O vestido rosa de uma geração
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Autor Andrea Pavlo
Assunto PsicologiaAtualizado em 18/11/2009 14:16:50
"Não me venha falar da malícia de toda mulher / cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (...)" - Caetano Veloso
A moça é de origem simples. Percebe-se pela sala de estar da sua casa, de onde ela dá todas as entrevistas. Em alguns dias virou uma celebridade. Saiu até na imprensa internacional. Ela foi expulsa da universidade por usar uma roupa curta demais.
Concordo com a parte de que a roupa era curta demais. Um vestido curto, pink, numa mulher loira e maquiada ainda nos remete ao arquétipo da “prostituta” ou “a mulher de vida fácil” (como se a vida destas mulheres fosse realmente fácil). A reação exagerada é que eu não concordo. O excesso de insanidade que simplesmente se apoderou das pessoas.
Isso é o que chamamos de histeria coletiva. Uma pessoa, ou algumas, instigam as outras, que entram na mesma energia. Em pouco tempo, até uma pessoa que em sã consciência não faria nada, está no meio da confusão. Realmente achando que aquilo é uma boa causa. Já vimos tanto isso por aí, não é? Tantas guerras e lutas já foram travadas em nome de nada. Em nome de alguém que teve a iniciativa de começar algo.
Mas o que eu queria focar é a pouca capacidade do ser humano de suportar o diferente e, principalmente, de agüentar quem se banca. Por se bancar, vamos entender a pessoa que só leva em consideração aquilo no que ela acredita e que, claro, não atrapalhe a vida de ninguém. Uma mulher com vestido curto demais está se bancando. Está bancando o corpo que tem a exuberância que provoca e está, mesmo que inconscientemente, usando isso em proveito próprio. Até aí, desde que não atrapalhe ninguém, tudo certo.
A cabeça do brasileiro é complicada. Temos crenças católicas demasiadamente enraizadas, mesmo que sejamos de outras religiões. É a cultura da auto-castração, onde não podemos ser quem realmente somos. Estamos o tempo todo escondidos atrás de panos, de palavras, de “achismos” que de maneira nenhuma nos representam.
Em uma das entrevistas, uma moça disse que Geisy “deveria ser dar o respeito”. Mas eu pergunto: o que é se dar ao respeito? É se vestir de uma maneira que as coleguinhas invejosas não percebam? É se esconder numa roupa comportada quando lá dentro existe uma mulher fatal e arrebatadora querendo se mostrar? É querer parecer o que não se é?
Não sei se a Geisy é assim mesmo. Não a conheço. Estou analisando uma situação como um todo. Mas num mundo onde a Mulher Melancia já comprou seu apartamento aos 25 anos, onde os ícones televisivos usam só a parte de cima das roupas e onde o sucesso de uma mulher se mede pela quantidade de homem que ela já levou para cama, não é de se estranhar uma menina, recém saída da adolescência, se espelhar em vestidos provocantes. Afinal, é uma concomitância de eventos que levaram a uma única verdade: estamos todos perdidos.
Perdidos de nós mesmos. Perdidos daquilo em que acreditamos, daquilo em que somos lá dentro, lá na alma. Assolados por informações de como devemos nos comportar do lado de fora de nós mesmos. Listas, regas, top 10, top 5, moda, imitação, modelos. É muita informação que não nos serve. É pequeno demais, não encaixa.
Talvez o vestido rosa seja justamente o símbolo de uma nova geração de pessoas. Pessoas perdidas entre os velhos e os novos costumes. Pessoas que não sabem ouvir a voz do coração, do espírito e que não consideram o outro como um ser humano. Só vem no outro a sua própria frustração em não conseguir ser si mesmo.
Então, além de um belo vestido rosa, talvez não tão curto, deveríamos nos vestir de Andrea, de Geisys, de Marias, de Patrícias. Vestir-nos de nós mesmas. Encarar o que nos causa inveja no outro, porque tudo o que invejamos é o que temos lá dentro. Procurar saber os porquês das nossas dores. Alguém, um dia, vai jogar sua frustração em cima de você. E você vai jogar em cima de alguém. Então, quando isso acontecer, pare e pense. Afinal de contas, o que estamos fazendo com a nossa mulher?
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |