OUTRAS MÃES!
Autor Cássia Marina Moreira
Assunto PsicologiaAtualizado em 5/20/2012 7:06:08 PM
Penso que foi muito mais pela
falta que sempre senti em ter irmãs que me apeguei no decorrer da adolescência
a várias amigas e amigos e ao núcleo familiar deles, do que pela perda da mãe
na pré-adolescência, já que "dona Lulu" foi bastante intensa no papel que
exerceu nos anos que ocupou seu cargo.
Mas... Mãe é mãe e todos sabemos
disso, então sempre me acolheram de forma maternal nas casas das amigas que ao
longo da adolescência e juventude fui chegando, por um motivo ou outro.
Trabalho de escola sempre nos levava a casa das amigas pela tarde toda, a
arrumação para os bailes, carnavais, viagens, até mesmo para pescarias. Tudo
sempre foi motivo para nos reunirmos na casa de alguém e por horas trocarmos
umas ideias sobre muitos assuntos.
Algumas mães sentavam-se junto
para ouvir e participar dos jogos e das infindáveis conversar que se consegue
ter na adolescência sobre qualquer coisa. Outras por sua vez nos punham para
rezar, fazer novenas, trezenas, durante nove primeiras sextas-feiras de cada mês
assistir as missas, para não morrer sem estar em paz com Deus.
E quando a "santinha" chegava a casa - Nossa
Senhora das Graças - se bem me lembro, o rosário era rezado todas as noites e
inteiro, não adiantava dizer que esqueceu o terço, ele sempre tinha um para
emprestar.
Amiga que é amiga reza junto também, e rezar o
terço de braços abertos quando a graça pedida era muito difícil de ser alcançada
era o que podia existir de mais doloroso, então rezamos todas juntas de braços
abertos, de joelhos e numa igreja determinada. Lurdeca como carinhosamente a
chamávamos era quem puxava o terço, claro; quase uma locomotiva, diga-se de
passagem, para que pudéssemos aguentar.
Um suplício sem dúvida, mas se alguém me
ajudou a aprender a ter fé e a rezar com fé - e nesta época da vida precisei
muito aprender isso - foi esta mãe. Uma das lições que permanece bem viva até
hoje. Não importa para que, para tudo é preciso ter fé!
Outras tantas amigas e amigos com
suas mães entraram e permaneceram constantes por longos anos pertinho de mim,
depois como tudo cada qual tomou um rumo diferente, como andar de trem, cada um
desce numa estação. Por um tempo podemos desfrutar de um trecho da viagem junto
e depois mudamos de plataforma.
Uma das mães de amigas que me
acompanha até agora me deu onze irmãos e irmãs, uma festa! Com brigas e
desgastes também como com os meus dois únicos irmãos, sempre tem, não importa o
número. A diferença, é que durante toda a vida desta Mãe ela arrebanhou outros
tantos filhos, como eu, amigos dos filhos dela, que moraram ou não com ela, mas
que passou a cuidar - às vezes - mais que dos seus, o compromisso é outro, me
disse certa vez.
Cada vez que me vê, diz:- "me
lembro da primeira vez que vi você, estava de uniforme do colégio saia de
pregas e meias três quartos indo levar flores para sua mãe".
Embora não seja, me chama de
minha filha caçula, e me comove com o seu carinho e saudade. Briga comigo por
conta dos cabelos brancos, e retruco que só pinto os meus se ela também o
fizer. Então ela ri e diz que não tenho jeito e continuo a mesma, brincando e
sorrindo, retruco dizendo que é só para ela, mãe caçula "Dona Tica"!
Por não se lembrar de quando me
viu pela última vez tiro uma foto cada vez que passo para vê-la, depois deixo
com ela, nada adianta perde a foto, e tema que todos sumimos de lá. E tudo bem,
o carinho é mesmo e a queixa só existe pela falta que sente. Uma mãe de coração
grande com muitos filhos, netos, bisnetos breve terá um tataraneto e conyinuará tendo inúmeros agregados para sempre.
como estas muitas outras tem historias por escrever quem sabe em outras datas.
Avaliação: 5 | Votos: 4
Cássia Marina Moreira Psicóloga / Terapeuta Floral - Vibracional Pesquisadora do Sistema das Essências Vibracionais D´Água E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
