Os legados de 5 de outubro

   

Autor Renata Kindle

A semana foi quente, o domingo trouxe possibilidades para o País, trouxe a nova chance...
 

Quem votou, quais parâmetros usou para escolher seu representante pelos próximos quatro anos? Quantas idéias foram defendidas nas redes sociais! E quantas não foram atacadas!
 

Votar neste candidato por isso, naquele por aquilo outro... isso é o normal, o debate saudável em momentos como esse de eleição de governantes de um país.
 

Entretanto, pude perceber dois movimentos bem claros ao longo desse processo de campanha e votação: primeiro, vi amizades fortes se estremecerem, amigos de infância trocando ofensas por terem opiniões antagônicas em relação aos candidatos.
 

Eleger o Presidente da República Federativa do Brasil realmente não é tarefa fácil, é coisa muito séria sim, mas abrir mão do amigo por divergência de opinião é menos sério? Creio eu que o futuro Presidente não vai tomar chopp comigo no fim de semana, não vai rachar a gasolina para aquela festa, não vai me oferecer seus sábios conselhos naqueles meus momentos de dúvida, nem seus incansáveis ouvidos quando eu estiver na escuridão. Já o amigo, aquele a quem ofendi publicamente quando me portei como cabo eleitoral acirrado, este sim, estará lá no chopp, na conta da gasolina e no meu momento de chororô!
 

Se seu candidato é bom pra você, ótimo, acredite nele e vote, defenda-o com argumentos inteligentes, mas não despreze seu amigo, ele ficará em sua vida por muito mais que quatro anos!
 

O outro movimento que vi foi o de um país que se levantou, o "gigante que acordou" pedindo mudanças (e como elas são necessárias!) Milhões foram às ruas querendo novos ventos, novas estruturas, novas propostas, novas políticas. Exceto pela arruaça, quebradeira e destruição de patrimônios públicos e privados, foi bonito e emocionante ver o povo em ação, cobrando dos seus representantes as ações que prometeram quando em campanha pelos cargos que ocupam. Entretanto, a apuração das urnas confirma padrões de comportamento de medo da mudança. É a política do "deixa tudo como está. Desse jeito é ruim, mas e se mudar pra pior?"
 

Na vida e consultório, vê-se isso acontecer corriqueiramente, pessoas insatisfeitas, mas ainda apegadas ao já velho conhecido padrão e assim, não se lançam, não se arriscam.
 

Mas uma hora acontece, é preciso se encher de coragem e dar os primeiros passos num novo caminho. Claro que ele pode ser pior, mas as chances de melhorar também são grandes.
 

O Segundo Turno está perto, chegará rápido, mas na vida não há Segundo Turno. Amizades estremecidas precisam ser reconquistadas, é preciso ir atrás daqueles a quem ofendemos e pedirmos sinceras desculpas. É preciso que nos lancemos e arrisquemos o novo. O genial Albert Einstein disse certa vez: "não se pode desejar resultados diferentes, se você continua fazendo sempre as mesmas coisas" e ele estava certo!
 

Qual é o país que queremos? O que queremos para nossos filhos e a geração de seus filhos? E como estamos ensinando aos nossos filhos a fazerem as suas escolhas? Como estamos ensinando a eles a maneira de se portarem diante dos seus amigos?
 

Calar para a mesmice? Lançar-nos nos ventos da mudança?
 

Pensemos no melhor para nós e para o nosso País, confirmando na urna, um voto realmente ponderado e refletido. Que nos aconteça o que nos for melhor!
 

Avaliação: 5 | Votos: 3

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Renata Kindle    Psicóloga clínica e hospitalar (crianças, adolescentes, adultos, casais e família); autora de alguns textos e artigos. Desenvolvedora de um trabalho piloto sobre a atuação das emoções no corpo físico, que se realiza com grupos de oficinas terapêuticas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui.