O Inimigo Vem De Dentro!



Autor SPAÇO NATUREZA & TERAPIAS
Assunto PsicologiaAtualizado em 8/29/2012 11:27:19 PM

O INIMIGO VEM DE DENTRO!
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
Por Silvio Farranha Filho - psicanalista
Nos dicionários encontramos os significados para as seguintes palavras:
Mente = poder intelectual do espírito.
Subverter = aliciar para idéias ou atos subversivos.
Subversivo = que é próprio para subverter, revolucionário.
Revolução = sistemas de opiniões hostis ao passado e pelas quais se procura uma nova ordem de coisas, um futuro melhor.
Onde quero chegar? Encontrar um conceito para mente subversiva.
Poder intelectual do espírito aliciando para idéias subversivas num sistema de opiniões hostis à procura de uma nova ordem de coisas.
Maria Nemeth, Ph.d diz "... tive de lidar... com um comentário insistente em minha cabeça, uma voz que criticava e condenava cada ato meu:... diálogo interno..."
Pronto!
Mente subversiva é o diálogo interno sempre tendendo para idéias subversivas, num padrão de opiniões hostis, através de comentários insistentes dentro da cabeça criticando e condenando tudo à procura de uma nova ordem de coisas, mas que gera sempre o mesmo resultado.
Vamos ver como funciona tudo isto num exemplo pessoal.
Uma cliente me enviou um email anunciando que necessitava de um tempo para si mesma diante do problema que a envolvia. Ao ler a mensagem minha sensibilidade e intuição me disseram que ela iria encerrar o acompanhamento. Aquilo ficou martelando na minha mente. Com uma dorzinha interna já projetava pensamentos de encerrar o processo. Na sessão seguinte, antes de qualquer coisa perguntei à cliente se o meu sentimento sobre o email estava correto. Para a minha surpresa a cliente disse que não iria encerrar, de jeito nenhum, e pelo contrário continuaria devido á situação.
Fiquei desconcertado comigo mesmo, me perguntando como poderia imaginar tal coisa? Foi aí que descobri que o inimigo vem de dentro. Se tivesse dado ouvidos à minha intuição, teria agido a favor do encerramento. O fim do processo iria ocorrer não pela cliente, mas por minhas próprias ações. Dei-me conta de que no passado todas as perdas que tive foram provocadas por mim mesmo, ouvindo sempre aquele diálogo interno hostil.
Identificado com o sofrimento, o diálogo interno estimulado pela intuição (capacidade de perceber o movimentos das coisas e das suas probabilidades) sempre produzia um cenário ameaçador. Os pensamentos e sentimentos resultantes deste diálogo determinavam as minhas ações e atitudes e os resultados eram inevitáveis, acontecia sempre o que eu imaginava. Assim eu fortalecia cada vez mais a minha intuição, acreditando que estava sempre correta. No fundo eu produzia sempre a mesma dor.
Era eu, era o meu padrão. Neste padrão eu interpretava pessoas e situações e agia conforme as minhas interpretações e depois eu julgava que eram as pessoas que me prejudicavam. Após o exame, constatei que ninguém, mas ninguém mesmo agiu verdadeiramente contra mim. Eu fui o responsável. Eu agia contra mim. As minhas idéias faziam mal para mim mesmo. Conforme eu raciocinava internamente eu agia externamente. O inimigo não estava fora, mas dentro de mim!
A diferença desta vez foi que pensei antes de agir, busquei primeiro me certificar da veracidade dos meus sentimentos e não da ação da cliente. Constatei que minha intuição me traia. Eu confiava nela e nas leituras que fazia através dela. No passado, não questionava, aceitava os resultados. Caso minha intuição falhasse, dava por conta de uma questão sem importância, pois não parava para ver o porque da intuição ter falhado. Descobri, então, que a base em que o diálogo se processa produz atitudes que levam aos mesmos resultados da base.
Sim! O inimigo vem de dentro! O diálogo interno se processa sobre uma base. As bases podem ser: a identidade com o sofrimento; sou vítima; sou carente; o mundo me persegue; não sou merecedor. O diálogo interno obedece a um padrão de pensamentos e sentimentos. No caso da base ser a identificação com o sofrimento, o padrão é: tudo me faz sofrer, sofro por tudo! A ordem natural das coisas que é tudo ocorre para o bem, fica subvertida, pois as atitudes geradas por esse diálogo interno produzem sempre sofrimento. É tão automático que não nos damos conta e vamos sempre achando que são os outros que nos prejudicam.









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