O Fluxo do Destino
Atualizado dia 1/9/2017 9:04:30 PM em Psicologiapor João Carvalho Neto
Mas também abre espaço para novas experiências, novos encontros, para mudanças. Descortina oportunidades de crescimento pessoal, mais autonomia e menos dependências. A morte possibilita o ressurgimento da vida em todos os níveis em que possamos imaginá-la. O que seria do planeta se os dinossauros não tivessem sido extintos? E a dor...? Incomoda, faz chorar, fere nossos corpos e acompanha doenças...? Sim! Mas nos retorna ao silêncio para repensar a vida. Nos faz evoluir porque o gozo desmedido é imaturidade da alma, estado infantil de quem não quer lidar com a frustração do desejo.
Quando você sofre e aceita a negação do seu desejo, desarticula a prepotência do ego, transcendendo para um estado mais altruísta e útil a uma melhor convivência nas relações interpessoais. Você olha mais para o outro porque deixou de olhar apenas para você. O sofrimento faz isso. Nada no universo existe por acaso, nenhuma lei cósmica se aplica desnecessariamente, mas tudo flui dentro de uma sincronicidade perfeita. Obra de Deus, obra do acaso? Não pretendo aqui discutir tal questão.
Contudo, uma consequência inteligente precisa ter uma causa inteligente. Qual seu nome? Diga você o seu preferido; não importa. O que importa é a aceitação da vida como ela é, perceber e entregar-se ao fluxo constante e renovador que promove evolução e transmutação. O oposto disso é a revolta, fruto da ignorância e do orgulho. Só se revolta quem não entende e acha que não merece. Todos merecemos o que temos e passamos. Não por uma questão absolutamente cármica de resgate ou punição, mas por uma demanda de nossa individualidade espiritual que caminha na direção das experiências que promovam seu desenvolvimento.
Nossa perfectibilidade se impõe sobre nossos desejos, até mesmo aqueles mais instintuais, ignorando medo ou fuga, mas estabelecendo a rota do caminho que nos leve onde precisamos chegar. Por isso, lutar contra o destino é ceder a uma batalha inglória. Não que devamos ser passivos diante de nosso potencial de transformação – já que, muitas vezes, o exercício evolutivo se encontra nisso, em transformar – mas porque nosso destino é limitado e direcionado por determinantes psicoespirituais, mais fortes do que nossa vontade infantil.
A falta de paz que tanto nos aflige é justamente a falta de fé que promove a entrega. Não da fé dogmática ou ritualística, mas que estreita laços com o sentido maior da vida. Essa entrega alivia as lutas internas, a ansiedade pelo que se imagina poder alcançar, trazendo a compreensão de que nada está em desacordo e que tudo se encaixa nessa engrenagem quântica que é a vida.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 6
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal" E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |