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O Mito do Graal e a busca de si mesmo

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Autor Carolina Luz de Souza

Assunto Psicologia
Atualizado em 10/04/2009 02:07:33


Arthur Shopenhauer, influente filósofo alemão do século XIX, dizia o seguinte: “Podemos fazer o que quisermos mas não podemos querer o que quisermos”. Embora pareça contraditória em um primeiro momento, esta frase expressa um fenômeno muito comum em nossos dias. Pois, para querer o que realmente se quer, é preciso conhecer seus verdadeiros desejos e , conseqüentemente, conhecer a si próprio. O querer verdadeiro está ligado a essência do ser, à sua inteireza e não a padrões ou cobranças externos. A busca desse querer, do centro e da inteireza corresponde ao que Carl Gustav Jung caracterizou como processo de Individuação.

A lenda do Graal, é um exemplo de Quest, a grande busca, e mostra como diferentes pessoas, em diferentes épocas estavam preocupadas com esse motivo. Como nos lembra Withmont (1991), desde Colombo em busca de novas terras, até os cientistas em busca de novas teorias, passando pelos cavaleiros de Arthur, em busca pelo Graal. Expedições marítimas para encontrar tesouros perdidos ou cidades há muito esquecidas. Viagens ao espaço e experimentos que vislumbram corpos cada vez mais distantes e partículas cada vez menores. Todos esses exemplos ilustram que o tema da Busca, da Quest, é arquetípico e ocupa lugar importante no inconsciente coletivo.

O Graal tem sido cantado por séculos, e não sabemos ao certo quando as primeiras versões do mito foram criadas. É certo que ele contêm elementos pagãos assim como ideais cristãos, que foram incorporados ao mito original na Idade Média. Cantado ao longo da história, o motivo do Graal e de sua busca ressurgem em nossos dias com força total, encantando multidões pela numinosidade de seu conteúdo.

O patriarcado excluiu a Grande Deusa e tentou torná-la inferior. Porém, ela sempre reclamou seu lugar e, em nossos dias, mais do que nunca, busca ser novamente integrada na consciência de homens e mulheres.O Graal, com sua simbologia, vem despertar a consciência para aquilo que foi excluído e precisa ser integrado em nome da inteireza.

Para Withmont (1991), o mito do Graal resgata a simbologia do feminino ferido.

Com o advento do patriarcado, o feminino e toda a simbologia ligada a este princípio tornou-se sombria por não fazer parte das qualidades que esta nova forma de consciência prezava.

O antigo mundo das Deusas Mães tornou-se pouco a pouco o mundo dos pais, da ordem e da lei. O princípio feminino foi reprimido e assim permanece ainda nos dias de hoje. Este estado, porém, levou a uma unilateralidade da consciência que não foi sem conseqüências. Já nos séculos XII e XIII, início dos ciclos arturianos, presenciamos a emergência de histórias que trazem em seu cerne um resgate desse princípio reprimido.

O reino do Graal está deserto e devastado. A terra propriamente parece ferida como seu rei, o Rei Pescador encontrado por Perceval no rio e que lhe indicou o caminho para o castelo. Apenas as perguntas de Perceval poderiam restituir a saúde ao Rei e a vida à terra.

Para recuperar a saúde do rei e a integridade da terra, Perceval precisa fazer a pergunta certa: “ A quem serve o Graal?”

Como nos lembra Alvarenga (2008), o Graal reclama a liberdade de atualização do feminino e do masculino em cada um e do vir a ser quem realmente se é.Como Alvarenga (2008) no lembra, Perceval deveria implicar-se na busca pela própria essência, refletindo sobre as seguintes questões: “Quem sou eu, que estou fazendo aqui, que tudo isso tem a ver comigo e qual é a minha responsabilidade daqui pra frente?”

Como Perceval, em algum momento de nossas vidas somos levados a buscar o cálice sagrado e fazer as perguntas. A busca pelo cálice sagrado deve ser feita individualmente e leva a conhecer e tornar-se aquilo que se é.A busca é, em última instância, uma busca de si mesmo e do outro, reconhecendo nele nossa própria divindade.

Reconhecer a nós mesmos e ao Outro a nosso lado, eis a grande Busca de cada vida.
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