O FIM DA INFÂNCIA É O FIM DO FUTURO
Autor Paulo Rubens Nascimento Sousa
Assunto PsicologiaAtualizado em 23/03/2016 17:45:48
A sociedade de consumo vem trabalhando com o imaginário de nossas crianças despertando nelas necessidades que se confundem e se misturam com a própria experiência humana, elevando-as a um estado inflado da natureza de seus papeis e representações. Os pais estão muito ocupados em sobreviver e delegam a educação e o convívio de seus filhos a terceiros e a compensando a afetividade e o convívio com presentes e aquisições que vão corrompendo o desenvolvimento psíquico e social delas. Gerando uma organização social completamente subdesenvolvida, imatura, e com uma série de problemáticas que podemos seguramente dizer, de uma quebra e prejuízo para a ecologia humana. Este apelo de consumo gera dois pólos que movimentam a cadeia do capital, os que podem consumir e os que não podem; ricos e pobres. E todo sentido da vida se passa em torno desta fantasia de satisfação, que nos afasta de nossas necessidades reais e de um modo vivende mais humano, e a sintomatologia disto resulta em toda a idiocrasia e misérias planetárias. Toda a motivação de nossa sociedade atual é o "poder de consumo", e a partir desta premissa, engendramos as mais loucas desculpas para justificar nossa corrida desenfreada para ganharmos dinheiro, temos que dar o "melhor" para nós e nossos filhos, uma escola melhor, um condomínio melhor e mais seguro, roupas de marcas, sapatos, serviços, produtos e nunca estaremos satisfeitos. Esta é uma fabrica de humanos completamente insustentáveis, estas pessoas, não sobreviveriam em um mundo natural, porque vivemos em uma sociedade completamente entorpecida da realidade e da natureza de nossa vida na terra. Esta loucura esta muito bem configurada na luta do gênero feminino por igualar-se ao papel do homem. Esta é uma questão primordial da ecologia de nosso tempo. Esta alteração mudou por completo o modo no qual aprendemos a construir os papeis, nos quais vamos orientar a vida. A infância é um período da vida no qual através do lúdico e das brincadeiras vamos construir os elementos fundamentais da experiência humana na terra. Ser criança em tempos pós-modernos é se deparar com grandes desafios que se iniciam com o convívio materno que tem sofrido uma brutal quebra no que tange ao preparo da mãe para o exercício da própria maternidade, a mulher de nosso tempo perdeu completamente sua relação natural com a cria; outra problemática é o tempo de maturação psíquica e biológica da criança, que na maioria dos lares são quebrados em tenra idade, para que a mãe possa trabalhar expondo-as a situações imunológicas de riscos aonde elas vêm adquirir uma série de doenças e complicações que arrastam de forma crônica pelo resto da vida. Atendi uma criança de 5 anos que já parecia uma moçinha, muito precoce, toda maquiada e falava com certa vaidade de suas "ites", reniti, sinusites, laringites, como sendo aquilo algo comum a seu estado natural. Doenças estas adquiridas com o convívio pré-maturo com outras crianças, expostas em creches, e instituições sem que estas crianças estejam com seu sistema imunológico preparado para este contato com um meio rico em patogênos. A infância, nas sociedades antigas, era um exercício de brincar com o viver futuro, a menina na maioria das vezes brincava reproduzindo os ritos domésticos, os afazeres da mãe, cozinhar, varrer a casa, embalar os filhos, a boneca tinha uma conotação para a menina de "maternação". Para o menino a reprodução dos papeis e atividades masculinas, como brincar de carro, de rodagens, jogos, lutas e aventuras. Sendo esta atividade a de brincar, o sonhar o futuro do vir a ser. Hoje as crianças perderam esta relação com o lúdico com o sonhar o viver futuro, sendo impossível para uma menina de hoje pegar uma Barbie e pensar nela como uma filha, brincar de embalar, elas estão projetando em suas brincadeiras outro modo vivende, toda a brincadeira consiste em vestir e ornar a boneca como uma mulher estereotipada na figura da Top Model, e a partir daí se projeta o futuro destas meninas que tem a sua infância perdida por todo esse apelo sexista que coloca seus futuros em risco e restrito ao papel de meros objetos sexuais. Cada vez mais as crianças perdem suas infâncias por apelos publicitários que os torna cada vez mais dependentes de necessidades que de fato eles nem sabem por que precisam satisfazer. E se de um lado temos crianças hiper estimuladas as satisfações do mundo pós modernos, por outro temos crianças completamente negligenciadas, por não terem o mesmo poder de satisfação, por estarem em condições de pobreza e miséria que as coloca em um patamar de inferiorização e marginalização. Ambos os extremos são tragédias humanas, promovidas por uma sociedade que ainda não assumiu responsabilidade por aquilo que devemos entender como a verdadeira sustentabilidade do planeta, a preservação da infância como o verdadeiro ativo do planeta que vem garantir o futuro da humanidade na terra. O Resultado de tudo isto é o aumento da violência e da criminalidade, das doenças e distúrbios mentais, e situações como a elevação de sintomas como depressão e suicídio, ou seja, uma sociedade doente e caótica que caminhará para sua finitude.
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PSICOTERAPEUTA JUNGUIANO, ATUA COM HOMEOPATIA, TERAPIA FLORAL E FITOTERAPIA. PROFESSIONAL E SELF COACHING E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
