O silêncio do macho
Atualizado dia 12/19/2013 4:04:44 PM em Psicologiapor Arnaldo Costa
Nós homens temos que reconhecer. Estamos silenciosos!
Uns acomodados, observando as mulheres serem também protagonistas e os gays num importante movimento de liberação.
Outros inseguros, perguntando-se o que as mulheres esperam deles e receosos de adotarem posições firmes em seus relacionamentos.
Uns curtindo os prazeres da vida e se deliciando com as mulheres “fáceis” que “ficam” e transam sem compromisso. Pior, esperando que lá na frente da vida, uma mulher ideal apareça no meio dessa torre de babel.
Outros vivendo relacionamentos viciados sem amor e mendigando fora de casa lampejos de paixão e sexo. Ou atrás compulsivamente de sucesso profissional vivendo como workaholic.
Uns se achando resolvidos em suas posturas tradicionais masculinas mas sem se aperceberem de suas vidas superficiais e vazias.
Outros -- poucos, mas cujo número cada vez aumenta mais -- trilhando variados caminhos do autoconhecimento para avançar em suas curas psíquicas e se conectar espiritualmente. Querem viver com plenitude e amadurecer, finalmente!
Mas, em sua grande maioria e independentemente da idade, os homens continuam com pouquíssimo acesso às próprias emoções e atuando como num teatro para disfarçar o seu arsenal de medos milenares, alguns percebidos e a maioria escondida no plano inconsciente.
Walter Riso, escritor e psicólogo italiano radicado na Colômbia, registrou o seguinte em seu livro "O que toda mulher deve saber sobre os homens": “Embora as fragilidades psicológicas masculinas possam encher vários tomos de uma enciclopédia, aqui só apontarei três medos básicos, geralmente encobertos pelo ego, comuns a quase todas as culturas, altamente daninhos e mortificantes para aqueles homens que ainda insistem em ser duros, intrépidos e ousados. São eles : o medo do fracasso, o medo de estar afetivamente sozinho e o medo de sentir medo”.
Muito já se falou e escreveu a respeito do trato superficial que o homem dá às suas emoções, bem como sobre as suas fragilidades inconscientes. Reconhecer esses medos citados por Walter Riso já é um progresso importante.
O que quero destacar aqui, porém, é a imperiosa necessidade de os homens fazerem um mergulho interior – seja por um trabalho sistematizado de terapia e autoconhecimento, seja pela meditação ou mesmo pela aprendizagem forçada ao sobreviverem a abismos psicológicos trazidos por traumas de doença ou morte -- para entenderem as suas fragilidades, as transformarem e reforçarem os atributos masculinos que receberam do Universo, como força, coragem, objetividade e segurança, todos princípios ativos.
Claro, sem atitudes machistas nem o inviável – praticamente impossível -- resgate do passado de dominação sobre as mulheres.
Como novos homens em construção, que acessam de forma saudável mas sem afetação também o seu lado feminino da amorosidade, da intuição e da receptividade.
Dessa forma, não ficaremos mais silenciosos como estamos!
Nos posicionaremos com as mulheres fazendo-as ver também os excessos que andam cometendo, assumindo papéis muitas vezes masculinizados, incorporando posturas agressivas e despejando sobre nós homens uma raiva incontida pela milenar submissão a que foram submetidas.
Em algum momento, estaremos aptos a construir com as mulheres relacionamentos equilibrados e verdadeiros. Ou mesmo ficando sós, mas inteiros.
Em sentido mais amplo, integrando as forças masculinas e femininas, independentemente dos gêneros socialmente assumidos.
As mulheres, por sua vez, precisam também saber o que querem de nós. Essa questão específica, relativa ao que as mulheres procuram nos homens, vou tentar desenvolver num próximo Post, sem a menor pretensão de abarcar esse assunto tão árido (apenas uma opinião de um homem, nascido em “Marte”...).
Texto revisado
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