e a se concentrar em fazê-las, uma a uma, do inicio ao fim. Necessitou grande esforço, mas em pouquíssimo tempo, menos de trinta dias, começou a colher os frutos de seus esforços. Sua diretoria passou a elogiá-lo por estar com as informações em mãos no ato da solicitação, a diminuição das queixas dos clientes pela demora das cotações, e logo em seguida começou a aparecer a melhora nos números de vendas mensais.
Dona de casa massacrada pelas cobranças de marido e filhos, roupas eram passadas na hora de usar, refeições estavam sempre atrasadas, gerando correria de todos para retornarem aos seus trabalhos e estudos, a casa precisando ser arrumada. Quando chegava visita era um tal recolher roupas e objetos que deixava a todos incomodados. Ao perceber seu círculo vicioso, percebeu também que fazia tudo em horas indevidas. Iniciou sua mudança de comportamento fazendo uma tabela de atividades e seguindo à risca. Em duas semanas refez essa tabela várias vezes e encontrou a forma mais adequada de realizar suas tarefas e ainda encontrou tempo para si mesma, coisa que antes não existia.
Repito neste texto: o maior obstáculo para as transformações necessárias é a dificuldade de aceitação do que se está fazendo. É o vício de sempre ter uma explicação e justificativa. É a manutenção do “mas também...”! O que você pretende fazer consigo mesmo?
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