Ouvindo sua voz interior!
Atualizado dia 5/4/2014 12:04:06 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Na busca da realização, se não houver o entusiasmo na jornada, algo está incompleto. Pode ser o medo da decepção que impede a pessoa de dar vazão à sua alegria pelo que está a buscar, pode ser o receio da crítica, principalmente de entes queridos, que não demonstram que irão apoiar estas iniciativas, pode ser muitos outros fatores, mas o mais importante é: “Acreditar que é chegada sua hora”.
Se as pessoas soubessem que nada nos garante a segurança, elas não temeriam tanto a insegurança causada pelo que é novo. Tudo que se vai iniciar gera uma expectativa de acerto e um temor de que não dê certo. Natural e normal no ser humano. Isso não deve se tornar empecilho para o fazer.
O que não pode ser considerado natural é o sufocar essa voz interior que nos clama a uma nova forma de agir. Para que não nos atrapalhemos com interpretações errôneas, quando se tem um insight, um “estalar” interior, o mesmo não vem acompanhado com todo um plano já traçado que nos mostra com antecedência tudo que devemos fazer. Existe um forte desejo de mudança e um grande vazio do que e onde, do como fazer. Este vazio é o responsável pelos que fogem de seus sonhos.
Este vazio é na realidade o espaço aberto para que cada um possa encontrar em si o que colocar nele. Portanto, ele não deve ser usado para nos impedir de caminhar, pois devemos saber que será nele que permitiremos possa ir surgindo nossa nova construção.
Aparecerão obstáculos a serem transpostos, superados, mas que apenas consolidarão ainda mais a convicção de se estar no caminho certo, mesmo sem o “mapa” que dite a rota a seguir. Todas as emoções são vividas, não há isenção de sentimentos. Há sim uma sensação de integração conosco mesmos e com o próprio universo. Esta sensação de integração gera uma sensação de harmonia e paz surpreendente. Mesmo vivendo emoções a cada passo, o bem-estar que é gerado torna-se indescritível.
Um exemplo simples que descreve esse processo de mudanças onde se sai do conhecido para o experimentar, é quando nos propomos a fazer um prato sem seguirmos as receitas conhecidas. Temperos e condimentos vão sendo acrescidos sem se saber bem qual o sabor dessas combinações, mas ao mesmo tempo uma convicção de que ficará muito saboroso. E fica.
Para que nossas vozes interiores possam ser ouvidas, precisamos nos desprender de alguns artifícios que adquirimos no decorrer de nossa existência. Precisamos jogar fora nossos sentimentos de culpa, principalmente o que geramos em nós mesmos por não correspondermos ao que os outros esperam de nós. Precisamos parar de querer agradar a tudo e a todos, pois só é possível a boa convivência quando há a aceitação de cada um como cada um realmente é. Então aceitar-se como se realmente é torna-se um dos primeiros passos.
Muitas vezes essa tão falada transformação está apenas na forma como cada pessoa se coloca em tudo aquilo que já faz e já vive. É como se ocorresse uma mudança do ângulo em que se observa algo, e não a mudança desse algo em si.
Tenho também notado que quando essas transformações ocorrem, essas pessoas passam a ser muito melhor aceitas e compreendidas pelos seus, ao contrário do que imaginavam e temiam. Há muito pouco tempo uma senhora me disse: “Se soubesse que iriam me aceitar tão bem, teria me permitido isso a muito mais tempo”. O “isso” é exatamente o que mudou dentro dela e que sua voz interior clamava a muito tempo, mas que ela sufocava com receio da reação dos que a cercam.
Você ouve sua voz interior? Você sabe que tem voz própria?
Texto revisado
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