Os Sonhos
Atualizado dia 1/15/2009 10:59:58 PM em Psicologiapor Priscilla Castro
Para a psicologia, o sonho é uma auto representação espontânea, sob forma simbólica, da situação do inconsciente. O sonho é aquilo que ele é, inteiramente e unicamente aquilo que é; não é uma fachada, não é algo pré-arranjado, um disfarce qualquer, mas uma construção completamente realizada. O sonho é coisa viva. Não é, de modo algum, coisa morta que soe como papel seco machucado. É uma situação existente, é como um animal com antenas ou com numerosos cordões umbilicais.
Sendo o inconsciente manifestação autêntica da natureza, o sonho, formação nativa do inconsciente, tem todas as características de um produto genuinamente natural. Exprime as coisas tal como elas são, na linguagem arcaica das imagens e dos símbolos. Não disfarça coisa alguma. “A natureza nunca é diplomática”, diz Jung.
Para Freud “o sonho é a realização (disfarçada) de um desejo reprimido”. Já Jung não aceita o disfarce e nem admite que todos os sonhos traduzam sempre desejos. Haverá, decerto, sonhos que revelam desejos secretos, mas a escala de coisas que os sonhos poderão exprimir é infinitamente mais ampla que a mera realização de aspirações não aceitas pela sociedade.
Sonhos são mensagens do inconsciente e têm uma grande importância. Na nossa vida consciente, estamos expostos a todos os tipos de influência. Ocorrências da nossa vida pessoal e profissional desviam a atenção, as pessoas estimulam-nos ou deprimem-nos. Todas essas influências levam a um caminho oposto à individualidade, quer percebamos quer não o seu efeito, a nossa consciência é perturbada e exposta, quase sem defesas, a esses incidentes.
Isso ocorre em especial com pessoas de atitude mental extrovertida, que dão muita importância ao exterior e ao que as cerca, com as que abrigam sentimentos de inferioridade e de dúvida, envolvendo o mais íntimo da personalidade. Quanto mais a consciência for influenciada por esses preconceitos, erros, fantasias e anseios infantis, mais se dilata a fenda já existente, até se chegar a uma dissociação neurótica e a um vida mais ou menos artificial, em tudo distanciada dos instintos normais, da natureza e da verdade. A função geral dos sonhos é tentar restabelecer nossa balança psicológica, produzindo um material onírico que reconstitui, de maneira sutil, o equilíbrio psíquico.
Ainda há também o entendimento dos sonhos “puramente espirituais”. Durante centenas de anos os sonhos foram encarados como portadores de mensagens transmitidas por deuses ou forças superiores e que, de alguma forma, poderiam ser interpretados, respondendo à necessidade de indivíduos e grupos. Na filosofia chegou a ser aceito como resultado da elevação da alma ou do desprendimento do espírito das amarras do corpo, promovido pelo sono.
Leon Denis define este tipo de sonho como o “primeiro grau de desprendimento do Espírito”, quando este flutua e mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens contidos na malha universal, um tipo de mergulho no inconsciente coletivo. Assim, entrando em contato com energias, necessidades e anseios enviadas por muitas e muitas pessoas.
Bibliografia:
"O Homem e os seus Símbolos" - Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1987
"Vida e obra de Carl G. Jung" – Nise da Silveira
"Psicanálise e Telepatia" e "Sonhos e Telepatia" - Sigmund Freud, Edição Standard Brasileira, Volume XVIII.
"No Invisível" - Leon Denis, FEB.
Texto revisado por Cris
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Conteúdo desenvolvido por: Priscilla Castro Terapeuta Analista Corporal. Bioterapeuta. Analista Reichiana. Analista Bioenergética. www.acorns.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |