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O Medo de se Comprometer

Atualizado dia 4/25/2011 4:07:22 PM em Psicologia
por Eda Cecíllia Marini


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Se você está lendo este artigo é porque está em busca de crescimento pessoal e o tema o interessou e de alguma forma o atingiu. É próprio do ser humano buscar realização pessoal achando que assim alcançará a felicidade, felicidade esta que define como sinônimo de tranquilidade emocional, mental e material. Nesta procura, bate nas mais diferentes portas, achando que numa delas encontrará a fórmula mágica que, num estalar de dedos lhe mostrará e abrirá todos os caminhos do sucesso pessoal.

É quando se apóia em métodos, credos, gurus, religiões, filosofias, etc, fazendo deles uma muleta muito funcional, porque se não der certo, a culpa é do guru, do pastor, do coach, do médium, do padre, do mestre, enfim, daquele em quem se ligou a fim de achar a solução de seus problemas. Então, porque não correspondeu às suas expectativas, pula de um para outro, sem se definir e decidir, não porque é um grande buscador, mas certamente, porque cada um, a seu modo, lhe pediu comprometimento.

Comprometimento com suas regras e disciplinas, o que significa dedicar-se, empenhar-se, envolver-se, obrigar-se, sujeitar-se, expor-se e, porque não? até arriscar-se, num processo completo onde se assumem responsabilidades consigo próprio e com os outros, sejam familiares ou da coletividade. É o que se chama, comumente de "vestir a camisa".
Claro que isso importa em desafios, confrontos, conflitos e mudanças cujo enfrentamento só compete a quem se encontra envolvido no processo da busca do autoconhecimento. E é somente esta pessoa quem pode decidir o rumo de sua escolha. Isto se chama responsabilidade por si próprio e pela própria vida, com a finalidade de crescer, sem perda de tempo.
Então, chega um momento em que bate o medo: medo de perder a liberdade, de se sentir preso ao envolvimento existente na troca energética do convívio com o outro e assim se sentir limitado; de ir fundo e não ter volta, pois o outro, a esta altura, também se entregou e foi a fundo no relacionamento, seja ele qual for.

Medo de se expor, se mostrar tal qual é, ser julgado pelos outros, não corresponder ao que esperam de si, o que indica estar se deixando submeter ao critério do julgamento alheio...
Medo de não dar conta do desafio: "Quem sou eu para dar conta disto?". Falsa modéstia ou falta de auto estima? Para pensar... Medo de arriscar-se: novamente uma auto exigência rigorosa com um intenso sentimento de vaidade e orgulho: "Vou me sentir péssimo se não conseguir" ou "O que os outros vão dizer?"

Medo de, ao ser mal sucedido diante do planejado, se sentir impotente, diminuído, humilhado, fracassado.
Medo, medo, muitas formas de medo, que paralisam e embotam. De toda forma, é impossível alcançar-se a realização pessoal sem engajamento, o que significa dizer sem ajustes, obrigações e concessões.

Toda mulher que quer ser mãe sabe quantas exigências terá pela frente, quantas vezes terá que deixar de lado seus momentos pessoais em detrimento de atender as necessidades de seu filho. Nem se fala então, daquela mulher que quer seguir uma carreira profissional com a qual sempre sonhou  e para a qual se preparou, mas que também quer ser mãe de família! Sabe que terá de fazer verdadeiros malabarismos para atender as exigências dos compromissos de uma boa mãe e de uma boa profissional e se sentir satisfeita!

E aquele que escolheu uma carreira exigente, como a de médico, jornalista, piloto de avião, executivo, policial, bombeiro, e por aí afora, que lidam com a vida dos outros e que por isso precisam obrigatoriamente se envolver de corpo e alma, com todas as implicâncias desta escolha?

Portanto, fazer concessões, tomar decisões, saber esperar, contar apenas consigo próprio, responder pela própria vida sem depender dos outros, ser assertivo e resiliente, encarar os conflitos, aventurar-se ao desconhecido são atitudes de quem tem responsabilidade e que está corajosamente comprometido com sua escolha, enfrentou seus medos pessoais e os medos que herdou das tradições e crenças da sociedade e da família assim como as do inconsciente coletivo.

Conflitos e busca de soluções existirão sempre, já que somos seres enredados num constante movimento de amadurecimento - alguns mais lento, outros não.­
O desconhecido sempre assusta, exatamente porque é desconhecido! Mas como ainda não foi experienciado, até pode ser atraente, instigante; vai trazer algo novo que, mesmo classificado como difícil, incompreensível ou complicado, se for encarado "numa boa", se mostrará que não era tudo aquilo que foi imaginado a princípio e que o risco compensou. E quem disse que o desconhecido é sempre ruim?

Então, pular de galho em galho atrás de figuras ou crenças "consoladoras" só levará a evitar a si próprio. E quem não se confronta, não se conhece, não cresce e não amadurece.
O autoconhecimento pede comprometimento para sair da alienação, da robotização e da massificação; reabre o contato consigo próprio, estimula a autoestima, descobre o verdadeiro eu que se esconde por trás das máscaras sociais criadas através da vida.

É quando o eu verdadeiro aflora e desabrocha. É trabalho para uma vida? Pode ser, por que não?
A ninguém se dá o direito de cobrar resultados; somente compete observá-los e registrá-los quem está passando por este processo de autoconhecimento e é só para esta pessoa que estes resultados devem interessar. Portanto, é fundamental não se importar com o que os outros pensam!

O tempo passa muito rápido, atualmente, então! E, comprovado pela ciência, tudo muda a cada instante, nada é igual ao minuto anterior...  Por isso, é preciso aproveitar o momento e estar atento para não se perder as oportunidades que se mostram muitas vezes de forma fugaz e em outras se estampam à nossa frente, sem medo do comprometimento.
É preciso sair da mesmice e da inércia, não ter preguiça de se envolver, de se empenhar seja lá no que foi escolhido, mas, sobretudo, no compromisso consigo próprio, na posse de si próprio, de seu poder pessoal.

Há uma lenda de um autor desconhecido que ilustra muitos bem nossos comentários: diz a antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato. Um mágico teve pena dele e o transformou em gato. Mas aí ele ficou com medo do cão e por isso o mago o transformou em pantera. Então ele começou a temer os caçadores. A esta altura o mago desistiu. Transformou-o novamente em camundongo e disse:

- Nada que eu faça vai ajudá-lo, porque você tem apenas a coragem de um camundongo. É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto. Mas saiba que coragem não é ausência de medo, mas sim a capacidade de avançar, apesar do medo; caminhar para frente; e enfrentar as adversidades, vencendo os medos... É isto que devemos fazer. Não podemos nos derrotar, nos entregar por causa dos medos. Assim jamais chegaremos aos lugares que tanto almejamos em nossas vidas...

Conclusão: comprometer-se é exercitar habilidades, burilar fraquezas, desenvolver e adestrar a flexibilidade, sem medo, para fortalecer-se, crescer, amadurecer e assim trilhar o caminho verdadeiro da realização pessoal.

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